sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

O PRIMEIRO HOMEM DE AÇO.

 = Excepcional. /  = Muito bom. /  = Bom./  = Regular. / = Fraco. 

O Super-Homem / Superman (The Adventures of Superman).
Produção estadunidense de 1948.

Direção: Stephen Bennet e Thomas Carr.

Elenco: Kirk Alyn, Noel Neill, Tommy Bond, Carol Forman, George Meeker, Jack Ingram, Pierre Watkin, entre outros.

Blogueiro assistiu em home vídeo (DVD) de 10 à 16 de janeiro de 2015.

Cotação

Nota: 6,5.  

Sinopse: Seriado em quinze episódios exibidos no cinema, baseado no super-herói dos quadrinhos. A trama mostra a origem do homem de aço (Alyn), enviado ainda bebê para a Terra. Com a morte de seus pais adotivos, utlizando a identidade secreta de Clark Kent, o herói passa a viver em Metrópolis, indo trabalhar no jornal Planeta Diário, que tem como editor Perry White (Watkin), algo que não agrada seus colegas jornalistas, Lois Lane (Neill) e Jimmy Olsen (Bond), que sempre se meterão numa roubada atrás da outra, para tentar desvendar os crimes praticados por uma quadrilha liderada pela misteriosa Mulher-Aranha (Forman), que deseja se apossar de uma gerigonça poderosa, para ferrar com a humanidade. 

Comentários: Você deve conhecer as versões do homem de aço interpretado do saudoso Christopher Reeves por diante. Antes disso, no máximo pode até conhecê-lo interpretado por George Reeves, no seriado televisivo da década de 1950, lançado alguns anos em DVD. Mas, dificilmente você conhece o primeiro ator a interpretar o Homem de Aço, Kirk Alyn. Particularmente, eu sabia da existência dele, responsável pelo tosco e horrível bordão "ao alto e avante!" antes do herói levantar voo, mas, não lembrava de vê-lo em ação, até o sábado passado, quando numa passada rápida nas Americanas do Shopping Maceió, dei de cara com o DVD duplo do seriado completo. Ao final da maratona, me questionei como a galera daquele tempo, gastou sua grana por quinze vezes, para ir ao cinema para assistir algo tão tosco, inclusive para a época (só lembrando que filmes como E o Vento Levou... e O Mágico de Oz já tinha sido produzidos nove anos antes deste cine-seriado).  

Para começar, apesar de respeitar a mitologia do herói, o seriado tem um roteiro fraquinho, tosco, repleto de furos ridículos, que vão da redação do Planeta Diário ser o centro das investigações antes mesmo de uma delegacia, passando pela desnecessária narração do tipo "Isso é um trabalho para o Superman" ou "Superman está usando sua visão de raio-X" (ainda bem que à medida em que o seriado avança, a tosca participação do narrador vai diminuindo), a ausência de um vilão fodão, principalmente, Lex Luthor, aqui substituído pela insossa e ridícula vilã Mulher-Aranha (acho que Hector Barbenco assistiu o seriado quando criança, pois a roupa da vilã e a teia ao fundo, lembra uma das cenas da nossa Sônia Braga em O Beijo da Mulher-Aranha), e o Superman está bem mais para Super-Molenga ou Super-Anta, por não conseguir solucionar os problemas tão facilmente, chegando a demorar quinze episódios para pegar uma vilã que não tem porra nenhuma de super-poderes, algo que estamos acostumados a vê-lo fazer em 10 minutos.  

Tudo isso piora com a atuação canastrona ao extremo de Alyn como o herói, mas, que surpreendentemente se sai super-bem como Clark Kent. Curiosamente, o ator foi creditado apenas como Kent, e o Superman é apresentado como ele mesmo (Pô! Fala sério! Que ideia ridícula!). Será que foi por isso que ele exagerou na atuação? Mas, o ator não está só na canastrice, pois, atuações canastronas, dignas de teatro amador infantil escolar, estão por todo elenco. Vai ver que a culpa é dos diretores, produtores e roteiristas, e não necessariamente dos atores. 

Contrariando a teoria do palhaço-deputado, "Pior que está não fica", o seriado tem furos de continuidade patéticos, principalmente entre os episódios, algo que a galera da época pode não ter percebido devido ao intervalo de uma semana entre eles, mas, que se hoje assistirmos um episódio atrás do outro, percebemos e nos espantamos. Mas, sem sombra de dúvida, o ápice do tosco e ridículo são as sequências de voo do herói que, com o ator sendo substituído por uma animação. Para piorar, o herói desce sempre atrás de um objeto, e logo após, tem que dar uma patética corridinha até o local que ação estava sendo desenrolada (Puta merda, porque o cara não desce no ponto X da ação?), algo tão ridículo e tosco que faz os também ridículos e toscos (d)efeitos especiais de Superman IV - Em Busca da Paz, ser um Avatar de James Cameron em comparação com o seriado. E o mais incrível: o seriado teve continuação dois anos depois, Atom Man vs Superman, com o mesmo elenco, que estou super-curioso para assistir e comentar aqui. 


No fim das contas, o cine-seriado não é totalmente ruim. Com tantos defeitos especiais, que vão do roteiro a canastrice, passando pela animação nas cenas de voo e a carreirinha do herói, o resultado final é divertido. Impossível não rir com tudo isso citado, como também com as toscas canastras expressões de Alyn como o herói ou da vilã patética que tenta se leva a sério, de uma Lois Lane tão puta da vida com seu novo colega de redação, a ponto de incriminá-lo e mandando-o para o xilindró em um dos episódios, entre outros absurdos dignos de pena mais do que indignação. Enfim, Superman versão 1948 merece ser descoberto, principalmente como documento histórico da primeira aparição em carne e em osso do herói, e que consegue até ser mais divertido que outras aparições do Homem de Aço. O filho de Krypton já teve kripotina bem mais letal do que essa, como os horríveis Superman III e o seriado Lois & Clark - As Novas Aventuras do Superman

VOCÊ SABIA? 


Retorno histórico: Kirk Alyn e Noel Neill voltam à mitologia do Homem de Aço trinta anos depois do cine-seriado. Em Superman - O Filme, o casal interpreta os pais de Lois Lane, numa rápida sequência que está num trem com a famosa filhinha ainda pirralha, que testemunha o adolescente Superman dando uma carreirinha. Homenagem e tanto que o mestre Richard Donner prestou aos atores e aos fãs do super-herói.   


Uma vez Lois Lane...: Todos nós lembramos da inesquecível Margot Kidder como Lois Lane, e, convenhamos, um pouco de Teri Hatcher e Erica Durance nos dois últimos seriados televisivos produzidos sobre o herói. Mas, nenhuma delas visitou mais a mitologia do Homem de Aço do que Noel Neill. Além de ser a primeira Lois Lane live-action, a atriz voltou a personagem na segunda temporada do seriado dos anos 1950, substituindo Phyllis Coates, contracenando com George Reeves. Além disso, a atriz atuou em um episódio curtíssimo seriado televisivo oitentista Superboy, e também no longa Superman - O Retorno, como uma velhota moribunda milionária que Lex Luthor, interpretado por Kevin Spacey, dar um golpe. Merecidamente, a atriz é homenageada e sempre é requisitada quando há algum evento relacionado ao Homem de Aço.

Rick Pinheiro.
Cinéfilo alagoano.   


Outro poster do seriado.

 
Poster aparentemente fixo, onde 
era colocado os episódios que seria exibido.

 
Capa do DVD duplo disponível no Brasil. 

 
Trailer.

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