terça-feira, 17 de abril de 2012

SUSPENSE E MISTÉRIO EM SESSÃO DUPLA DE CINEMA.

Filmes.
Suspense e mistério em sessão dupla de cinema.

Como de costume, segunda-feira é dia de ir ao cinema, assistir aos últimos lançamentos do fim de semana. Ontem, encarei mais uma sessão dupla. O primeiro filme, que eu conferi na sala 2 do Complexo Kinoplex, foi o suspense 12 Horas, estrelado por Amanda Seyfried que interpreta Jill, uma moça que alegar ter sido sequestrada por um serial killer e, que por um triz, não tinha ido para a terra do pé-junto. Dois anos depois, ainda vivendo o trauma do ocorrido, sua irmã, desaparece misteriosamente, o que leva a Jill a ter a convicção que foi sequestrada por engano pelo mesmo maníaco. O problema é que na época do suposto ocorrido, nenhum indício do fato foi encontrado pela polícia, o que fez a polícia desacreditar na versão da moça e ter a certeza que ela teve um surto psicótico. Mais uma vez desacredita pelas autoridades, Jill parte numa corrida contra o tempo para salvar a sua irmã. A grande sacada do ótimo roteiro é justamente focar na dúvida se de fato Jill está certa ou tudo não passa de um delírio psicótico, prendendo a nossa atenção do começo ao fim, tornando o filme bem mais interessante do que de fato é. O elenco, nenhuma atuação extraordinária, mas, todos cumpre direitinho as suas respectivas funções, principalmente, Seyfried, que mesmo não sendo uma boa atriz, consegue nos envolver na trama. Em síntese, 12 Horas é uma agradável supresa, portanto, vale a pena ser conferido. Nota 8,0.


Depois de um intervalo de pouco mais de uma hora, tempo suficiente apenas para pagar uma das minhas contas, foi a vez de entrar na sala 4 e conferi o nacional Área Q, suspense de ficção científica estrelado pelo simpático (foi o que ele demonstrou no Programa do Jô) Isaiah Washington, ator do décimo sei lá qual escalão hollywoodiano, mais conhecido por aqui por sua participação nas temporadas iniciais do do seriado televisivo Grey's Anatomy. Ele é Thomas Mathews, um jornalista viúvo, que sofre com o desaparecimento misterioso do seu filho. Com a grana já indo embora, aceita vim ao Brasil, precisamente ao interior do Ceará, para fazer uma matéria investigativa sobre vários casos sobrenaturais, principalmente, aparições de OVNIs, abduções e curas inexplicáveis pela ciência. À medida em que vai se aprofundando nas suas investigações, Mathews é supreendido com a estreita e estranha relação entre os fatos extraterrenos que ocorrem na região cearense e o sumiço do seu filho.

Para este blogueiro o maior mistério do filme inciiou logo antes do começo da sua exibição, quando, entre os produtores e patrocinadores, apareceram nos créditos entidades e produtoras espíritas. O mistério foi solucionado após uma hora de exibição, precisamente no diálogo entre os personagens de Washington e Murilo Rosa, quando este vomita um discurso bem típico dos filmes espíritas, falando da urgência de sermos solidários uns com os outros. E o desfecho centrado num dos maiores alicerces da fé espírita só confirma o porquê da comunidade espírita está tão envolvida na produção. Pois é caro internauta, mais do que um filme de ficção, que serve também de propaganda turística das belezas naturais cearense (como de costume em produções nacionais, o governo local é um dos patrocinadores), Área Q é mais um filme feito para difundir alguns pontos da doutrina espírita, só que desta vez, ao contrário dos filmes oficialmente doutrinários que vêm pipocando em nossas telonas, desta vez acertaram em cheio no disfarçe, não sendo tão chato e pedagógico como estes. O roteiro, apesar de conter vários clichês dos gêneros ficção e suspense (lembra vagamente Sinais, de M. Night Shyamalan), é muito bem desenvolvido, e consegue envolver e prender a nossa atenção.

Em contrapartida,  o filme se arrasta muito mais que o necessário, e as atuações do elenco deixam muito a desejar (principalmente de Murilo Rosa e Tânia Khalill), que simplesmente estão no piloto automático, só aumenta o nosso desconforto Já o gringo do elenco, Washington, e o brazuca Ricardo Contin,  até que  têm um bom entrosamente entre eles e tentam tirar leite de pedra, convencendo em alguns pouquíssimos momentos. Em síntese, um filminho que até prende a atenção e envolve, mas acaba se perdendo na mediocridade e prejudicado pelo fraco desempenho do seu elenco. Bobinho e descartável. Nota 4,5.


Rick Pinheiro.
Cinéfilo.

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