segunda-feira, 25 de outubro de 2010

ME ASSUSTA QUE EU GOSTO.

Ao fazer uma introdução aos comentários sobre três filmes de terror que assistir recentemente, ela acabou se transfromando nesta postagem, que faz o resumo do resumo da história do gênero no cinema. Evidente que, por não ter sido intencional, acabarei esquecendo de citar muitos filmes e artistas que transformaram este gênero num fenômeno de bilheterias. Mas o que vale é a intenção (neste caso, a falta dela. rssss...). Espero que vocês gostem.

Se existe um gênero de filme que está em luta constante para se reinventar e evitar a extinção é o terror. Entre altos e baixos, os filmes de terror sempre estão sendo produzidos e conquistando o público. Desde do começo do cinema, foram produzidos filmes de terror. Nas primeiras décadas do século passado foram os vampiros, lobisomens, múmias e o monstro Frankstein que consolidaram o gênero, graças a grandes interpretações de ícones como Bóris Karloff, Belo Lugosi,  Vincent Price e Christhopher Lee.

Nos anos 60, Alfred Hithcock dirigiu memoráveis filmes de suspense e até hoje são insuperáveis. As tentativas de refilmar seus grandes sucesso foram um grande mico (a versão de Psicose é um dos piores filmes da história do cinema), provando que cada um dos seus filmes tinham o seu toque genial, logo, praticamente impossível de refazer. Nos fins desta década, foi a vez do mundo conhecer o trash de George Romero, que também trouxe os zumbis para o gênero no clássico A Noite dos Mortos-Vivos. Nesta mesma época, o nosso cinema lançou provavelmente o único personagem do gênero, o também ícone trash Zé do Caixão, interpretado pelo esforçado José Monjica Martins, em filmes toscos de gosto duvidoso. Curiosamente, as obras de Monjica é conhecida e faz mais sucesso lá fora do que por aqui.

Nos anos 70, o trashão ganhou força, se firmando durante todos os anos 80. A década também é marcada por crianças possuídas pelo encardido em filmes que ganharam fama de "amaldiçoados", pelas tragédias acontecidas nos bastidores (O Exorcista, A Profecia). No fim desta década, e início dos anos 80, foi a vez dos ataques dos animais (as séries Tubarão, Piranhas) e o surgimento dos  indestrutíveis assassinos mascarados (as séries Halloween, Sexta-feira), que até hoje, aparecem na telona. Recentemente, as duas séries ganharam remake.

Sem dúvida os anos 80 foi a época de ouro do gênero, pois além de lançar diretores com James Cameron (Piranha 2: Assassinas Voadoras) e Sam Raimi (Evil Dead), e confirmar o talento de outros como Steven Spielberg (Poltegeist, outro filme marcado por tragédias nos bastidores, que também ocorreram nas duas continuações),  a criatividade dos roteiristas estava em alta.  Prova disso, por exemplo, é o aumento da galeria de vilões memoráveis como  Freddy Krueger (A Hora do Pesadelo), Pinhead (série Hellraiser), Chucky (Brinquedo Assassino), que  junto com  Jason (Sexta-Feira 13) e Michael Miyers (Halloween), foram fazer companhia aos já citados clássicos vilões dos Estúdios Universal. Também nesta década o gênero ganhou força com os sub-gênero Terrir  (filmes de terror com muito humor e que para mim é o melhor do gênero), em filmes como A Hora do Espanto, Gremlins, Criaturas, Evil Dead, A volta dos Mortos VivosOs Garotos Perdidos, entre outros.

Nos anos 90, com os Oscars conquistados por O Silêncio dos Inocentes, que lançou Hannibal Lecter, outro personagem memorável para a galeria dos vilões, o gênero ganhou produções de luxo, com elenco de estrelas, em filmes como Drácula de Bram Stoker, Seven: Os Sete Crimes Capitais, Entrevista com o Vampiro. Mas nos meados da década, o gênero andou em baixa, e  retomou o sucesso apenas nos últimos anos e ínicio dos anos 2000 em produções como a trilogia Pânico, Eu sei o que vocês fizeram no Verão Passado e Prova Final. Até os vilões do passado Michael Miyers (Halloween: 20 anos depois e Halloween: Ressureição) e Chucky (A Noiva de Chucky e O Filho de Chucky) ressurgiram para dar uma forçinha ao gênero. Até a maior vilã da vida real, a morte, deu uma alavancada no gênero, com a série Premonição. Mas o gênero ganhou força mesmo, graças ao diretor M. Night Shyamalan e o supreendente suspense, com temática espírita O Sexto Sentido, lançando um modinha de filmes semelhantes, que não durou por muito tempo. 

Neste novo milênio, também foi a vez dos filmes produzidos no Oriente  e os inevitáveis remakes hollyywoodianas ganharem as telonas (O Chamado, O Grito, Espelhos do Medo).  e  das produções trash extremamente violentas (a série Jogos Mortais, O Albergue, Turistas), sub-gênero que tem como percursor a polêmica produção de 1972 O Massacre da Serra Elétrica, que também foi percusor da onda de remakes de clássicos do gênero que tomou conta da segunda metade desta década (Sexta-feira 13, Halloween e A Hora do Pesadelo).

Nestes últimos anos, é a vez dos filmes produzidos como se fossem documentários. Este sub-gênero, que teve como percursor Canibal Holocausto,  produção italiana de 1979, e que ganhou o grande público exatamente 20 anos depois com a produção norte-americana A Bruxa de Blair, tem como características principais serem filmes de baixo orçamento, atores desconhecidos e alguns até amadores que, na maioria das vezes, emprestam seus próprios nomes aos personagens, roteiro quase inexistente e que deixa muito a desejar, e que graças a um grande estratégia de marketing, são produzidos e divulgados como se fossem produções reais.

O resultado é supreendente até mesmo para os próprios produtores. Filmes como Atividade Paranormal (2009) e [Rec] (2007) faturaram valores impressionantemente superiores ao seu orçamento, conquistaram fãs no mundo inteiro e, evidentemente, geraram continuações  e refilmagem (Quarentena lançado no ano passado é o remake norte-americano de [Rec]). Só neste semestre, tivemos as continuações de [Rec] e Atividade Paranormal, e também O Último Exorcismo. Particularmente, não gosto muito deste sub-gênero que para mim é tosco e entediante, e que já está ficando chato e repetitivo. Da semana passada até hoje, assistir três produções deste sub-gênero, que eu comentarei na próxima postagem.

Por fim, com a coqueluche do momento da tecnologia 3D, o gênero do terror não podia ficar de fora, já que  tinha usado o recurso ainda nos anos 80 e 90, no tosco Tubarão 3 e no fraquinho Pesadelo Final: A Morte de Freddy Krueger, sexto filme da série A Hora do Pesadelo, que na época foi anunciado como a desperdida do personagem. No ano passado, o remake de Dia dos Namorados Macabro marcou a (re) estreia do gênero utilizando esta tecnologia. Só este mês,  o remake Piranha 3D e o novo Jogos Mortais, que os produtores juram que será o último (será?), chegam as telonas.

Seja com grandes ou com baixos orçamentos, com roteiros interessantes ou péssimos, o fato é que os filmes de terror, mesmo com aparente desgaste ainda vai assustar e divertir os cinéfilos pelo mundo afora.

Rick Pinheiro.
Cinéfilo.

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