sábado, 30 de novembro de 2019

FILME E MERDA DO MÊS: NOVEMBRO/2019.

FILME DO MÊS:

E chegamos ao final do penúltimo mês do ano. Novembro retrata bem o ótimo ano que nós cinéfilos tivemos, com a chegada aos cinemas de bons filmes e agradáveis surpresas. Destas, o grande destaque é o sul-coreano Parasita. Quem diria que o vencedor da Palma de Ouro, prêmio máximo no renomado Festival de Cannes, que a crítica babou demais, iria agradar também um cinéfilo do povão como eu, recebendo com larguíssima vantagem o nosso título de Filme e que dificilmente, ficará de fora da lista dos melhores do ano, que iremos fazer no próximo mês. E não é toa, já que Parasita, é um filmaço que trafega com maestria por diversos gêneros, sendo eficiente em todos. Além de ser um excelente entretenimento, despertando em nós as mais diversas reações, e de quebra, ainda nos faz pensar, nos dando um soco no estômago como a galera mais favorecida pode ser tão escrota com a galera do povão. Sem dúvida, um dos filmes criativos dos últimos anos.

MERDA DO MÊS:

Se 2019 está sendo um ano arretado para nós cinéfilos, infelizmente, nosso Cinema Nacional pega o caminho inverso e tem uma das piores safras de filmes da sua história. Isso é confirmado por mais uma vez, temos uma produção tupiniquim figurando entre as pior do mês, e desta vez, ainda consegue a proeza de ser o único lançamento realmente ruim que conferi no cinema. Quem leva nosso nada honroso e cheiroso título é Os Parças 2, que não apenas desperdiça mais uma vez os inegáveis talentos de Tom Cavalcante, Whindersson Nunes e Tirulipa, que espantosamente estão totalmente sem graça, mas, aumenta infinitamente mais esse desperdiço. Tanto que até gerou uma discussão acalorada no WhatsApp com minha amiga Danielle, que criou ranço com o filho do Tiririca, e passou a acreditar que o cara é um humorista medíocre, sem graça e modinha, e que o Tom Cavalcante perdeu o tom cômico (O Whindersson foi poupado na nossa treta via áudios, pois sabemos que ele estava passando por uma séria depressão durante no período que o filme foi rodado). Apesar de discordar totalmente das opiniões delas sobre os humoristas cearenses, o pior que o filme faz jus ela ter razão, me deixando de mãos atadas para defendê-los, já que realmente os caras são reduzidos a mediocridade, a ponto do Tirulipa ser um chato irritante, cheio de caras e bocas, falando seu bordão repetidamente a ponto de irritante, e o veterano Tom Cavalcante parecer aquele tio que todo ano nas confraternizações familiares faz a infame piadinha do pavê. Nem mesmo o perfeitíssimo entrosamento entre o trio de comediantes (principalmente, os dois mais jovens), que claramente se esforçam bastante para serem engraçados com um material tão ruim em mãos, e a redução da participação do insosso Bruno de Luca de forma bem satisfatória, conseguem salvar o filme de ser uma merda total. Muito decepcionante e triste ver talentosos e impagáveis humoristas - o carisma deles é que atrai o público a prestigiar essa tranqueira e torná-la sucesso de bilheterias - tão desperdiçados numa bomba tão sem graça. Se inventarem de fazer mais um filme, que haja um milagre e o raio do desperdiço não caia pela terceira vez. Eles não merecem isso, nem nós.

Rick Pinheiro.
Cinéfilo alagoano.

MISERÁVEIS REVOLTOSOS.

 = Excepcional. /  = Muito bom. /  = Bom./  = Regular. / = Fraco. / Coco do Cachorrão= Preciso mesmo dizer?.

A Revolução em Paris (Un Peuple et Son Roi).
Produção francesa de 2017.

Direção: Pierre Schoeller. 

Elenco: Gaspard Ulliel, Adèle Haenel, Olivier Gourmet, Louis Garrel, Izïa Higelin, Noémie Lvovsky, Céline Sallette, Denis Lavant, Johan Libéreau, Laurent Lafitte, entre outros.

Blogueiro assistiu na Sala Elinaldo Barros do Centro Cultural Arte Pajuçara em 30 de novembro de 2019.

Sinopse: Baseado em fatos, que levaram a histórica Revolução Francesa. Em 1789, cada vez mais insatisfeito com o Rei Luís XVI (Lafitte), que vive de boa com sua corte no luxo do Palácio de Versalhes, o povo francês passa a aderir as ideias revolucionárias dos opositores do monarca, levando inevitavelmente a uma grande revolta..

Comentários: Mais um filme sobre o fato histórico, desta vez focando mais nos bastidores conspiratórios que levaram ao evento, e também no ponto de vista de anônimos do povão francês. Temos aqui uma produção luxuosíssima que faz uma excepcional reconstituição de época, desde dos figurinos e cenários, com boa parte destes, inclusive, nos locais que realmente rolaram os eventos. Com um elenco que reúne grandes nomes do atual Cinema Francês, temos aqui um filme com um bom roteiro, que foca mais no lado dramático a ação costumeira em produções sobre o evento. E isso acaba rendendo um filme lento e arrastadinho, quase no ponto morto, ligeiramente entediante. Mas, quem gosta de história, pode conferir esse filme que traz uma versão interessante dos bastidores da Revolução Francesa. Cotação / Nota: 5,5.

