FILME DO MÊS:
E chegamos ao final do penúltimo mês do ano. Novembro retrata bem o ótimo ano que nós cinéfilos tivemos, com a chegada aos cinemas de bons filmes e agradáveis surpresas. Destas, o grande destaque é o sul-coreano Parasita. Quem diria que o vencedor da Palma de Ouro, prêmio máximo no renomado Festival de Cannes, que a crítica babou demais, iria agradar também um cinéfilo do povão como eu, recebendo com larguíssima vantagem o nosso título de Filme e que dificilmente, ficará de fora da lista dos melhores do ano, que iremos fazer no próximo mês. E não é toa, já que Parasita, é um filmaço que trafega com maestria por diversos gêneros, sendo eficiente em todos. Além de ser um excelente entretenimento, despertando em nós as mais diversas reações, e de quebra, ainda nos faz pensar, nos dando um soco no estômago como a galera mais favorecida pode ser tão escrota com a galera do povão. Sem dúvida, um dos filmes criativos dos últimos anos.
MERDA DO MÊS:
Se 2019 está sendo um ano arretado para nós cinéfilos, infelizmente, nosso Cinema Nacional pega o caminho inverso e tem uma das piores safras de filmes da sua história. Isso é confirmado por mais uma vez, temos uma produção tupiniquim figurando entre as pior do mês, e desta vez, ainda consegue a proeza de ser o único lançamento realmente ruim que conferi no cinema. Quem leva nosso nada honroso e cheiroso título é Os Parças 2, que não apenas desperdiça mais uma vez os inegáveis talentos de Tom Cavalcante, Whindersson Nunes e Tirulipa, que espantosamente estão totalmente sem graça, mas, aumenta infinitamente mais esse desperdiço. Tanto que até gerou uma discussão acalorada no WhatsApp com minha amiga Danielle, que criou ranço com o filho do Tiririca, e passou a acreditar que o cara é um humorista medíocre, sem graça e modinha, e que o Tom Cavalcante perdeu o tom cômico (O Whindersson foi poupado na nossa treta via áudios, pois sabemos que ele estava passando por uma séria depressão durante no período que o filme foi rodado). Apesar de discordar totalmente das opiniões delas sobre os humoristas cearenses, o pior que o filme faz jus ela ter razão, me deixando de mãos atadas para defendê-los, já que realmente os caras são reduzidos a mediocridade, a ponto do Tirulipa ser um chato irritante, cheio de caras e bocas, falando seu bordão repetidamente a ponto de irritante, e o veterano Tom Cavalcante parecer aquele tio que todo ano nas confraternizações familiares faz a infame piadinha do pavê. Nem mesmo o perfeitíssimo entrosamento entre o trio de comediantes (principalmente, os dois mais jovens), que claramente se esforçam bastante para serem engraçados com um material tão ruim em mãos, e a redução da participação do insosso Bruno de Luca de forma bem satisfatória, conseguem salvar o filme de ser uma merda total. Muito decepcionante e triste ver talentosos e impagáveis humoristas - o carisma deles é que atrai o público a prestigiar essa tranqueira e torná-la sucesso de bilheterias - tão desperdiçados numa bomba tão sem graça. Se inventarem de fazer mais um filme, que haja um milagre e o raio do desperdiço não caia pela terceira vez. Eles não merecem isso, nem nós.
Rick Pinheiro.
Cinéfilo alagoano.