sábado, 31 de janeiro de 2015

CUTUCANDO A ONÇA COREANA COM PALITO DE DENTES.

 = Excepcional. /  = Muito bom. /  = Bom./  = Regular. / = Fraco. 

A Entrevista (The Interview).
Produção estadunidense de 2014.

Direção: Seth Rogen e Evan Goldberg.

Elenco: James Franco, Seth Rogen, Lizzy Caplan, Randall Park, Timothy Simons, Reese Alexander, entre outros.

Blogueiro assistiu na sala 6 do complexo Cinesystem Maceió em 30 de janeiro de 2015.

Cotação

Nota: 8,0.  

Sinopse: Famoso apresentador de talk show sensacionalista (Franco) e seu produtor (Rogen), resolvem dar uma mudança no seu programa, deixando de lado as entrevistas absurdas com celebridades, abordando temas mais jornalísticos. Ao descobrirem que o ditador da Coréia do Norte, Kim Jong-Un (Park) é fã do tosco programa, eles têm a ideia de ir ao país e entrevistá-lo. Ao saber que a entrevista foi marcada, a CIA convoca a dupla e lhes dão a missão de assassinar o ditador. 

Comentários: De tempos em tempos sempre é produzido um filme que, por algum motivo, acaba gerando polêmica, ganhando uma puta publicidade gratuita, sendo na maioria das vezes desmerecida, por trata-se de muito barulho por nada. E quando mexem com delicados pontos da política externa, aí é que a porra fica séria. Um exemplo clássico é a obra-prima O Grande Ditador, onde o genial Charlie Chaplin satirizou a figura de Hitler e Mussolini, isso antes dos Estados Unidos entrarem na Segunda Guerra Mundial. A bola da vez é esta comédia, que acabei assistir na incomoda sessão das 21:45 (infelizmente, até o Cinesystem Maceió está aderindo a grotesca e odiável tendência de dedicar boa parte das sessões aos filmes na versão dublada, deixando apenas a última num horário tarde para caralho, um total desrespeito ao público, que tem seu direito de escolha lesado), que gerou ataques da hackers e a porra toda que todo mundo já sabe, e não vamos nos prolongar. Mas, o fato é Seth Rogen e companhia provocaram, Cutucando a onça coreana com palitos de dentes, já que o cara, ao contrário de Chaplin, não é genial, apelando para um humor grosseirão, de baixíssimo nível, repleto de palavrões e situações, grotescas, e uma ridicularização do começo ao fim com a figura do líder. Nenhuma novidade, já que o seu estilo é esse. 

Excluindo todo bafafá, o fato é que A Entrevista nada mais é do que um filme típico do comediante, com um roteiro raso, apenas para justificar o estilo anárquico, recheada de piadas grosseironas. Quem curte este estilo de humor, o filme é um prato cheio, pois não faltam palavrões, piadas envolvendo o feofó alheio, coisas desse tipo. Trata-se, portanto, de mais um filme de Rogen, que aqui é ofuscado pelo amigo James Franco, que dar um show e está hilário como o figuraça apresentador anta e egocêntrico. Esqueça qualquer mensagem política, como o clássico de Chaplin. O que termos aqui é uma esculhambação geral do mais baixo nível que provoca gargalhadas fáceis no público, principalmente em nós brasileiros, que gostamos deste tipo de humor grosseirão e apelativo. Se você, assim como eu, curte este tipo de humor, pode ir ao cinema disposto a soltar altas gargalhadas. Caso contrário, passe longe desse filme, para não sair constrangido do cinema.

Rick Pinheiro.
Cinéfilo alagoano.  



domingo, 25 de janeiro de 2015

FINAL DE SEMANA COM OS INDICADOS AO OSCAR.

 = Excepcional. /  = Muito bom. /  = Bom./  = Regular. / = Fraco. 

Whiplash - Em Busca da Perfeição (Whiplash).
Produção estadunidense de 2014.

Direção: Damien Chazelle.

Elenco: Miles Teller, J.K. Simmons, Paul Reiser, Melissa Benoist, Jayson Blair, Austin Stowell, entre outros.

Blogueiro assistiu na sala 6 do complexo Cinesystem Maceió em 24 de janeiro de 2015.

Cotação

Nota: 8,5.  

Sinopse: Andrew Neyman (Teller) é um talentoso baterista, que cursa na mais prestigiada universidade de música dos Estados Unidos. Dedicado, Andrew sonha em ir muito além, ingressando na banda da universidade, regida pelo renomado Terence Fletcher (Simmons). Um dia surge a oportunidade, quando o próprio Terence o escala para a banda. O que Andrew não esperava é que o Terence usa métodos nada convencionais, com direito a humilhar ao extremo os alunos e destruir qualquer sonho. Andrew mesmo comendo o pão que o diabo amassou nas mãos de Fletcher, se dedica cada vez, tornando-se obcecado para atingir a perfeição que o psicótico professor tanto exige dos seus alunos.

