quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

FINALMENTE A JUSTIÇA PREVALECEU NO OSCAR.

Opinião.
Finalmente a justiça prevaleceu no Oscar.

O título desta postagem resume bem o meu contentamento com a maioria das premiações do Oscar 2012. Sinceramente, não lembro da última vez que isso ocorreu, já que a injustiça é a marca registrada da Academia, que nem sempre premia quem de fato merece. Evidente que ainda ocorreram injustiças, a mais gritante na categoria Melhor Canção Original, onde prevaleceu o barrismo norte-americano, premiando a melosa e esquecível Man or Muppet. Outra injustiça absurda foi a premiação de Meia-Noite em Paris, na categoria Melhor Roteiro Original, que tinha como concorrente o excepcional e criativo roteiro de O Artista. Com certeza, Woody Allen, que sequer teve a consideração de marcar presença na cerimônia não ficaria chateado se a justiça fosse feita e a estatueta careca fosse para o filme francês. Por fim, outra injustiça foi na categoria Melhor Maquiagem, onde a estatueta foi justamente para o concorrente mais fraco, A Dama de Ferro, já que as maquiagens dos filmes Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 2 e Albert Nobbes foram infinitamente superiores.  Mas, deixando as frequentes e absurdas injustiças, o fato é que, finalmente, depois de décadas, a justiça finalmente prevaleceu e foram premiados quem de fato merecia, em especial, com os filmes O Artista e A Invenção de Hugo Cabret, cada um com cinco estatuetas.

Quanto a cerimônia, acertaram em cheio em trazer de volta Billy Crystal (Eddie Murphy estupidamente negou ser o apresentador) que para mim ainda continua sendo um dos melhores apresentadores da festa. Crystal nos presenteou com os melhores e mais divertidos momentos da tosca mas chiquérrima cerimônia, como também as divertidas participações de Chris Rock, Will Ferrell e Zack Galifianakis. Em contrapartida, as bajulações constantes a Martin Scorcese, a desnecessária e sem graça apresentação do Cirque Du Soleil e a patética pose de modelo de Jennifer Lopez e Cameron Diaz foram as maiores chatices da festa. Mas, no geral, a cerimônia foi razoável, bem acima da média dos últimos anos, curta e direta, e de quebra ainda emocionante, graças ao alto nível dos indicados, que até fez este blogueiro aplaudir os vencedores e gritar em frente a TV alguns "Chupa Carlinhos Brown!", "Chupa Scorcese!", "Chupa Mallick!", quando estes indíviduos que particularmente não simpatizo levaram tromba nas categorias que estavam concorrendo.

Por fim, não poderia deixar de comentar as transmissões das emissoras nacionais, que mais uma vez deixaram bastante a desejar. Pelo menos a TNT começou a transmitir logo cedo, ainda com a chegada dos artistas, apesar de ter pisado feio no casal de apresentadores do pré-Oscar que abusaram no uso de expressões e pronúncias em inglês. O canal fechado também pisou feio na bola com a lenta e preguiçosa tradutora que deixou muitos diálogos passar batido. Já a Globo começou a pisar na bola logo de carra transmitindo a cerimônia apenas uma hora e meia após o seu início. E o pior foi mais uma vez escalar a tagarela Maria Beltrão que foi uma mala sem alça, sempre perdendo excelentes oportunidades de ficar calada. Como quem fala muito, mais merda está sujeito a cometer, a chata ainda soltou a pérola "A vida continua sem Oscar!", após um silêncio constrangedor ao ouvir que a música da animação Rio perdeu para a tosca canção de Os Mupperts. Pô,  além dos caras estarem concorrendo por uma música para um filme gringo, o Brasil não precisa da merda do Oscar, até porque, sem barrismo nenhum, temos um dos melhores cinemas do mundo. Como soltei após ver a tagarela se calar depois de tanto enxame que fez antes do anúncio da premiação de Melhor Canção Original: "Chupa Maria Beltrão!". O fiasco de ambas as transmissões só não foi maior, graças a presença e os comentários feitos nos devidos momentos do crítico Rubens Edwald Filho (na TNT) e do ator e cinéfilo José Wilker (na Globo), mesmo deixando o microfone aberto e deixando escapar inevitáveis tosses.

Enfim, entre poucos erros e vários acertos, fica a lição que ainda há vida inteligente entre os membros da Academia e que a justiça tarda, mas não falha. Esperamos que ela venha para ficar e que no próximo ano, ela chegue mais cedo, já no momento das indicações.

Rick Pinheiro.
Cinéfilo, surpreso e feliz com a justiça ter predominado no Oscar 2012.

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