terça-feira, 21 de julho de 2015

COMÉDIAS BRASILEIRAS EM DOSE QUÁDRUPLA.

 = Excepcional. /  = Muito bom. /  = Bom./  = Regular. / = Fraco. 


Que a modinha das comédias nacionais continua bombando e sem prazo para passar não é novidade nenhuma. Aparentemente com a fonte criativa começando a esgotar, resta apelar para velha fórmula hollywoodiana das continuações. Só de maio até agora foram três que chegaram às telonas, duas delas, uma claríssima forçação de barra. Aproveitei um domingo morgadão sem nada para fazer e uma segunda idêntica, para fazer uma mini-maratona com os originais e essas duas desnecessárias continuações. Antes que outra comédia nacional chegue as telonas, vamos ao que interessa. 

Qualquer Gato Vira-Lata.
Produção brasileira de 2011.

Direção: Tomas Portella.

Elenco: Cléo Pires, Malvino Salvador, Dudu Azevedo, Rita Guedes, Álamo Facó, Letícia Novaes, Ilya São Paulo, Gregório Duvivier, Kiko Mascarenhas, entre outros.

Blogueiro assistiu online (YouTube) em 19 de julho de 2015.

Cotação

Nota: 7,5.  

Sinopse: Após levar um toco do namorado (Azevedo) em pleno aniversário dele, Tati (Pires) vai chorar às mágoas num prédio vizinho ao bar, junto com sua amiga (Novaes). Lá, ela se depara com a palestra do biólogo Conrado (Salvador), que tem uma tese muito louca e machista ao extremo sobre o relacionamento homem e mulher. Dias depois, Tati reencontra o cara e se oferece para ser cobaia na tese do cara. Conrado aceita, e Tati passa a utilizar o que ele determina para conquistar o ex.

Comentários: Sinceramente, nunca tive vontade de assistir essa comédia romântica tupiniquim baseada numa peça do mestre Juca de Oliveira, seja pelo título ridículo e tosco, como por ser protagonizado por Cléo Pires, que no trailer que tinha assistido, parecia está insossa, numa personagem inferior ao seu inegável talento. Mas, se por um lado confirmou-se minha suspeita sobre a atuação descartável de Cléo Pires (vale salientar, não por culpa dela, que se esforça e convence, mas, é prejudicada com uma personagem chatinha), por outro, fui surpreendido com o filme, que superou toda as minhas expectativas e, tenho que admitir, é melhor do que esperado. Não por causa do roteiro fraquinho e raso, que faz uma verdadeira colcha de retalhos de clichês do sub-gênero da comédia romântica, mas, principalmente, pelo talento dos protagonistas masculinos, Malvino Salvador e Dudu Azevedo, que roubam a cena, e nos presenteiam com os momentos mais engraçados do filme, assim, como os coadjuvantes Álamo Facó e Letícia Novaes, que também estão hilários em seus personagens. Bobinho e divertido, por incrível que pareça, pode encarar numa boa, mesmo com o título tosco, o roteiro fraquinho e uma personagem central insossa e chatinha que não faz jus ao talento da sua interprete. 



Qualquer Gato Vira-Lata 2.
Produção brasileira de 2014.

Direção: Roberto Santucci e Marcelo Antunez.

ElencoCléo Pires, Malvino Salvador, Dudu Azevedo, Rita Guedes, Álamo Facó, Letícia Novaes, Mel Maia, Stella Miranda, Marcelo Saback, Fábio Jr., entre outros.

Blogueiro assistiu online (YouTube) em 19 de julho de 2015.

Cotação

Nota: 6,5.  

Sinopse: Tati (Pires) e Conrado (Salvador) está de boa. Os pombinhos vão a Cancún, onde ele vai participar de uma conferência, onde debaterá sobre seu livro com sua ex-esposa (Guedes), que também lançou o livro. Tati aproveita a oportunidade, para contrariar tudo que o love ensinou no primeiro filme sobre a mulher não tomar a iniciativa e inventa de pedi-lo em casamento. Para sua frustração, ela recebe um "posso pensar?" do amado, o que acaba desencadeando uma crise. A ex do cara aproveita para dar conselhos a Tati de como dar uma lição nele e conquistar um pedido de desculpas dele, enquanto que seu ex-namorado Marcelo (Azevedo) acredita ser oportunidade de ouro para reconquistá-la e parte para Cancún, levando consigo o seu amigo figuraça. 

