sábado, 18 de dezembro de 2010

AUSÊNCIA DE CRIATIVIDADE: O INIMIGO MORTAL DO SUPERMAN.


Como fã e admirador apaixonado pela arte de interpretar confeso que não sei o que é pior: péssimos atores ou excelentes atores sendo desperdiçados em produções como péssimos roteiros, como no caso da atual e última temporada de Smallville, minha série favorita.

Quando a série iniciou, no começo da década, precisamente em 2001, fomos presenteados com um produto excelente: bons e carismáticos atores, uma trama que narrava a adolescência do futuro Superman, Clark Kent, em roteiros que prendia a nossa atenção a cada episódio. Sem dúvida, Smalville chegou para ficar e até mesmo conseguiu algo muito raro numa adaptação dos quadrinhos: a aprovação dos fãs mais apaixonados, que inclusive, até aceitaram a presença de personagens que nos quadrinhos o herói só iria encontrar quando adulto (só faltou mesmo o Bruce Wayne/Batman dar as caras). Enfim, uma proeza, que até onde eu saiba, nenhuma outra adaptação, seja para o cinema ou para a TV, conseguiu.

Depois de uma primeira temporada de apresentação da ideia, vieram as outras temporadas, onde tudo melhorou. A série televisiva ganhou status de super-produção cinematográfica, atraindo inclusive a participação de grandes astros do cinema, em especial, os que atuaram nos filmes originais da série Superman. Os efeitos especiais são de primeira, não devendo a nenhuma super-produção do cinema. As interpretações cada vez se aprimorando. E os roteiristas mostraram toda sua criatividade, dando uma nova gênese que criaram ao homem de aço. Evidente, que tiveram alguns episódios ruins, onde a criatividade não foi explorada, mas nenhum destes eventuais episódios baixaram o excelente alto nível da série.

Um ponto de destaque no enredo, sem dúvida é o processo de desenvolvimento da rivalidade entre Superman e o seu arqui-inimigo Lex Luthor, durante as temporadas. Se na primeira temporada, Clark Kent e Lex Luthor eram amiguíssimos, nas temporadas seguintes, gradualmente foram se afastando, até chegar ao ponto de rivalidade que os fãs estavam aguardando ansiosamente. Isso, graças ao excelente roteiro, e a interpretação brilhante de Michael Rosenbaum, que soube trabalhar de forma magistral toda mudança do seu riquíssimo personagem Lex Luthor.

Tom Welling, de forma mais contida, também não ficou atrás, trabalhando de forma competente todas as mudanças que o futuro Superman passava. Os dois protagonistas, somado ao time de também talentosos coadjuvantes, só elevaram o bom nível de interpretações na série, tornando-a, na minha opinião, a melhor série televisiva de todos os tempos. Concordando comigo ou não, todos temos que reconhecer que Smallville é um marco na história da televisão mundial.

Numa destas ironias inexplicáveis, até agora, nenhum destes talentosos atores, avançaram em suas carreiras. Welling desperdiçou o seu talento numa pequena participação nos dois filmes da comédia familiar Doze é Demais. A lindíssima e também talentosa Kristin Kreuk, que interpetava o primeiro grande amor do herói, Lana Lang, fez pequenas participações em comédias adolescentes. A também linda e talentosa Érica Durance, que dar vida a Lois Lane, pagou um micaço no tosco Efeito Borboleta 2.  Já Michael Rosenbaum, provavelmente devida a careca que precisava manter para interpretar Luthor foi o mais prejudicado, e encontramos sua participação no cinema antes da série, também em pequenas participações em comédias teens e no ótimo filme de terro Lendas Urbanas, em todas essas já demonstrando ser um excelente ator. Mais espantoso ainda é o caso da também lindíssima e talentosa Alisson Mack, que até a temporada passada deu vida a simpática melhor amiga do herói, Chloe Sullivan, que simplesmente até agora e onde eu sei, não deu as caras na telona. Afinal, o que se passa na cabeça dos produtores hollywoodianos que não conseguem descobrir jovens promissores talentos diante dos seus olhos?


A série começou a dar sinal de esgotamento na sétima temporada. Curiosamente, a que tinha tudo para ser a melhor da série, pois trazia o embrião da futura Liga da Justiça e a Supergirl, prima do herói, interpretada de forma competente pela lindíssima Laura Vandervoort (aliás,como já perceberam uma das características da série é nos presentear com talentosas e estupidamente lindas atrizes). Porém, já começaram aparecer com mais frequência a falta de criatividade. A Supergirl não foi bem aproveitada, sendo despediçada em boa parte dos episódios. Já a anunciada e aguardada formação da Liga limitou-se apenas a um bom episódio. Não assistir ainda as duas temporadas posteriores, mas por esta última percebo que só piorou.

No começo tive a grata decpção em saber que o vilão Luthor tinha morrido na temporada anterior, sendo substituído por um tosco clone ainda criança. Para constatar que a teoria "Tiriricadiana" de "Pior que está, não fica!" é totalmente errônea, os esgotados roteiristas inventam de dar chá de sumiço a carismática personagem Chloe Sullivan. Talvez tenha sido opção dos próprios atores em sair da série, já prevendo a merda que estava por vim ou estupidez dos roteiristas. O fato é que a saída dos dois personagens (pelo menos até agora), interpretados por excelentes atores só contribuíram para o triste desfecho que a série está se encaminhando.

Como se o desfalque dos excelentes atores e seus interessantes personagens não fosse o bastante para rebaixar o bom nível que até então a série tinha, até agora a temporada não saiu do ponto morto. Com um pouco mais de um mês de exibição em nosso país, assistimos a episódios fracos, com muita falação e quase nenhuma ação, perdendo muito tempo no romance entre os pombinhos Kent e Lane (lembrando a péssima e tosca série dos anos 90 Lois e Clark: As novas aventuras do Superman), enquanto rola uma campanha popular, de defensores e anti-heróis, numa imitação descarada dos primeiros filmes da série X-Men.

Deste do começo a série convergia para esta anunciada décima e última temporada, e por isso, está sendo uma grande decepção, depois de nove anos acompanhando e ansiando para que Clark Kent finalmente se tornasse o Superman, assistir a episódios medíocres, com roteiros sem criatividade e sem ação, onde é nítido que os atores estão sem ter muito o que fazer, totalmente perdidos, diante do péssimo material. Nem mesmo a participação da Supergirl e do pai da Lois, interpretado pelo excelente ator e sempre vilão coadjuvante Michael Ironside, empolgou e colocou a série no pique de outrora. 

Uma pena mesmo ver que Smallville, o melhor seriado televisivo, ao invés de encerrar com chave de ouro, está se encaminhando para um desfecho tosco, sem sal, totalmente decepcionante e inferior ao status conquistado.
Rick Pinheiro.
Fustrado com a atual temporada de Smallville.

O cartaz está arretado, mas até agora, a série tá uma merda.
Seria um caso de propaganda enganosa?


Romance entre Clark e Lois enche linguiça na nova temporada.
Nem em novela mexicana se perderia tanto tempo.


Laura Vandervoot que interpreta a Supergirl.
Uma das características da série é nos presentear com talentosas e lindas Super-garotas.


Mesmo com o risco de alguém interpretar mal, tenho que admitir:
o careca faz falta em Smallville.


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