quarta-feira, 31 de julho de 2019

FILME E MERDA DO MÊS: JULHO/2017.

FILME DO MÊS:

Foram pouquíssimas idas aos cinemas em virtude da temporada de férias de meio de ano, onde as salas são ocupadas por semanas com produções voltadas para toda família. Mas, em compensação, que mês! Dos seis lançamentos que assistimos, metade são filmaços, o que acabou gerando um inevitável empate técnico entre eles. O primeiro não poderia ser outro: O Rei Leão. O remake da clássica animação noventista, que está bombando nas salas mundiais, em especial, nas tupiniquins onde de cada quatro ingressos vendidos, três são para conferir, vai além de um espetáculo visual que impressiona pelo realismo, conseguindo a proeza inimaginável nem pelos mais otimistas de ser um filmaço tão bom e emocionante que o original. De cara, já garante seu lugar entre os melhores do ano.

Seguindo a regra dos últimos anos de um filme baseado em quadrinhos de super-heróis marcar presença como Filme do Mês, Homem-Aranha: Longe de Casa cumpre direitinho a função e só não reinou absoluto pela chegada de Simba, Timão, Pumba e companhia. Oficialmente como o último filme da Fase 3 do UCM, o novo filme do Cabeça de Teia também abre um leque de possibilidades para o futuro do herói, que será bem tenso. Após os eventos épicos de Vingadores: Ultimato, somos presenteados com um filmaço divertido do começo ao fim, que nos provoca boas risadas, mas, sem deixar de ser tenso e empolgante com as excepcionais cenas de ação. Não é a toa que é o primeiro filme do Amigo da Vizinhança a alcançar e ultrapassar a marcar de US$ 1 bilhão. Simplesmente, um dos melhores filmes do herói e do UCM, que não poderia deixar de ser o nosso Filme do Mês, mesmo dividindo o título.

MENÇÃO HONROSA:

Se as mega produções da Disney e da Sony, respectivamente, já nos deixavam na suspeita que seriam filmaços, a grande surpresa mesmo dos lançamentos nas telonas durante o mês de julho foi Atentado ao Hotel Taj Mahal. Lançado timidamente e sem nenhum alarde entre os dois blockbusters que merecidamente dividem o nosso pódio, a produção baseada em fatos simplesmente é um filmaço tenso, envolvente e bastante emocionante, retrata de forma impressionantemente realista todo clima de terror, medo e frieza de um ataque terrorista. Filmaço que só não chamou mais atenção por ter chegado numa época repleta de produções voltadas para o público familiar. Uma pequena obra-prima que vale a pena ser descoberta.

MERDA DO MÊS:

Felizmente, julho não teve nenhum filme ruim chegando aos nossos cinemas. Ao menos que eu tenha assistido já que, além de ser um mês onde grandes produções familiares ocupam mais salas e por mais tempos, limitando o número de lançamentos, uma cidade como Maceió com poucas salas, reduz ainda mais as opções de lançamentos. Mesmo assim, vale comemorarmos e ficar na torcida que isso ocorra com mais frequência, afinal, cinema não é lazer barato - sem falar que o tempo é algo valiosíssimo - para perdemos assistindo um filme ruim.

Rick Pinheiro.
Cinéfilo alagoano.

SEM FUTURO.

 = Excepcional. /  = Muito bom. /  = Bom./  = Regular. / = Fraco. / Coco do Cachorrão= Preciso mesmo dizer?.

Estado de Calamidade (The Humanity Bureau).
Produção estadunidense, canadense e britânica de 2017.

Direção: Rob W. King.

Elenco: Nicolas Cage, Sarah Lind, Hugh Dillon, Jakob Davies, Vicellous Shannon, Kurt Max Runte, entre outros.

Blogueiro assistiu online (YouTube) em 31 de julho de 2019.

Sinopse: A trama se passa num futuro distópico, no ano de 2030, quando o mundo vive os efeitos drásticos do aquecimento global. Noah Kross (Cage) é um competente agente do Departamento da Humanidade, órgão governamental estadunidense que tem a função de deportar membros considerados improdutivos para um desconhecido lugar chamado Novo Éden. Ao cair a ficha que de humanidade sua função não tem nada, Noah chuta o pau da barraca e passa a ajudar uma jovem mãe (Lind) e seu filho pirralho (Dillon), que seriam os próximos a ser deportados por ele, tentando chegar e atravessar com eles a fronteira com o Canadá.

Comentários: Mais um daqueles filminhos classe C estrelados por Cage que chega diretamente em home vídeo. Estado de Calamidade tinha tudo para ir pouquinho além das costumeiras tranqueiras atuais que o astro estrela, por trazer uma premissa interessantíssima e um roteiro que, se não traz nenhuma novidade e está recheado de clichês e conveniências, ao menos tem uma boa trama que envolve e prende atenção. Só não é melhor pelas sequências de ação insossas, o claríssimo uso da tela verde nas sequências dentro do carro e, principalmente, o péssimo final frustrante para caralho. Enfim, mais uma boa ideia desperdiçada num filminho C típico da atual fase decadente de Cage. Cotação / Nota: 6,5.

