Se em maio pipocaram ótimos filmes em nosso cinema, a ponto de termos um empate entre os melhores filmes do mês, junho foi totalmente inverso e predominou a decepção. Com todos os cinemas cedendo suas salas para transmissões de jogos da Copa do Mundo, pouquíssimos lançamentos chegaram por aqui. Se por um lado não teve nenhum filme ruim, a ponto de não termos este mês a merda do mês, por outro, não tivemos um filmaço. Na falta, o destaque vai para o interessante Transcendence - A Revolução. É bem verdade que poderia ter sido bem melhor. Mas, pela criatividade e também por ser o filme que recebeu a maior nota deste blogueiro, o título de filme do mês vai para a produção estrelada por Johnny Deep.
Sinopse: Telefilme que narra a trajetória do apóstolo Pedro (Shariff) logo após a crucificação e ressurreição de Jesus Cristo, que lhe confia a liderança do Cristianismo que acaba de nascer. Uma tarefa nada fácil, já que a religião conta com perseguidores judeus e romanos. Mas, sob a liderança de Pedro, que conta com o auxílio de outros apóstolos, entre eles Paulo de Tarso (Pecci), perseguidor ferrenho que se convertou. o Cristianismo se expande por todo mundo conhecido na época, chegando em Roma, o centro do império.
Comentários: Geralmente as super-produções bíblicas da emissora italiana RAI, conta com um elenco internacional, e são muito bem caprichadas. É bem verdade que estas produções são melhores nos fatos narrados no Antigo Testamento, já que no novo, tinha errado feio com a mão, com filminhos que abusaram exageradamente da tal liberdade poética, a ponto de distorcer os fatos. Pedro tinha tudo para ser uma enorme exceção a regra, e ainda ser uma das melhores produções bíblicas já produzidas, graças a primeira parte, que conta com um roteiro que não deixa de usar a liberdade poética, mas, pelo menos é bem mais fiel aos fatos narrados na Bíblia. O problema é que a partir da segunda parte o filme desanda descontroladamente, usando e abusando exageradamente ao extremo da liberdade poética, enchendo linguiça com fatos fictícios toscos que beiram ao dramalhão mexicano, como o romance sem sal entre um romano Mauricinho e uma cristã, e o dilema de um gladiador cristão que ganha a vida tirando vidas, algo totalmente contraditório a sua fé. Tudo para esticar o filme além do necessário e torná-lo chatinho e insuportável a ponto de agradecemos a Deus por podemos utilizar a tecla fast foward. O resultado é a considerável altíssima queda de qualidade, e também da minha nota e a perda de duas estrelinhas. Manter uma nota satisfatória graças a primeira metade, realmente muito boa, e a atuações de Omar Shariff, que consegue convencer como Pedro e, principalmente, de Daniele Pecci que rouba a cena como o apóstolo Paulo. Sem sombra de dúvida, uma metade tão boa que vale pelo todo o filme.
Rick Pinheiro. Cinéfilo alagoano.
Filme foi relançado pela mesma distribuidora
e como todos os filmes da coleção, ganhou um sub-título.
Elenco: Anthony Hopkins, Robert Foxworth, Eddie Albert, Raymond Burr, John Rhys-Davies, entre outros.
Blogueiro assistiu na TV aberta (Globo) e em home vídeo (DVD)
Cotação:
Nota:7,5.
Sinopse: Minissérie televisiva estadunidense que narra os primeiros anos do Cristianismo, um período conturbado de perseguições tanto pelos judeus como pelos romanos. A trama mostra que um dos maiores perseguidores, Saulo Paulo de Tarso (Hopkins) se converte e torna-se um dos maiores evangelizadores, ganhando a admiração e o respeito de Pedro (Foxworth), apóstolo direto de Jesus Cristo, mas, ao mesmo tempo a discordância de outros apóstolos e membros da igreja, por evangelizar e converter os não-judeus.
