sexta-feira, 29 de agosto de 2014

4 ASTROS EM AÇÃO.

Não é a toa que eu considero Sylvester Stallone o rei dos filmes de ação. Como se não bastasse dar vida a personagens ícones, criar fórmulas no gênero que até hoje são seguidas como normas, o cara ainda reuniu boa parte dos maiores astros vivos do gênero de todos os tempos na trilogia Os Mercenários. Somente um rei para reunir ao redor dele ícones como Arnold Schwarzenegger, Bruce Willis, Jean-Claude Van Damme, Dolph Lundgren, Chuck Norris, Jet Li, Jason Statham. É bem verdade que, para a maioria dos fãs do gênero, faltaram outros como Clint Eastwood, Jackie Chan (rumores dizem que os dois foram convidados e recusaram), Steven Seagal (a ausência mais sentida, mas, na minha opinião, perdeu todo direito de participar por não cuidar do físico e está totalmente fora de forma), Nicolas Cage e John Travolta. Mas, acredito que o círculo se completou com chave de ouro com o quarteto de astros convocados para o desfecho (até agora) da franquia.

Wesley Snipes chamou primeiramente atenção atuando em filmes do então diretor inovador e polêmico Spike Lee. Sua estreia no gênero de ação foi com chave de ouro no fodástico Passageiro 57, o que o gabaritou para o primeiro encontro com Sylvester Stallone no também fodástico O Demolidor, na pele do porra-louca vilão Simon Phoenix. A partir daí, veio uma porrada de filmes no gênero, boa parte filmes de ação classe C, lançados diretamente em home vídeo. Mas, Snipes é lembrado, principalmente pela galera da nova geração, ao dar vida ao herói dos quadrinhos Blade, fodão caçador de vampiros, ele mesmo meio-vampiro na trilogia homônima. Após um tempo na prisão por sonegar impostos, fato que inclusive virou piada em Os Mercenários 3, Snipes está de volta e tenta colocar sua carreira de volta nos trilhos. É esperar para ver.

Assim como Snipes, Antonio Banderas chamou atenção em filmes do bajuladíssimo diretor espanhol Pedro Almodóvar. Da Espanha para Hollywood foi um pulo, destacando-se em Os Reis do Mambo. Sua estreia no gênero de ação foi pelas mãos do também cultuado Robert Rodriguez no fodástico A Balada do Pistoleiro, o que gabaritou para no mesmo ano ter seu primeiro encontro com o eterno Rambo no fodástico Assassinos. A parceria Banderas/Rodriguez rendeu mais seis produções, entre elas três filmes da franquia infantil Pequenos Espiões. Ultimamente, Banderas se destacou sem mostrar o rosto, emprestando sua voz para o figuraça Gato de Botas da franquia Shrek, que inclusive ganhou um filme solo. O mesmo humor do figuraça felino, Banderas utiliza, roubando a cena em Os Mercenários 3.

Harrison Ford dispensa apresentações. Afinal, o cara foi Indiana Jones, Han Solo da trilogia original e da nova que sairá em breve Star Wars, o fodão agente da CIA Jack Ryan, o policial futurista no cultuado Blade Runner, O Caçador de Andróides, o doutor Richard Kimble no remake para as telonas do seriado televisivo O Fugitivo, o presidente dos Estados Unidos mais fodão de todos os tempos, entre outros personagens ícones que fizeram Ford ser considerado o maior astro de filmes de ação de todos os tempos. Mas, não só de um gênero vive Ford, que é um grande ator, dando show de atuação em boa parte de sua filmografia diversificada, recebendo apenas uma indicação ao Oscar pelo policial A Testemunha. Substituir Bruce Willis por Ford foi a melhor coisa que aconteceu a franquia Os Mercenários. Da constelação de astros que Stallone convocou no decorrer da trilogia, sem dúvida, Ford é o sol.

Outro que também dispensa apresentações é Mel Gibson. Afinal, o cara estrelou a trilogia Mad Max e a quadrilogia Máquina Mortífera. Atuou em outros filmes do gênero como Air America - Loucos pelo Perigo, Alta Tensão, O Preço de um Resgate, Teoria da Conspiração, O Troco, entre outros. Assim como Ford, Gibson é um excelente ator e trafegou por vários gêneros, se saindo bem com diretor, ganhando Oscar pelo fodástico épico Coração Valente. Mas, infelizmente, a incompreensão por parte de Hollywood e meio mundo com o inesquecível A Paixão de Cristo, filme mais fiel sobre Jesus Cristo, somado a algumas merdas na vida pessoal, tornaram Gibson persona non grata em Hollywood. Ainda bem que ainda existem pessoas com Jodie Foster, Robert Rodriguez e Sylvester Stallone, que reconhecem o inegável talento de Gibson e deram uma forcinha a carreira do astro sair da merda que se encontra. Assim com seu colega de vilanice na franquia Os Mercenários, Van Damme, torço por uma aparentemente improvável volta por cima.

