terça-feira, 31 de março de 2020

O PODER DESTRUTIVO DA INVEJA.

 = Excepcional. /  = Muito bom. /  = Bom./  = Regular. / = Fraco. / Coco do Cachorrão= Preciso mesmo dizer?.

A Casa (Hogar).
Produção espanhola de 2020.

Direção: Àlex e David Pastor.

Elenco: Javier Gutiérrez, Mario Casas, Bruna Cusí, Ruth Diáz, entre outros.

Blogueiro assistiu no streaming (Netflix) em 31 de março de 2020.

Sinopse: Javier Muñhoz (Gutiérrez) é um publicitário que está desempregado e passando um momento difícil em sua vida, tendo que mudar seu padrão de vida. Ele acaba desenvolvendo uma inveja obsessiva pelo homem (Casas) e sua família que foram morar na sua antiga casa. A partir de então, ele deixa de lado sua própria vida e família, passando a criar e a pôr e em prática um plano diabólico contra os novos inquilinos.

Comentários: Mais um filme espanhol da Netflix que vem dando o que falar, chegando até mesmo ser comparado com o ganhador do Oscar, Parasita. Ao contrário de O Poço, A Casa não é um filme criativo, repleto de alegorias e com mensagens ideológicas. Pelo contrário, é o típico thriller de suspense, bem clichezão. Mas, isso não significa que seja ruim, pois, é muito bem realizado, desenvolvido, com um ótimo roteiro e excelentes atuações, principalmente do protagonista Javier Gutiérrez que brilha e entrega simplesmente um dos vilões mais frios, psicóticos e filho da puta da sétima arte. O resultado não poderia ser outro: um filmaço merecedor de todo o sucesso que vem obtendo. Imperdível! Cotação / Nota: 8,5.

Rick Pinheiro.
Cinéfilo alagoano.

FILME E MERDA DO MÊS: MARÇO/2020.

FILME DO MÊS:

Foram apenas duas semanas de estreias nos cinemas antes de fecharem pela quarentena imposta por causa da maldita pandemia. Mas, o suficiente para conferimos dez filmes e conseguimos realizar a nossa escolha mensal dos destaques, inclusive, tendo um empate. E não pense que  os nossos escolhidos só estão aqui pelo drástico imprevisto ocorrido, pois, com certeza, se tudo tivesse saído como planejado, no mínimo, receberiam nossa menção honrosa nossa. Minhas apostas eram que Mulan Um Lugar Silencioso - Parte 2 (admito que tinha uma pequena esperança que Dois Irmãos e Bloodshot surpreendessem, mas, pelo menos, não fizeram feio) seriam empatados nosso Filme do Mês. Mas, ironicamente, quis o destino que o empate fosse entre duas comédias: Jexi, um Celular Sem Filtro e Aprendiz de Espiã, que chegaram de forma despretensiosa e surpreenderam. Tanto a comédia adulta que cutuca com o vício nosso de cada dia do celular, como a infantil que traz Dave Bautista como mais um brucutu em parceria com um pirralha, nos proporcionaram gostosas gargalhadas, como se nos preparassem para esse tempo sem graça que estamos vivendo.

MENÇÕES HONROSAS*:

Com ou seu quarentena, é óbvio que abriríamos uma exceção para fazer uma menção honrosa a dois filmes lançados no streaming. Afinal, os fenômeno espanhóis  O Poço  e A Casa são dois filmaços, que merecidamente vem dando o que falar. O primeiro é um filme inteligente e ao mesmo tempo um típico filme pipoca para os que apreciam um bom suspense/terror/ficção. Criativo, ideológico, mas, sem ser chato ou lacrador, um filme que, merecidamente, vem dando o que falar, e continuará assim por um bom tempo. Já o colega compatriota, praticamente não traz novidades, pois, é um thriller de suspense bem padrão. Porém, é tão bem executado, que consegue dar um ótimo gás ao gênero. Uma prova viva que os bons e velhos clichês, quando bem utilizados, podem render um filmaço.

MERDA DO MÊS:

Infelizmente, duas semanas também foram suficientes para gastar minha grana e meu preciosíssimo tempo assistindo filmes ruins, e o pior que foram logo três. O mais tristes que todos são os únicos filmes nacionais que chegaram aos cinemas nesse mês. Por mais que tenha feito sucesso em festivais, e ganhe elogios rasgados da crítica, realmente, impossível para mim e a meia dúzia de pessoas que estavam na mesma sessão torturante, não achamos Meio Irmão uma bosta de filme, chato pra caralho, entediante e irritante, que só nos provoca o mesmo arrependimento do icônico Chaves que seria melhor ter ido assistir o filme do Pelé. Não entra na minha cabeça o porquê de tanto elogios para uma bosta como essa, como também que a comédia calcinha totalmente sem graça Solteira Quase Surtando consiga agradar alguém até mesmo do seu público alvo... Também ganhando elogios pelos festivais e da crítica, Fim de Festa leva uma minúscula vantagem em relação ao seus colegas de empates na merda por conseguir manter o nosso interesse, mas, sem deixar de ser também um lixo que só emporcalha o nosso cinema tupiniquim.

