Mais um ano se foi! Um ano para nós cinéfilos que não foi nada bom. Pipocaram sequências, remakes, reboots, prequels, e pouquíssimas inovações. Tanto que das dez maiores bilheterias do ano passado, apenas um filme, não fazia parte de uma franquia. Além disso, tivemos um problema recorrente nos lançamentos que até tinham boas ideias, mas, jogadas no lixo por seus roteiristas. Enfim, tivemos uma safra tão problemática que, particularmente, tive problemas em fechar esta lista dos dez melhores filmes, tendo que recorrer para finalizá-la com filmes que obtiveram nota 7,5, algo inédito na história do nosso blog. Obviamente, o critério aqui é único e exclusivo de acordo com meu gosto pessoal, então, não me xingue se filmes como Ainda Estou Aqui e Divertida Mente 2 não estejam na lista. Sugiro que elabore a sua própria nos comentários. Sem mais delongas, vamos ao que interessa.
10. A Substância.
Abrimos a nossa lista com uma provável polêmica, afinal, estamos falando da grande surpresa do ano, que está no topo de muitas listas dos melhores do ano. Méritos para isso tem de sobra, e só não está na nossa, pois realmente a decaída no roteiro a partir do terceiro ato me atrapalhou bastante ter gostado mais do filme. Mesmo assim, é inegável que A Substância é um filme criativo, bem acima de média, que envolve e prende a nossa atenção do começo ao fim, e de quebra, ainda somos presenteados com a primorosa direção de Coralie Fargeat, e com as excelentes atuações dos veteranos Demi Moore e Dennis Quaid, e da jovem Margaret Qualley.
9. O Dublê.
Outra grande agradável surpresa do ano, mas, que infelizmente não teve a mesma repercussão e sucesso de bilheterias de A Substância. O diretor e ex-dublê David Leitch homenageia sua antiga profissão e nos presenteia com um filme de ação bobo, que não se leva a sério a muito tempo, mas, muito divertido. A química entre Ryan Gosling e Emilly Blunt, claramente se divertindo em fazerem o filme é um show à parte.
No ano em que tivemos uma enxurrada de sequências, a dupla Will Smith e Martin Lawrence continua firme e forte, e consegue mais uma vez a proeza de entregar um filme do mesmo altíssimo nível dos outros da franquia. Com a costumeira ação frenética e timming de humor na medida certa, o filme ainda traz a agradável surpresa de conhecemos uma nova faceta de herói de ação de um antigo personagem da franquia. que tem tudo para alçar mais voos dentro dela (quem sabe até estrelar um spin-off).
Quem diria que a essa altura do campeonato, a icônica franquia de ficção e terror ganharia um novo ótimo exemplar. O responsável pelo feito foi o competentíssimo diretor Fede Alvarez, que reascende a franquia com um filme tenso e envolvente do começo ao fim, à altura dos insuperáveis clássicos primeiros filmes, dirigidos pelos mestres Ridley Scott e James Cameron.
Num ano em que tivemos alguns poucos bons filmes de ação porradeiro, Jason Statham surpreendeu e garantiu que pelo menos um brucutu marcasse presença em nossa lista. É bem verdade que em Beekeeper não inventa a roda, já que o filme tem a batidíssima premissa da vingança pessoal. Mas, foi o suficiente para que o pouca-telha casca grossa, junto com o diretor David Ayer, nos entregassem um filme de ação à moda antiga muito divertido e empolgante.
Num ano ótimo para as animações (tanto que das dez maiores bilheterias do ano, quatro são do gênero), esta adaptação do romance infanto-juvenil foi para mim o grande destaque, Merecidamente, acabou se tornando o mais indicado ao Annie Awards, o Oscar das animações, temos aqui um filme muito tocante e emocionante. Uma daquelas preciosidades feita na medida acerta para agradar não somente a criançada, mas, ao adultos também.
Imortalizado como o Homem de Aço, o saudoso Christopher Reeve ganhou no ano passado emocionante documentário, que conta sua trajetória de vida. De tão bem realizado, acabou despertando atenção dos engravatados da Warner, que percebendo a preciosidade, o lançou no cinema. Um espetacular tributo ao Superman das telonas e da vida real.
Quinta adaptação para as telonas da clássica obra do mestre Alexandre Dumas, o épico francês dirigido pela dupla Matthieu Delaponte e Alexandre de La Patellière é um filme tão envolvente do começo ao fim, que sequer percebemos nem por um instante as quase três horas de duração. Direção primorosa, ótimas atuações e uma parte técnica impecável fazem de O Conde de Monte Cristo um espetáculo épico, que merecidamente, sobe no nosso pódio.
Falando em espetáculo épico, impossível não falar deste espetáculo conduzido pelo mestre Denis Villeneuve. Mais uma vez, o cara se supera, e conduzindo um elenco estrelar e uma equipe técnica competentíssima, nos presenteia com um filmão espetacular, envolvente e emocionante do começo ao fim. Ao mesmo tempo que fecha um círculo, Villeneuve continua na saga, já que garantiu um terceiro filme, Duna: Messias, que se passará doze anos antes. Leva a prata, mas, praticamente empatado com o nosso primeiríssimo lugar.
O desempate entre dos dois primeiros colocados da nossa lista acabou sendo no critério diversão, o que fez com que o terceiro filme do Mercenário Tagarela fosse o nosso Melhor Filme do Ano. Por mais que os amigos de longa datas, Ryan Reynolds e Hugh Jackman, tivessem nos deixado ansiosos, eles acabaram se superando, pois somos presenteados com um filme empolgante e engraçado do começo ao fim. A química perfeita entre Reynolds e Jackman são um show à parte. E as surpreendentes participações especiais são as cerejas do bolo deste filme, que trouxe à Marvel Studios um alívio momentâneo.
MENÇÕES HONROSAS.
No ano marcado pela nostalgia, onde pipocaram sequências tardias (e boa parte, também desnecessárias), quem me surpreendeu positivamente foi a Netflix, que proporcionou ao impagável Eddie Murphy, o retorno ao personagem responsável pelo seu estouro como astro. Na companhia de velhos rostos e novos da franquia, Murphy esbanja todo seu carisma como seu não tivesse saído do icônico por trinta anos.
Aos 94 anos de idade, o icônico Clint Eastwood conduz um elenco estrelar com ótimas atuações, e nos entrega um suspense/filme de tribunal envolvente do começo ao fim. Se for de fato o último filme de sua carreira (se bem que já foi ventilado que ele está lendo roteiros para rodar mais um filme), Eastwood encerra com chave de ouro.
Quem realmente se aposentou foi o veterano Michael Caine que se despede em grande estilo, neste tocante filme baseado em fatos. O filme acabou sendo também o último da sua parceira de cena, Glenda Jackson, falecida após as gravações em 2023.
Geralmente, filmes com animais são emocionantes e bem divertidos. Esse anos tivemos logo dois, que mesmo não trazendo novidades ao subgênero, conseguem cumprir a regra de formas bem competentes. Mesmo quando abusa da nossa boa vontade, quando por exemplo, ao escalar o francês Jean Reno para interpretar um pescador brasileiro em Meu Amigo Pinguim.
Rick Pinheiro.
Cinéfilo alagoano.
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