terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

OUSADIA CRIATIVA NUMA BELÍSSIMA HOMENAGEM A SÉTIMA ARTE.

Filmes.
Ousadia criativa numa belíssima homenagem a sétima arte.

Em tempos em tempos somos presenteados com algumas obras primas cinematográficas onde o próprio cinema é homenageado. Foi assim em 1985, com Woody Allen e seu melhor filme, na minha opinião, A Rosa Purpúra do Cairo e agora com O Artista, filme francês e belga, que conquistando merecidamente vários prêmios, que eu conferi no dia 14 deste mês, na sala 4 do Complexo Kinoplex. Numa época onde o 3D vem sendo usado frequentemente e na maioria das vezes de forma desnecessária, um filme a la cinema mudo - preto-e-branco e sem diálogos e som - além de ser uma ideia criativa e ousada, foi um risco e tanto, para uma indústria que vive de lucros das bilheterias do público. Ainda bem que existem iniciativas ousadas como esta, onde a arte do cinema é valorizada em detrimento ao lucro, pois somos presenteados com uma belíssima e tocante obra prima como esta.

Com um roteiro muito bem escrito, injustamente não premiado com o Oscar, que dosa perfeitamente todas as emoções, a trama de O Artista se passa em 1927 e gira em torno do astro fictício do cinema mudo George Valentin (Jean Dujardin, numa atução explêndida), que em pleno auge de sua carreira é supreendido com o surgimento do cinema falado, invenção que ele ridiculariza e acha que trata-se de um modismo passageiro. Muito orgulhoso, Valentin a la Chaplin, resolve prosseguir sua carreira fazendo filmes mudos. Mas, ao contrário do genila criador do inesquecível Carlitos, Valentin não cede e acaba fracassando, vendo sua carreira decaí à ruína. Paralelamente, acompanhamos a ascensão da jovem atriz Peppy Miller (Bérénice Bejo, também com atuação excepcional), que de figurante num filme de Valentin passa a ser um estrela hollywoodiana de primeira grandeza. Ambos nutrem uma paixão um pelo outro, mas devido aos rumos opostos de suas carreiras e, principalmente, ao orgulho de Valentin, complicam a concretização desta paixão.

Com atuações excepcionais, até mesmo do cachorrinho Uggy, o grande ladrão de cena, um roteiro excepcional e uma trilha que além de dar o tom da trama e divide o protagonismo, ainda nos envolve e nos conduz para dentro da trama, neste filme que é uma belíssima homenagem à sétima arte. Sensível e nostálgico, O Artista prende atenção, nos envolve e emociona, fazendo o público viajar no tempo, durante quase uma hora e quarenta minutos de projeção. Depois de vários anos, finalmente temos um favorito ao Oscar de Melhor Filme que realmente merece, pois o filme é excelente*. Em síntese, uma obra-prima excepcional, tocante e envolvente, que agrada a todos os cinéfilos. Nota 10,0 é pouca para um filmaço tão belo. Imperdível!

Rick Pinheiro.
Cinéfilo. 

* Nota: Apesar desta postagem ser publicada dois dias após a entrega do Oscar, mantive o que foi escrito anteriormente, precisamente no dia que assistir este filmaço.

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