Comentários: Mesmo com um roteiro fraquinho, o primeiro filme se supera e chega a ser divertido. Com o sucesso que as comédias nacionais vêm fazendo nas telonas, os caras trataram logo de engatar esse desnecessária continuação, afinal, o primeiro filme já tinha terminado redondinho e  bonitinho com o costumeiro "e foram felizes para sempre!". Aqui o roteiro fraquinho colcha de retalhos só aumenta, pois pipocam clichês batidos e óbvios, situações que forçam o humor, apela para a pieguice com a participação especial de Fábio Jr., pai da protagonista dentro e fora das telas, e ainda segue à risca a nova regra modinha da cartilha das comédias brasileiras, que prega que as continuações devem se passar em terras gringas (De Pernas pro Ar 2, Até Que a Sorte Nos Separe 2, Meu Passado Me Condena 2). Mas, assim como o original, Qualquer Gato Vira-Lata 2 consegue ser divertido, graças a um elenco esforçado, que ganha mais força com a presença da talentosa atriz mirim Mel Maia. O resultado final é um filme inferior ao original, desnecessariamente um pouco longo, mas, que cumpre seu papel de divertir sem exigir muito do expectador. 


 

Divã.
Produção brasileira de 2009.

Direção: José Alvarenga Jr.

Elenco: Lília Cabral, José Mayer, Reynaldo Giannechini, Cauã Reymond, Alexandra Richter, Eduardo Lago, Paulo Gustavo, Antonio Pedro, Elias Gleizer, entre outros.

Blogueiro assistiu na TV aberta (Globo) e onllne (site Filmes Online Grátis) em 20 de julho de 2015.

Cotação

Nota: 6,0.  

Sinopse: Mercedes (Cabral) é uma pacata quarentona, conformada com a vidinha morgadona que vive, que passa a fazer terapia para ocupar o tempo. Nas sessões, ela começa a se descobrir. Após se separar do marido (Mayer), Mercedes resolve chutar o pau da barraca, mudando radicalmente seu estilo de vida, se envolvendo inicialmente com o irmão de uma aluna (Giannechini), e após levar um toco dele, com um rapaz mais novo (Reymond). Todas suas experiências ela reparte no divã e também com sua melhor amiga (Richter).

Comentários: Com o estrondoso sucesso nos palcos, a peça Divã chegou as telonas nessa produção que, posteriormente, rendeu um curto seriado televisivo. Todos sustentados graças ao carisma da talentosa Lílian Cabral que simplesmente brilha com sua impagável atuação como a figuraça Mercedes. É graças a ela que o filme envolve, prende a atenção e diverte, superando o roteiro regular. Porém, nem o carisma da atriz conseguiu segurar o fraquíssimo desfecho que, do nada, deixa o humor de lado, para cair no dramalhão. o que faz o filme cair drasticamente de qualidade, perdendo consideráveis pontos na minha avaliação. Enfim, vale a pena conferir apenas para ver o show de atuação de Lílian Cabral, como também, a divertida e curtíssima participação do atual brigadeiro de festa Paulo Gustavo (Minha Mãe é uma Peça - O Filme), que rouba a cena como um figuraça cabeleiro, na sequência mais hilária do filme. 


 

Divã a 2.
Produção brasileira de 2014.

Direção: Paulo Fontenelle.

Elenco: Vanessa Giácomo, Rafael Infante, Marcelo Serrado, Fernanda Paes Leme, George Sauma, Totia Meirelles, Maurício Mattar, Fiuk, entre outros.

Blogueiro assistiu online (YouTube) em 20 de julho de 2015.

CotaçãoCoco do Cachorrão

Nota: 1,5.  

Sinopse: A bem sucedida ortopedista Eduarda (Giácomo) vive uma crise com o marido Marcos (Infante), que é totalmente oposto a ela em tudo. Mesmo fazendo terapia, cada um com seus respectivos terapeutas, ela resolve chutar o pau da barraca e meter um pé na bunda do cara. Enquanto Marcos cai na night, Eduarda continua se dedicando ao trabalho, mas, isso não a impede de se envolver com um médico (Mattar) e, posteriormente, com o terapeuta Léo (Serrado), esse mexendo profundamente com ela, já que é tudo que ela gostaria que o ex fosse e não é. 

Comentários: Como falei acima, o que sustenta o primeiro Divã é justamente o carisma de Lílian Cabral, que encerrou a história da sua personagem no chatinho seriado televisivo. Então, quem teve a ideia de imbecil de fazer uma continuação sem a atriz? Todo mundo sabe que, na maioria das vezes, continuação sem o protagonista original sempre dá merda. E nesse caso, a merda é uma puta cagada. Não que a linda Vanessa Giácomo não tenha talento, nem que o elenco também não seja talentoso. O problema é que o roteiro é péssimo, recheado de clichês e piadas sem graça, numa história insossa e sem atrativo nenhum. O resultado é filminho medíocre, chato pra caralho, que não funciona em nenhum momento, e que consegue ser entediante ao extremo mesmo tendo um pouco mais de uma e vinte de duração. Desperdiço total de um elenco talentoso que evita do filme ganhar um zero total. Enfim, um dos piores filmes brasileiros já produzidos. Fuja dessa merda! 



Rick Pinheiro.
Cinéfilo alagoano.

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