Agora que fizemos uma micro (re)apresentação dos quatro astros ícones novatos na franquia Os Mercenários, vamos ao comentário de um filme estrelado por cada um deles, que ainda não tinham sido comentados em nosso blog.

 = Excepcional. /  = Muito bom. /  = Bom./  = Regular. / = Fraco. 

Passageiro 57 (Passenger 57).
Produção estadunidense de 1992.

Direção: Kevin Hooks.

Elenco: Wesley Snipes, Bruce Payne, Tom Sizemore, Alex Datcher, Elizabeth Hurley, Bruce Greenwod, entre outros.

Blogueiro assistiu na TV aberta (Globo), em home vídeo (VHS) e na TV por assinatura (FX).

Cotação

Nota: 9,0.  

Sinopse: John Cutter (Snipes) é um fodão expert em combate ao terrorismo, afastado de tudo devido ao trauma da perda da esposa. A convite de seu amigo Sly Delvecchio (Sizemore), John presta serviço a uma empresa de aviação. Numa missão rotineira, ele embarca num voo onde o FBI está levando o perigoso Charles Rane (Payne). Em pleno ar, sua gangue toma o avião, e o então anônimo passageiro da poltrona 57, irá entrar em ação e contando com a ajuda de uma aeromoça (Datcher), vai botar pra foder em cima da bandidagem.

Comentários: Como disse acima, Passageiro 57 é uma estreia em grande estilo de Snipes no gênero de ação. Com um roteiro simples, mas, muito bem elaborado, temos um filmaço com ação e suspense do começo ao fim, com Snipes arrebentando nas sequências de ação muito bem coreografadas e com atuação muito boa, bem acima da média de sua carreira. Quem não fica atrás no quesito atuação é Bruce Payne, roubando a cena como o vilão pentelho. Com ritmo frenético e contagiante que prende atenção durante uma hora e vinte e três minutos de duração, Passageiro 57 é disparado não somente um dos melhores filmes de Snipes, como também do gênero. Para ser visto e revisto várias vezes, sem perder a empolgação. Vale a pena conferir. 




A Balada do Pistoleiro (Desperado).
Produção estadunidense de 1995.

Direção: Robert Rodriguez.

Elenco: Antonio Banderas, Joaquim de Almeida, Salma Hayek, Steve Buscemi, Quentin Tarantino, Cheech Marin, Danny Trejo, entre outros.

Blogueiro assistiu na TV aberta (Band) e em home vídeo (VHS e DVD).

Cotação

Nota: 8,5.  

Sinopse: Depois de ter levado a pior, perdendo a namorada e levando um tiro na mão, El Mariachi (Banderas) está puto da vida e inicia uma jornada vingativa para pegar o poderoso chefão do tráfico Bucho (Almeida). Na sua jornada vingativa, onde manda centenas de bandidos para a terra do pé-junto, irá contar com a ajuda da belíssima Carolina (Hayek), dona de uma loja de livro da pequena cidade dominada pelo bandidão.

Comentários: Com um orçamento de pouco mais de 7 mil dólares, o diretor Robert Rodriguez conquistou o mundo logo no seu filme de estreia, o fodástico El Mariachi, filme vencedor do cultuado festival Sundance. Obviamente, o filme abriu as portas do talentoso diretor em Hollywood e a Colômbia Pictures tratou logo de abrir os cofres para uma continuação com um orçamento 100 vezes maior. Banderas, que assistiu o filme original, não perdeu tempo e tratou logo de se envolver no projeto, tomando o papel que antes tinha sido muito bem defendido pelo ilustre desconhecido Carlos Gallardo, que na continuação, faz um inexpressivo vilão. O resultado é este fodástico filme, com ritmo frenético e eletrizante, bem característico do diretor, com um roteiro muito bem escrito apenas para justificar a porra-louquice correr solta. Banderas se destaca com uma ótima atuação e, de quebra, tem uma química perfeita com Salma Hayek, linda como nunca em sua filmografia. O filme ganhou um continuação decepcionante, Era uma Vez no México, contando com Banderas e Hayek e a presença descartável de Johnny Deep. Em síntese, A Balada do Pistoleiro é um filmaço com ação do começo ao fim, disparado o melhor trabalho nas filmografia de Banderas, Hayek e Rodriguez.




