segunda-feira, 11 de abril de 2011

DRAMALHÃO ESPÍRITA.

Filmes.
Dramalhão espírita.

É inegável que vivemos uma boa safra do nosso cinema nacional. Quem acompanha este blog sabe que nos últimos meses, assistir e postei comentários sobre ótimos filmes produzidos em nosso país. Mas, como o cinema de qualquer nacionalidade, não vive somente de boas produções. Para cada safra de excelentes filmes, sempre tem um filme tosco, principalmente os estrelados pela Xuxa, e mais recentemente os de temática espírita, como é o caso de As mães de Chico Xavier, que acabei de conferi, na tela do Cine Maceió 2.

Antes de mais nada, quero fazer o mesmo esclarecimento que fiz antes comentar Nosso Lar (disponível em: http://blogdorickpinheiro.blogspot.com/2010/10/catecismo-espirita-de-vinte-milhoes-de.html), alguns meses atrás. Meus comentários nesta postagem é simplesmnte de um cinéfilo e não de um católico, convicto da fé, que como tal, não acredita e nem aceita o espiritismo. Minha fé é uma coisa, meu gosto pela sétima arte é outra. Um cinéfilo que for assistir um filme que sobre uma fé diferente da sua, deve ir sem preconceitos, encarando-o como obra de ficção. Caso contrário, eu não gostaria de outros filmes de temática espírita, como é o caso dos bregas Ghost: do outro lado da vida e Além da Eternidade, das comédias Um Espírito baixou em Mim, O Céu pode esperar, o drama/suspense Um Olhar do paraíso. Feito o devido  esclarecimento, vamos aos meus comentários sobre mais um filme tosco do nosso cinema.

O grande problema dos filmes nacionais de temática religiosa, seja espírita ou católica, é o exagero no dramalhão, como se todo filme com esta temática, tivesse a obrigação de emocionar o público de qualquer jeito. As mães de Chico Xavier comete esta mesma falha. O enredo é uma colcha de retalhos de várias tramas, e basicamente gira em torno de um jornalista e, evidentemente, das três mães que dão título ao filme: uma que perdeu o filho para as drogas, outra que perdeu o filho com apenas 04 anos de idade e uma mãe, que pretende abortar e perde o namorado. Apesar do título, o médiu Chico Xavier é mero coadjuvante, que aparece em alguns momentos do filme, para soltar frases da sua filosofia religiosa. Somente no final do filme é que o trio de mães que protagonizam o filme vão ao encontro do médium Chico Xavier, em busca de conforto para a suas dores pessoais.


O roteiro é fraquíssimo e não aprofunda as personagens, o que acaba nem cativando, nem comovendo o público. Os atores até se esforçam, mas o roteiro e a direção, que irônicamete coube a dois diretores, não ajudam. O veterano Nelson Xavier, que  repete o papel do médium Chico  Xavier do filme homônimo do ano passado, se destaca, mas nem ele escapa da forma didática de interpretar o texto, usada exaustivamente em Nosso Lar. O resultado são fracas e exageradas atuações, um dramalhão vergonhoso, que faz corar de vergonha até mesmo os atores das novelas mexicanas.

O péssimo roteiro, as interpretações forçadas e a trilha chatísisma e insuportável, fazem de As mães de Chico Xavier o mais fraco dos três filmes lançados em comemoração ao centenário do médium Chico Xavier. Com certeza, até os adeptos do espiritismo devem ter se decepcionado com este filme. Primeiro fortíssimo candidato a pior filme lançado este ano.

Ah, um detalhe, no mínimo curioso: no final, exibe-se uma mensagem dizendo que o filme é dedicado as crianças que são abortadas, acompanhada de uma frase de Madre Tereza de Calcutá sobre o tema. Para mim, não somente uma homenagem as vítimas inocentes, mas também um forma de agradar aos católicos, que, lamentavelmente, é que fazem dos filmes de temática espírita campeões de bilheteria.

Rick Pinheiro.
Cinéfilo.

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