Comentários: Bastante elogiado pela crítica, premiado com um Globo de Ouro por sua brilhante atuação, o até então eterno coadjuvante J.K. Simmons finalmente ganha seu lugar ao sol. Particularmente, não me surpreende, afinal, com uma atuação excepcionalmente brilhante o cara praticamente retirou identicamente dos quadrinhos o figuraça editor J.J. Jamerson na primeira trilogia do cabeça de teias do mestre Sam Raimi. Sua escalação em Whiplash caiu como um luva nas mãos do talentoso ator, que não se intimidou com um personagem tão sádico e cínico, encarou a missão e deu o maior show de atuação de sua carreira. O resultado não poderia ser outro: a (re)descoberta do seu talento. Seu colega de cena, o jovem protagonista Miles Teller não fica atrás, e também arrebenta com uma excelente atuação. Vale salientar que os dois são beneficiados por um roteiro muito bem escrito e desenvolvido e uma direção impecável. Somando tudo isso as excepcionais interpretações da dupla afiadíssima, o resultado é um filmaço envolvente e cativante que, até agora, é o meu favorito aos indicados ao Oscar deste ano.


 

Livre (Wild).
Produção estadunidense de 2014.

Direção: Jean-Marc Vallée

Elenco: Reese Witherspoon, Laura Dern, Thomas Sadoski, Gaby Hoffmmann, Cliff De Young, entre outros.

Blogueiro assistiu na sala 5 do complexo Kinoplex Maceió em 25 de janeiro de 2015.

Cotação

Nota: 7,0.  

Sinopse: Baseado numa história real. Cansada de tanto problemas, boa parte decorrente das merdas cometidas numa  fase deprê de autodestruição, Cheryl Strayed (Witherspoon), chuta o pau da barraca e resolve encarar uma longa trilha, mesmo sem porra nenhuma de experiência. No decorrer da longa jornada solitária, além dos perigos habituais, Cheryl vai relembrando fatos de sua vida.

Comentários: Desde que surpreendeu, saindo de personagens bobocas adolescentes teens, como nos dois Legalmente Loira, encarando desafios mais sérios, com direito a ganhar um Oscar, a lindinha Reese Witherspoon se tornou queridinha pela crítica e por Hollywood, em especial pelos membros da Academia. E esse predileção pela moça deve ser o motivo dela ganhar mais uma indicação a sua carreira como Melhor Atriz. Não que Livre, seja um filme ruim. Muito pelo contrário. Tem um roteiro interessante e consegue a proeza de não ser entediante. Mas, o fato é que a atuação de Witherspoon, mesmo sendo boa, na minha opinião a indicação foi desnecessária. Enfim, um drama legalzinho, envolvente, com uma boa atuação da atriz, e nada mais do que isso. 



O Jogo da Imitação (The Imitation Game).
Produção estadunidense e do Reino Unido de 2014.

Direção: Morten Tyldum.

Elenco: Benedict Cumberbatch, Keira Knightley, Matthew Goode, Mark Strong, Rory Kinnear, Charles Dance, entre outros.

Blogueiro assistiu na sala 5 do complexo Kinoplex Maceió em 25 de janeiro de 2015.

Cotação

Nota: 8,0.  

Sinopse: Cinebiografia de Alan Turing. O filme mostra como os conhecimentos de Turing (Cumberbatch) em matemática, lógica e ciência da computação foi fundamental para a Inglaterra na época da Segunda Guerra Mundial. Mesmo fora do campo de batalha na guerra, Turing combateu várias batalhas em sua vida, a mais marcante, o desafio de decifrar a máquina Enigma.

Comentários: Primeiramente, ignore essa porra de título horrível que mais remete a um filme de terror de quinta categoria, daqueles que são lançados diretamente em home vídeo, do que a uma interessante cinebiografia dramática, que boa parte se passa na Segunda Guerra Mundial, com oito indicações ao Oscar, metade delas nas principais categorias. O título na verdade é de um artigo escrito pelo cinebiografado. Deixando de lado o título tosco, o fato é que o filme tem um excelente roteiro, que ganha forças com a brilhante atuação de um elenco competente, com destaque para Benedict Cumberbatch, que arrasa com um excepcional atuação. Em síntese, um ótimo filme que merecidamente indicado ao Oscar deste ano. 




Rick Pinheiro.
Cinéfilo alagoano.