Blade Runner, O Caçador de Andróides (Blade Runner).
Produção estadunidense de 1982.

Direção: Ridley Scott.

Elenco: Harrison Ford, Rutger Hauer, Sean Young, Daryl Hannah, M. Emmet Walsh, Willian Sanderson, Brion James, Edward James Olmos, Joanna Cassidy, James Hong, entre outros.

Blogueiro assistiu na TV aberta (Globo) e em home vídeo (VHS).

Cotação

Nota: 9,5.  

Sinopse: Num futuro não muito distante, uma grande corporação cria os replicantes, robôs em forma de ser humano, comparados inclusive a inteligência destes. Quando um motim ocorre, os replicantes passam a ser ilegais na Terra, sendo criado um grupo de policiais chamado Blade Runner, com o intuito de exterminá-los. Anos depois, numa Los Angeles decadente do ano de 2019, cinco replicantes chegam a Terra, cabendo ao ex-policial Rick Deckard (Ford) a missão de exterminá-los.

Comentários: A primeira vez que ouvir falar a palavra cult denominado a um filme foi justamente com este Blade Runner, O Caçador de Andróides. Bajuladíssimo pela crítica, lembro que a primeira vez que assistir ao filme, não achei nada demais e esperava bem mais. Mas, é inegável que o filme é mais uma obra-prima do diretor Ridley Scott, com um roteiro interessantíssimo e criativo, muito bem escrito e desenvolvido, que toca em questões humanas delicadas que até hoje são debatidas. Neste ponto, inquestionavelmente Blade Runner é um excelente filme. Como filme de ficção de ação, deixa um pouco a desejar e o final fraquíssimo faz o filme frustrar bastante. Mas, nada disso consegue tirar o status de obra-prima da sétima arte que conta também com uma excepcional atuação de Rutger Hauer, dando um show de interpretação, uma parte técnica, principalmente o cenário, impecável e uma trilha inesquecível. Mais um ponto para Ford que, curiosamente, mais um vez, assumindo um papel que inicialmente não era para ele (como em Os Caçadores da Arca Perdida que substituiu Tom Selleck na pele de Indiana Jones, aqui, ele substitui Dustin Hoffman, que negou o convite de Scott) e acabou emplacando mais um personagem ícone inesquecível a sua filmografia, que jamais poderíamos imaginar os primeiros convidados interpretando-os.


 

O Troco (Payback).
Produção estadunidense de 1998.

Direção: Brian Helgeland.

Elenco: Mel Gibson, Gregg Henry, Maria Bello, David Paymer, Deborah Kara Unger, Bill Duke, James Coburn, Kris Kristofferson, Lucy Liu, John Glover, entre outros.

Blogueiro assistiu em home vídeo (DVD) e na TV aberta (SBT).

Cotação

Nota: 7,0.  

Sinopse: Potter (Gibson) é convidado pelo amigo Val Resnick (Henry) a meter bronca e pegar uma bolada de mafiosos chineses. Tudo dar certo até que na hora da divisão da grana, Potter é traído pelo amigo e por sua esposa que, puta da vida por saber através de Val que Potter lhe meteu chifres, manda bala nele, que é abandonado pelos dois a própria sorte. Meses depois, recuperado dos ferimentos que quase o mandaram para a terra do pé junto, Potter volta à ativa, com intuito de apenas pegar sua parte no golpe e botar para foder no amigo traíra. Tarefa nada fácil já que o cara pegou o dinheiro para comprar sua entrada numa misteriosa organização criminosa, que Potter terá de encarar, juntamente com a máfia chinesa e policiais corruptos.

Comentários: Sem dúvida alguma interpretar personagens durões, porras-loucas, sem nada a perder é especialidade de Mel Gibson. Em O Troco, Gibson mais uma vez dar um show de atuação, interpretando um desses personagens durões porra-loucas sem nada a perder, num filme de ação violento, com um roteiro razoável, com ritmo frenético do começo ao fim e com um elenco afiado. Destaque curioso vai para a presença de Lucy Liu, antes do sucesso em As Panteras, roubando a cena com uma  figuraça vilã tão porra-louca quanto o personagem de Gibson. Não chega a ser o melhor filme de Gibson, mas, também não é nenhuma tranqueira. Pode encarar numa boa mais uma porra-louquice de Gibson nas telonas.


Rick Pinheiro.
Cinéfilo alagoano.

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