Rick Pinheiro.
Cinéfilo alagoano.

ENFIM, ASSISTIDOS!

 = Excepcional. /  = Muito bom. /  = Bom./  = Regular. / = Fraco. / Coco do Cachorrão= Preciso mesmo dizer?.

Wall Street - Poder e Cobiça (Wall Street).
Produção estadunidense de 1987.

Direção: Oliver Stone.

Elenco: Michael Douglas, Charlie Sheen, Daryl Hannah, Martin Sheen, Hal Holbrook, Sean Young, John McGinley, Saul Rubinek, Sylvia Miles, James Spader, Franklin Cover, James Karen, Josh Mostel, Millie Perkins, Terence Stamp, Oliver Stone (não creditado), entre outros.

Blogueiro assistiu online (Telecine Play) em 29 de julho de 2019.

Sinopse: Bud Fox (Charlie Sheen) é um jovem ambicioso corretor da bolsa de valores, que consegue realizar seu sonho de ter como cliente o magnata dos negócios Gordon Gekko (Douglas). Bud passa aceitar e colocar em prática os conselhos de Gordon, afundando na podridão das falcatruas do mundo dos negócios.

Wall Street - O Dinheiro Nunca Dorme (Wall Street: Money Never Sleps).
Produção estadunidense de 2010.

Direção: Oliver Stone.

Elenco: Michael Douglas, Shia LaBeouf, Josh Brolin, Carey Mulligan, Eli Wallach, Susan Sarandon, Frank Langella, Austin Pendleton, Sylvia Miles, John Bedford Llyod, Vanessa Ferlito, John Buffalo Mailer, Jason Clarke,  Oliver Stone (não creditado), Charlie Sheen, entre outros.

Blogueiro assistiu online (Telecine Play) em 31 de julho de 2019.

Sinopse: Oito anos após sair do xilindró, Gordon Gekko (Douglas) escreveu um livro sobre o mercado financeiro e sobrevive fazendo palestras aqui e acolá. Sua filha (Mulligan) não quer saber de papo com ela, e está noiva de Jake Moore (LaBeouf), um operador da bolsa de valores, que admira Gordon e se aproxima dele, sem que ela soubesse. E a relação entre genro e sogrão é estreitada quando Jake passa a trabalhar para Bretton James (Brolin), justamente o cara responsável por cabuetar e mandar Gordon para o xilindró.

Comentários: Como sempre digo, todo cinéfilo tem no mínimo uma meia dúzia de filmes lançado há muito tempo que por diversos motivos ainda não assistiu. No começo desta semana foi a vez de finalmente assistir o clássico oitentista Wall Street - Poder e Cobiça, filme do mestre Oliver Stone que garantiu a Michael Douglas o seu único Oscar como ator, graças a sua estupenda atuação. O grande problema do filme é tocar num assunto onde a grande maioria de nós totalmente ignoramos, o que tornando o filme chatinho e desinteressante. Mas, em compensação, a ótima atuação de Dougla, a direção competente de Stone que conduz muito bem a trama envolvente graças ao bom roteiro, e a presença de Charile Sheen, nos tempos que ainda tentava se firmar como ator sério, acaba tornando o filme interessante e curioso. Cotação / Nota6,0.

Vinte e três anos depois, o filme ganha uma continuação tardia e totalmente desnecessária. Em Wall Street - O Dinheiro Nunca Dorme, sai Charlie Sheen (que faz uma divertidíssima ponta, sa) e entra o bostinha do Shia LaBeouf como o novo pupilo do picareta Gordon Gekko, a frente de um elenco estrelar, mais uma vez, sob a batuta do mestre Stone. O mais impressionante é que mesmo sendo uma super produção lançada nos cinemas, com um elenco estrelar e Stone debutando na primeira e até agora única continuação da sua carreira, o filme lembra aquelas continuações desnecessárias, sem o elenco original, lançadas diretamente em home vídeo. A inegável competência de Stone na batuta, e as atuações do elenco, com destaque especial para as roubadas de cenas de Frank Langella e Josh Brolin, assim como LaBeouf não comprometer e até convencer. O grande problema é o péssimo roteiro, que se por um lado até é eficiente em dialogar com a maioria do público leigo no funcionamento do mercado econômico, por outro traz uma trama péssima, insossa. O resultado é um filminho tão merda (que só não leva um zero redondinho pela minúscula ponta do figuraça Sheen) que ao término me deixou perplexo e muito puto por ter perdido um pouco mais de duas horas da minha vida. Tempo é muito mais valioso que dinheiro e infelizmente não volta, para ser perdido com uma porcaria como esta. CotaçãoCoco do Cachorrão / Nota: 0,5.

Rick Pinheiro.
Cinéfilo alagoano.