sexta-feira, 19 de novembro de 2021

DO MENOR PARA O MELHOR: CHARLES BRONSON NA CANNON.

Decadente para alguns, divertido para outros, o fato é que o período que o saudoso Charles Bronson como um dos grandes astros da mitológica produtora de filmes B oitentista Cannon Films foi o destaque final da brilhante carreira do icônico bad ass com cara de nenhum amigo. Se vivo estivesse, Bronson completaria cem anos no último dia 03 de novembro. Para marcar a data e prestar uma simples, porém, carinhosa homem a este grande ícone do cinema, resolvi, após mais de um ano,  voltar a fazer listas aqui no blog (realmente, é um tipo de postagem que requer um tempo meaior para sua elaboração, tempo est que com o ensino remoto acabou ficando escasso), listando do mais fraco ao melhor, os filmes de Bronson na Cannon. Enfim  mais rápido que Paul Kersey mandando para o saco um monte de membros de gangues de Nova Iorque, vamos a nossa lista.


Começo a lista com uma queimada de neurônios homérica, afinal, estão disputando simplesmente os dois dos piores filmes não somente de Bronson na Cannon, mas também de sua carreira e do próprio estúdio. E um minúsculo detalhe acabou fazendo a diferença para que Assassinato nos Estados Unidos segurasse a lanterna na nossa lista: a propaganda enganosa. No lugar de um Bronson à la Chuck Norris mandando a bandidagem para o saco a tiros de bazuca como o marketing do filme nos leva acreditar, temos aqui o saudoso ator como um apático agente do serviço secreto que retorna ao trampo para ser babá da nova primeira-dama dos States, uma dondoca chata pra caralho O mais triste é que esta merda acabou sendo o ultimo filme que Bronson atuou ao lado da sua saudosa esposa, Jill Ireland, que viria a falecer três anos depois.

Outro filme que é um dos piores de Bronson e da Cannon é essa bomba lançada entre Desejo de Matar 3 e 4. Para piorar o estrago e aumentar o meu ranço com o filme, tive o desprazer de assisti-lo na péssima dublagem raiz (não pelos profissionais envolvidos, mas, pela tosca tradução, criando expressões escrotas para substituir os palavrões como "Excremento de rato" e "Vai tomar nas ostras"). Mas, a derrapada horrível da (quase) sempre impecável dublagem tupiniquim é nada, diante da ruindade do filme que vai do péssimo roteiro a péssima produção abaixo até mesmo para os padrões da Cannon, que no ano do lançamento dessa bosta, estreou absurdamente outras 42 produções.

Não se deixe enganar com o subtítulo pomposo. O penúltimo filme da jornada vingativa  do vigilante Paul Kersey acaba sendo o pior da franquia. A premissa interessante, que coloca o icônico vigilante mandando para o saco vários traficantes, quando na verdade está sendo manipulado por um que quer eliminar a concorrência, é desperdiçada num péssimo roteiro. A produção paupérrima também não ajuda, e só piora a ruindade do filme. Frustrante, não faz jus a franquia, muito menos a Bronson e o seu parça, o também saudoso J. Lee Thompson.

Penúltimo filme de Era Cannon de Bronson, marcado pelo seu desinteresse na carreira por causa da doença da sua esposa, Jill Ireland. Considerado por muitos como seu pior filme na extinta produtora, o festival de erros já começa na premissa ao colocar o saudoso ator como um repórter que investiga o assassinato de uma família de mórmons numa comunidade isolada. Poderia até surpreender e sair na mesmice, já que nos filmes do estúdio, Bronson alternava o vigilante Paul Kersey com homens da lei, se não trouxesse uma trama tão fraca e um protagonista que está muito mais para um policial do que um repórter., o que enterra na merda a intenção de sair da mesmice Não fede, nem cheira, não é a toa que é um dos filmes de Bronson e também na Cannon que caiu no esquecimento.

4. Desejo de Matar 2. 

Chega de falar de filmes e vamos falar dos top, começando justamente com o filme que marca o início da parceria Bronson e Cannon. A primeira continuação do polêmico clássico setentista entra na seleta lista das continuações superiores aos originais, graças ao ótimo roteiro que expande a saga de justiça com as próprias mãos de Paul Kersey, e repete algumas situações do original, melhorando-as consideravelmente. Sem dúvida, é o filme da franquia com o melhor roteiro, e só não é o melhor, por motivos que serão ditos daqui a pouco.

Segundo filme de Bronson na Cannon, 10 Minutos para Morrer é considerado por muitos como o melhor filme do ator no estúdio. Só pela ideia de colocar o vilão como um serial killer que ataca suas vítimas como veio ao mundo, tinha tudo para este clássico dos saudosos tempos do Domingo Maior ser uma gaiatice das grandes. Mas, somos surpreendidos por um ótimo filme policial, que envolve e prende a nossa atenção do começo ao fim, Simplesmente, um dos melhores filmes da parceria do ator com o diretor J. Lee Thompson.

2. Desejo de Matar 3.

Reconheço que Desejo de Matar 2 é o filme da franquia com o melhor roteiro. Porém, a trama do filme acaba caindo no esquecimento em comparação ao festival de sequências icônicas da sua continuação direta. Contando com o diretor dos dois primeiros filmes, Michael Winner, os picaretas geniais que comandavam a Cannon Films devem ter convencido o cara a abandonar a pegada mais realista dos anteriores, ligar o modo "foda-se!" e pegar carona no boom do "Exército de um homem só" daquele ímpar ano de 1985, transformando o vigilante num verdadeiro Rambo urbano da terceira idade. E sem ficar atrás dos brucutus bombadões da época, com direito até no final, ir embora calmamente à la Rambo e John Matrix depois de ter detonado a porra toda, com as autoridades chegando com a missão apenas de limpar a bagaceira da Terceira Guerra promovida por ele. Além de ser disparado o mais divertido e lembrado filme da franquia, tenho uma memória afetiva a mais por Desejo de Matar 3, por ser o primeiro e único filme do Charles Bronson que vi numa sala de cinema.

Se dependesse da memória afetiva ou se esta lista tivesse sido elaborada na minha adolescência, com certeza, Desejo de Matar 3 estaria no topo. Mas, o último filme de Bronson na Cannon, e também da sua parceria com o diretor J. Lee Thompson, acaba levando vantagem por unir as principais qualidades dos seus dois colegas de pódio, ou seja, ser um envolvente e cativante filme policial, ao mesmo tempo que é divertido pelas porralouquices apresentadas. Estas a nível que fazem a galerinha do mimimi ter um infarto fulminante depois de espumar de raiva e indignação, gritando "ista" e "fóbico". Bronson vive um policial fodão que passa por cima de tudo e de todos para botar para foder com a bandidagem que explora sexualmente meninas. E muitas vezes, literalmente, seja enfiando um consolo no toba de um pedófilo endinheirado ou um jogando o cafetão numa cela cheia de bandidos barra-pesada na seca, comandados por um mal encarado Danny Trejo, numa ponta em começo de carreira.. Acredito que seja por causa de personagens icônicos fodásticos que os fãs do cinemão testosterona amam, como o vigilante Paul Kersey e o Tenente Crowe em Kinjite, que a grande mídia, formada por uma maioria massacrante progressista, absurda e vergonhosamente tenha ignorado o centenário deste grande ícone da sétima arte.

Rick Pinheiro.
Cinéfilo alagoano, saudosista do durão centenário Charles Bronson.

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