sexta-feira, 8 de outubro de 2010

PARA MIM, O MELHOR FILME NACIONAL DE TODOS OS TEMPOS.

O nosso cinema, sempre passando por altos e baixos, e ainda com muito preconceito, nunca deixou de produzir grandes filmes, que entram para sempre na história do cinema mundial. Foi assim na época das chanchadas, no Cinema Novo, e, sobretudo na fase conhecida como retormada, onde após a crise econômica da Era Collor no começo dos anos 90, voltou com tudo, e de quebra, conquistou o público, algo antes só conseguido pelos saudosos Os Trapalhões. Nos últimos anos, vimos o crescimento de filmes policiais, que narram a nossa realidade. Carandiru e o  indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro Cidade de Deus são apenas dois exemplos. Mas para mim, o melhor de todos eles, e disparado o melhor filme nacional de todos os tempos é Tropa de Elite, do diretor José Padilha. Para entrar no clima do segundo filme, que estreia hoje em mais de 600 cinemas de nosso Brasil (quatro em Maceió), finalizando o trio de filmes mais aguardado por mim para este ano (os outros dois foram Os Mercenários e o remake de Karate Kid), revir em DVD na noite de ontem este filmaço.

Na trama, já conhecida por muitos, principalmente por mais de 25 milhões de pessoas que assistiram a versão pirata antes mesmo do filme chegar aos cinemas, se passa em 1997, onde o Capitão Nascimento (interpretado de forma brilhante por Wagner Moura), busca aquele que irá substituir a frente de um dos batalhões do BOPE. Paralelamente vamos conhecendo dois amigos de infância, Neto e Matias (Caio Junqueiro e André Ramiro, também excelentes), dois policiais militares extremamente honestos, mas de temperamentos diferentes, que irão fazer o curso do BOPE, onde um deles irá assumir o posto de Nascimento.

O filme é excepcional, com um roteiro perfeitamente realista, que nos prende atenção e nos leva a refletir sobre vários aspectos da nossa realidade, o uso da força para combater o crime, a corrupção do sistema, a hipocrisia da classe média alta, que ao mesmo tempo critica a violência policial, financia os traficantes consumindo e repassando as drogas. A narração do Capitão Nascimento, que nos conduz por tudo filme,  juntamente com as cenas de ação empolgantes e uma violência excessiva mas na dose certa, só dão mais veracidade ao perfeito roteiro. 

O elenco é brilhante, onde cada um está perfeito em seus personagens. De um elenco tão afiado, ficaria difícil apontar um destaque se o talentoso Wagner Moura não roubasse a cena na pele de Capitão Nascimento. Ele simplesmente interpreta o melhor personagem de sua carreira, tendo cuidado em todos os mínimos detalhes da caracterização do personagem. O brilhante diretor André Padilha, percebeu isso ainda na edição e promoveu o personagem coadjuvante (no roteiro original, o Matias do também brilhante André Ramiro seria o protagonista) a protagonista. O resultado é que a dupla Moura/Padilha presenteou o cinema nacional com um personagem inesquecível, um ícone, um herói nacional repleto de admiradores e várias frases marcantes.

A trilha sonora é ótima, que mistura funk, rock, músicas da época que se passa a história. As músicas instrumentais estão devidamente encaixadas, principalmente, nas cenas de ação e de corrupção, dar um tom a mais ao filme.

Todos estes elementos foram conduzidos de forma maestral pelo talentoso diretor José Padilha, que simplesmente soube aproveitar cada um desses elementos, sem medo de ousar, presenteando o cinema brasileiro com uma obra prima. Não sei se o segundo, que eu pretendo assistir hoje mesmo, irá superar este primeiro filme que simplesmente é perfeito, mas tem tudo para ser outra prima, já que Padilha está a frente, com os mesmos roteiristas, equipe de produção, e boa parte do elenco.

Além de ser uma obra prima do nosso cinema, o primeiro Tropa de Elite entrou para a história do cinema como o filme que escancarou para o mundo a força da pirataria, já que o mesmo, até hoje por situações inexplicáveis, chegou as bancas de camelô muito antes de ser lançado no cinema. Mesmo assim, o filme fez enorme sucesso nos cinemas, levando mais de dois milhões de espectadores (orgulho de dizer que eu fui um dos poucos que preferir assistir no cinema do que a versão pirateada), mostrando que, mesmo com DVDs, Blue-Ray, TV a cabo e pirataria, a boa e velha sala de cinema continua imbatível, e que o cinema nacional, ao contrário de outrora, pode competir de igual para igual com o cinemão norte-americano.

Em síntese, reafirmo que Tropa de Elite para mim é o melhor filme brasileiro de todos os tempos, que demorará para ser superado. Ou será que mais tarde, após assistir o segundo filme, ele perderá esta colocação?
VOCÊ SABIA? 


Ao contrário do que muitos pensam, o filme Tropa de Elite é original e não uma adaptação do livro Elite da Tropa, que foi escrito paralelamente ao roteiro e filmagem de Tropa.

Como o livro foi lançado antes do filme, principalmente pelas mudanças que foram feitas em colocar o Capitão Nascimento como protagonista, foi lançado o boato e muitos até hoje acreditam que o filme é adaptação do livro.

Particularmente ainda não li Elite da Tropa, mas tão logo eu o fizer, postarei aqui os meus comentários.
Rick Pinheiro
Cinéfilo.

Umas das várias frases marcantes do filme.

Neto (Caio Junqueira) em sua primeira ação na PM, antes de conhecer o BOPE.

Patricinha com consciência social, mas ao mesmo tempo passiva
aos amigos riquinhos, maconheiros e traficantes.

Numa ideia brilhante, Neto usa a corrupção do sistema para benefício da Cooporação e da população.

Neto leva uma dura do Capitão Nascimento por ser tão doidão.
Vai encarar?
Capitão Nascimento, o nosso representante
no seletivo grupo dos "Caras mais durões do cinema".

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