Rick Pinheiro.
Cinéfilo alagoano.

FAIXA DE GAZA NO XILINDRÓ.

 = Excepcional. /  = Muito bom. /  = Bom./  = Regular. / = Fraco. / Coco do Cachorrão= Preciso mesmo dizer?.

Carcereiros - O Filme.
Produção brasileira de 2019.

Direção: José Eduardo Belmonte.

Elenco: Rodrigo Lombardi, Kaysar Dadour, Rafael Portugal, Tony Tornado, Rainer Cadete, Milton Gonçalves, Dan Stulbach, Jackson Antunes, Rômulo Braga, Isaac Bardavid, entre outros.

Blogueiro assistiu na sala 1 do complexo Kinoplex Maceió em 30 de novembro de 2019.

Sinopse: Baseado no seriado televisivo homônimo, inspirado no livro de Drauzio Varella. Adriano (Lombardi) é um competente e dedicado agente penitenciário, que apesar do risco da função, consegue exercê-la tranquilamente,  até com bom relacionamento com os detentos. Mas, a rotina pacata no trampo muda, quando um perigosíssimo terrorista internacional (Dadour) é enviado para pernoitar no presídio, o que vai esquentar o clima por lá entre os demais presos. Mas, a porra fica séria mesmo, quando um grupo paramilitar armado até os dentes invade o local, transformando o xilindró numa verdadeira Faixa de Gaza.

Comentários: Com toda sinceridade, não lembro a última vez que assisti algo na Rede Globo, onde realmente só assisto o telejornal local, e de vez em quando. Por isso mesmo, tão logo fiquei sabendo que fariam um filme para os cinemas do seriado Carcereiros, eu realmente caguei, e até pretendia não assisti-lo, mesmo sendo um entusiasta do nosso Cinema Nacional. Mas, admito que o primeiro trailer acabou despertando a minha curiosidade, e mesmo nunca tendo conferido um episódio sequer da série, resolvi encarar, na torcida que esse fato não me deixasse confuso. Felizmente, isso não ocorre, já que realmente, o filme tem uma trama fechadinha em si, que independe de prévia conferida na série, e que pelo que andei pesquisando, tem um tom diferente desta, substituindo o realista e dramático da telinha pela ação quase descerebrada bem comercial. Felizmente, esta mudança acabou dando certo já somos presenteados com um filme de ação eficiente, bem roteirizada que consegue até dar desculpas convincentes para o festival de tiro, porrada e bomba rolar solto. O resultado é um empolgante e divertido filme de ação em ritmo frenético, bem realizado e conduzido, que serve também para provar que nosso Cinema Nacional pode sim produzi bons filmes do gênero. Cotação / Nota: 7,5.

Rick Pinheiro.
Cinéfilo alagoano.


VOVÔ GOLPISTA.

 = Excepcional. /  = Muito bom. /  = Bom./  = Regular. / = Fraco. / Coco do Cachorrão= Preciso mesmo dizer?.

A Grande Mentira (The Good Liar).
Produção estadunidense e canadense de 2019.

Direção: Bill Condon.

Elenco: Helen Mirren, Ian McKellen, Russell Tovey, Jim Carter, Mark Lewis Turner, Laurie Davidson, Phil Dunster, Lucian Msamati, entre outros.

Blogueiro assistiu na sala 1 do complexo Cinesystem Maceió em 29 de novembro de 2019.

Sinopse: Baseado num romance escrito por Nicholas Searle. Os velhotes Roy Courtnay (McKellen) eBetty McLeish (Mirren) se conhecem num site de relacionamento. Mal se conhecem pessoalmente, e ela o deixa entrar em sua vida, indo morar em sua casa, sem saber que por trás daquela pinta de bom velhinho solitário, se esconde um veterano picareta, que fará de tudo para ela ser sua próxima vítima. O que aparentemente seria um golpe fácil, Roy acaba percebendo que não é bem assim que a banda toca.

Comentários: Só o fato de trazer o encontro nas telonas de dois grandes atores veteranos britânicos do naipe de Helen Mirren e Ian McKellen é motivo suficiente para um filme despertar interesse. Mas, obviamente, queremos mais que isso, pois, não queremos que esse encontro seja meia-boca e que no mínimo esteja à altura dos respectivos talentos envolvidos. Para a nossa alegria, o filme faz jus ao encontro dos dois atores, que esbanjam talento e charme do começo ao fim, numa trama envolvente e satisfatória, com algumas reviravoltas bem legais. Enfim, um filme bom, com direção competente, e boas atuações da dupla de protagonistas. Vale a conferida. Cotação / Nota: 7,0.

Rick Pinheiro.
Cinéfilo alagoano.