MENÇÃO HORROROSA:

O Poço é uma prova que um filme pode ser ideológico, sem ser chato e forçar a barra. E existem outros bem menos criativos que também são isso. Mas, também existem uma porrada de filmes, sobretudo atuais, que na ânsia de querer passar e até impor o recado ideológico, acabam prejudicando o resultado final. Por incrível que pareça, Seberg Contra Todos não encaixa nesse grupo, pois, mesmo com o prato cheio para se lambuçar na lacração, surpreende por não fazer isso. Vale salientar que não é um filme ruim. Mas, a sensação que poderia muito melhor é gritante, pois, acaba sendo bastante prejudicado por um fraco roteiro, prejudicando o resultado final. Por isso, leva nossa menção nada honrosa. Pelo menos, não é chato, desperta o nosso interesse em procuramos saber mais sobre o fato em que se baseia, e de quebra, é mais um veículo para Kristen Stewart provar que sabe atuar, e muito bem.

Rick Pinheiro.
Cinéfilo alagoano, pedindo a Deus que essa pandemia acabe o quanto antes e possamos voltar às nossas amadas salas de cinema.

* REFORMULADA APÓS A POSTAGEM.

segunda-feira, 30 de março de 2020

HERÓIS SABOTADOS.

 = Excepcional. /  = Muito boa. /  = Boa./  = Regular. / = Fraca. / Coco do Cachorrão= Preciso mesmo dizer?.

Titãs - 2ª Temporada (Titans - Season 2).
Produção estadunidense de 2019.

Direção: Carol Banker, Nathan Hope, Kevin Tancharoen, Glen Winter, Nick Gomez, Alex Kalymnios, Akiva Goldsman, Toa Fraser, Boris Mojsovski, Kevin Sullivan, Millicent Shelton e Larnell Storvall.

Elenco: Brenton Thwaites, Anna Diop, Teagan Croft, Ryan Potter, Curran Walters, Connor Leslie, Minka Kelly, Alan Ritchson, Joshua Orpin, Chelsea T. Zang, Esai Morales, Iain Glen, entre outros.

Blogueiro assistiu no streaming (Netflix) de 28 à 30 de março de 2020.

Sinopse: Baseada em personagens das HQs da DC Comics. Após unirem forças para ajudar Rachel (Croft) a enfrentar o pai demoníaco Trigon (Seamus Dever), impedindo-lhe de dominar o universo, os heróis que compunham o extinto grupo Titãs tomam rumo diferentes. O ex-Robin, Dick Grayson (Twaites) resolve reativa o grupo com uma nova formação, contando inicialmente com Rachel, Gar (Potter) e o impulsivo atual Robin, Jason Todd (Walters). Mas, o que ele não contava é com a volta do antigo inimigo Exterminador (Morales), responsável direto pelo fim da primeira formação do grupo, que com muito sangue nos olhos e seco de vingança, deseja ferrar os heróis.

Comentários: Uma das poucas vantagens deste inédito momento difícil que estamos passando é que temos um tempo livre para colocar as nossas séries favoritas em dia. E tratei logo de maratonar essa série do streaming DC Universe e que no Brasil é uma produção exclusiva da Netflix. Após uma ótima temporada de estreia, a série ganha uma temporada que tinha tudo para superar. E até consegue ligeiramente, principalmente, por ter uma parte técnica ainda mais melhorada, que deixa a série nesse ponto com uma qualidade a mais que as demais baseadas em HQs, incluindo as do Arrowverse, e por trabalhar melhor alguns dos personagens já conhecidos e introduzi novos personagens, em especial, o Exterminador (que conta com uma excelente atuação do veterano Esai Morales),, e correndo por fora, Superboy, Kripto e Bruce Wayne. Mas, infelizmente, por outro lado,acaba também sendo o responsável por sabotar todo potencial da série.

Com apenas treze episódios, dois a mais que a temporada de estreia, o roteiro da série acerta bastante, principalmente, do segundo ao oitavo episódio, trazendo uma trama envolvente, cativante, envolvente, divertida, sem deixa de cometer alguns pequenos deslizes, como alguns furos, incoerências e uns draminhas tolos, principalmente, a fraquíssima motivação infantilizada dos membros do grupo se separarem na metade da temporada. Mas, as grandes falhas estão no primeiro episódio, que traz um desfecho frustrante para o confronto deixado em aberto no final da temporada anterior, e erram de vez a mão a partir do nono episódio, onde as falhas citadas anteriormente são elevadas à enésima potencia, somadas a vários arcos pessimamente trabalhadas (a dupla vilania da série seria bem melhor se fosse desenvolvida em cada metade da temporada, ao invés de paralelamente), e ainda com direito de trazer no episódio final uma das mortes de herói mais ridícula da história das adaptações das HQs.

Apesar de tudo isso, a segunda temporada Titãs não é ruim. Muito pelo contrário, realmente é muito boa, e cumpre bem suas missões de elevar a qualidade da série, confirmando entre as melhores baseadas em heróis das HQs. Diverte e empolga bastante, mantendo o nosso interesse durante toda temporada (dar para maratonar tranquilamente num só dia, algo que só não fiz, apenas por dar algumas pausas pontuais a fim de assisti alguns filmes) e despertando a ossa ansiedade pela próxima temporada. Mas, sem deixar a sensação de frustração por vemos um grande potencial sendo desperdiçado, auto-sabotado pelo roteiro. Indiscutivelmente, está no caminho certo, e ficamos na torcida que na próxima temporada resolvam esse grave problema. Cotação / Nota: 7,5.

Rick Pinheiro.
Cinéfilo alagoano.