Filmes.
Ação e terror na madrugada do Max HD.
Para um cinéfilo, depois de uma semana corrida e estressante, nada como parar na frente da TV e curtir os canais pagos que exibem bons filmes (apesar de ainda falharem em sua maioria, por exibir apenas filmes produzidos no século XXI), sobretudo os que não se renderam a atual e lastimável tendência de exibir toda programação dublada. Caso do Max HD, que na madrugada de sexta para sábado exibiu dois filmes inéditos para este blogueiro e que algum tempo desejava assistir, os quais passo a comentar a partir de agora.
Nos anos 80, os filmes de ação com ninjas eram a coqueluche, principalmente graças a extinta produtora Cannon. Quando achavamos que os ninjas estavam extintos, lembrados apenas na memória dos mais saudosistas, em 2009, os caras responsáveis pela trilogia Matrix, os irmãos Andy e Larry Wachowski, convocaram James McTeigue, diretor do sucesso V de Vingança, e ressuscitaram os sombrios e quase imbatíveis mercenários milenares em Ninja Assassino. A primeira vista parece que o filme é uma tentativa de levar os Ninjas, um pouquinho mais a sério, colocando-os mais sombrios, atacando principalmente no escuro, bem diferente dos ninjas made in Cannon, que atacavam em plena a luz do dia e, apesar de ser fraquinhos, estavam desmaiados no chão ao primeiro golpe do mocinho, seja ele o imbatível Chuck Norris (no tosco Octagon: Escola para Assassinos) ou o "engano bem, mas na verdade não luto p.n" Michael Dudikoff (o American Ninja original).
Desta vez, os ninjas são apresentados como membros de clãs milenares de mercenários, que são treinados desde criança para se tornarem máquinas mortais, que atuam secretamente e são imbatíveis nas missões que lhe são confiadas. Porém, Raizo (o sul coreando Rain), o mais habilidoso e mortal dos ninjas do clã liderado pelo impiedoso Ozunu (a lenda viva dos filmes de ninja, Sho Kosugi), resolve chutar o pau da barraca e desertar do clã, causando a ira do seu "pai" e "irmãos" ninjas, passando a ser perseguido impiedoso por eles, liderados pelo também fodão Takeshi (Rick Yune, conhecido por ser um dos vilões centrais de 007 Um Novo Dia para Morrer). Anos depois, em Berlin, Mika (Naomie Harris), uma agente da interpol, investiga e descobre a existência dos clãs de ninjas, se tornando alvo fácil, motivo para Raizo entrar em cena e acertar as contas com o seu passado.
Ficou apenas na aparência os ninjas serem levados à sério, já que a única diferença entre esta versão, lançada nos cinemas exatos dois anos atrás, e as produções oitentistas limita-se apenas nas retrições orçamentárias, já que Ninja Assassino é uma super-produção, muito bem caprichada visualmente, a ponto de apelar para o exagero sanguinolento, mas com roteiro fraco e repleto de furos, bem à moda antiga, logo, diverte, sem compromisso. As atuações, à exemplo dos clássicos "B" de saudosa memória, são razoáveis, nada de extraordinárias e marcantes. Com certeza a produção merece mérito por ressuscitar o tema e também o grande ícone deste sub-gênero de ação, Sho Kosugi, que estrelou, bem no comecinho dos anos 80, os primeiros filmes sobre ninjas.
Em síntese, com um apelo visual forte, que torna o filme um atrativo perfeito para a nova geração acostumada com games violentos, sequências de ação eletrizantes, Ninja Assassino é um razoável filme de ação, que cumpre direitinho o seu papel e apresenta a velha e batida história com os mesmo furos daquela época (aqui também os imbatíveis e quase imortais ninjas, correm de medo e se ferram, quando um exércitozinho invade seu esconderijo, mandando bala para tudo que é lado), com a cara dos nossos dias. Descartável e previsível, mas, divertido. Nota 7,5.
Logo após o exagero sanguinário dos ninjas, foi a vez do terror Quarentena, versão norte-americana, cagada e cuspida, do espanhol [Rec]. A trama é a mesma daquele (e único) interessante filme da modinha atual de fazer filmes com atores desconhecidos, tentando passar como material real, sub-gênero, que não me agrada. Uma equipe de reportagem, formada absurdamente apenas por uma repórter gostosinha e seu cameraman, está realizando um documentário sobre o Corpo de Bombeiros e acompanha uma dupla destes heróis da vida real numa ocorrência aparentemente rotineira. Mas, chegando no prédio, são confirnados lá dentro e se deparam com uma inexplicável doença, que tornam as pessoas violentamente hostis, comportando-se como se fossem cães raivosos.
Ao contrário do original espanhol, Quarentena é chato, entediante e não convence em nenhum momento como material real, sub-gênero que Hollywood sabe produzi bem (Não é porque não gosto deste tipinho de filmes que não possa reconhecer os méritos de alguns deles.). Em síntese, um filminho nota 1,5. Sem mais comentários.
Rick Pinheiro.
Cinéfilo.
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