Comentários: Quando era criança, esta minissérie foi exibida pela Globo, se eu não me engano numa semana santa. Me marcou algumas cenas, em especial, a sequência final da crucificação de Pedro. Somente recentemente, com o lançamento desta em DVD, puder revê-la por completo e ainda no idioma original. É inegável que trata-se de uma boa produção bíblica, bem acima da média, com ótimas atuações, com destaque para Hopkins, dando um show com Paulo. Porém, comete o erro de ter um roteiro que foge um pouco das narrações bíblicas dos Atos dos Apóstolos, principalmente na segunda metade, e ao dar um destaque bem maior a Paulo que a Pedro, que além de aparecer pouco, ainda foge totalmente do que é apresentado nas narrações bíblicas como líder dos apóstolos. Para uma minissérie que se intitula Pedro e Paulo, acaba falhando em dar um destaque maior apenas a um deles. Mas, nem mesmo estes erros grosseiros, Pedro e Paulo é um ótima produção bíblica que pode ser assistida por toda família, numa boa. Vale a pena conferir, principalmente, pela curiosidade de ver o então futuro Hannibal Lecter dando um show de atuação como personalidade bíblica.
Rick Pinheiro. Cinéfilo alagoano.
Hopkins como o apóstolo Paulo.
Show de atuação anos antes de ganhar um Oscar como o canibal Lecter,
Robert Foxworth não fica atrás e convence como Pedro.
Mas, roteiro que não valoriza e ainda descaracteriza o apóstolo,
acabou atrapalhando o brilho do ator que atualmente
faz a voz de um dos Transformers na franquia nas telonas.
Na falta do trailer ou do filme completo, vai um improviso
Elenco: John Huston, Pelé, Peter Fox, Jeanette Arnette, Robert V. Barron, Chris Bringard, Eric Bringard, entre outros.
Blogueiro assistiu em home vídeo (VHS).
Cotação:
Nota:2,5.
Sinopse: O orfanato dirigido pelo padre Cardinas (Huston) está vivendo um momento delicado, já que os donos do terreno querem despejar os inquilinos e derrubar o lugar. Com o apoio do seu amigo, o também padre Reily (Fox), o velho sacerdote organiza uma partida de futebol beneficente entre os garotos do orfanato e um time de pirralhos riquinhos, que contaria com a presença do rei do Futebol, Pelé (o próprio), que aprendeu futebol com o velhote padreco. Mas, não somente o rei dar as caras, como também o jogo acaba num tremendo barraco com os pirralhos saindo da porrada. Para piorar a situação, padre Cardinas fica doente e é diagnosticado com um câncer terminal. Quando tudo parecia perdido, um dos pirralho resolve localizar e contar ao Pelé o que está acontecendo que, sensibilizado, irá ajudar o orfanato a sair da merda, treinando os pirralhos órfãos.
Comentários: Dois anos após o saudoso John Huston dirigir Pelé em Fuga para a Vitória, os dois voltariam a se encontrar, desta vez atuando juntos, neste filminho com roteiro fraquinho demais, sem fundamento e profundidade, bobinho e patético que, tenha a cara de pau de ao final, dizer que se baseia em fatos, uma mentira casca grossa. Por ter assistido a duas décadas atrás, ainda nos tempos do saudoso videocassete, não lembro da atuação do elenco e se o inglês do nosso Pelé tinha melhorado. Só sei que trata-se de um filminho, ruim, medíocre, descartável, bem típico daqueles que são exibidos recentemente na Sessão da Tarde. Ah, e se você acha que o Pelé como ator é o rei de futebol, e que como cantor é um poeta calado por causa da clássica e tosca musiquinha ABC, não imagina que no ramo musical o mico do rei ainda é maior, já que ele inventou de cantar em inglês uma das músicas da trilha do filminho. Impossível não conter as gargalhadas de tão ruim e tosca e ao mesmo tempo grudenta que é. Enfim, a clássica frase do personagem Chaves, "seria melhor ver o filme do Pelé", com certeza não foi dita em relação A Vitória do Mais Fraco, que de "tão bom", nem o trailer encontramos por aqui.
Rick Pinheiro. Cinéfilo alagoano.
Pelé atuando com o lendário John Huston.
Como ator é o autêntico Rei do Futebol.
Filme é "tão bom" e "inesquecível" que sequer consta na
filmografia do saudoso Huston no site Adoro Cinema.