sexta-feira, 4 de outubro de 2019

DO MENOR PARA O MELHOR: CORINGA EM LIVE-ACTION.

Não é a toa que o Coringa é um dos vilões mais icônicos, não somente das HQs, mas, de toda cultura pop. O Palhaço do Crime, rei do caos, um inimigo à altura do morcegão, é um personagem carismático, riquíssimo em suas características psicológicas, de tal maneira, que não poderia ficar limitado apenas nas páginas das HQs. No decorrer de sua trajetória, desde que apareceu pela primeira vez em 25 de abril de 1940 até agora, foram mais de vinte atores que deram vida ao personagem, seja emprestando suas vozes em animações e games (sem dúvida, o mais conhecido é o eterno Luke Skywalker, Mark Hamill) ou de corpo e alma em live-action nas telinhas e telonas. E neste último caso, os fãs do icônico vilão psicótico não têm que reclamar, já que, até agora, foi interpretado por grandes atores, a maioria premiados, um deles, inclusive, por sua atuação justamente dando vida a ele. A partir de agora, vamos listar, começando pelo mais fraco e encerrando com o melhor, intérprete em live-action do palhaço do crime. Mais rápido que uma reação psicótica imprevisível do vilão, acompanhada por uma gargalhada insana e aterrorizante, vamos a nossa lista.

6. Jared Leto em Esquadrão Suicida.

Iniciamos com a mais malhadíssima versão do Palhaço do Crime, e com razão. Mas, não faço parte do coro da maioria que detesta a atuação do ator. Tenho a plena convicção que, se sua participação tivesse sido limitada apenas as duas sequências de flashback, que mostram a origem e a prisão da Arlequina, Leto seria incluído na discussão entre os fãs sobre os três melhores intérpretes do vilão. Mas, o ganhador do Oscar de Ator Coadjuvante foi sabotadíssimo pelo roteiro e a produção do conturbada filme (leia-se, intromissão dos engravatados da Warner), e acabou sendo o reflexo deste filme problemático (inexplicavelmente, eu até gosto desta merda). O resultado do excesso de sua participação no filme acabou legando a mais ridícula versão do personagem de todos os tempos. Para ser sincero, gostaria muito que Leto tivesse uma segunda chance no personagem, de preferência, no Esquadrão Suicida de James Gunn. Mas, como está de fora, pelo menos ganhe uma pequena, mas, marcante participação o suficiente para se redimir em Aves de Rapina - Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa (título grande e feio da gota! Vai se lascar, Warner!), mesmo não estando, até agora, nem um pouquinho animado para esse filme, que temos repetir os mesmos erros grosseiros da produção de 2016 do grupo de vilões. 

5. Cameron Monaghan em Gotham.

Mesmo sendo um ator que deu vida bem recentemente ao icônico vilão. inexplicavelmente, é ignorado na maioria das matérias e listas. Uma injustiça e tanto, já que o jovem ator de vinte e seis anos, simplesmente, roubou a cena nas duas versões do Palhaço do Crime (quem assistiu o seriado, saberá o porquê da dosa dupla de Coringa). Assim com Leto, o promissor ator é prejudicado pelo roteiro de boa parte dos episódios em que marca presença. Mas, ele consegue se superar com um grande atuação, nos presenteando com uma versão psicótica e assustadora do vilão, que só não está numa posição no pódio da nossa lista por pouquinho mesmo. Mas, consegue arrancar o primeiro dos dois empates técnicos da nossa lista.

4. Cesar Romero na série Batman (1966-1968) e no filme Batman - O Homem Morcego.

O primeiro Coringa a gente não esquece, e até hoje, o saudoso Cesar Romero continua na nossa memória afetiva. Tudo bem que a versão sessentista do ator é a mais leve e gaiata da nossa lista, e nada lembra as versões mais sombrias e assustadoras do vilão, em especial, seus dois colegas de empates técnicos. Mas, impossível não lembrar com carinho do Coringa zoeiro e ao mesmo tempo zoado pelos fãs, principalmente, os que não entendem o contexto da época e a proposta do saudosíssimo seriado televisivo. Quem tiver a oportunidade de assistir algum episódio do divertidíssimo seriado no idioma original, irá conferi a excelente e impagável atuação do saudoso ator.

3. Jack Nicholson em Batman (1989).

Outra versão memorável do Coringa que está vivíssima na nossa memória afetiva. O veterano e excepcional ator Jack Nicholson dar vida a um Palhaço do Crime que transita do gaiato figuraça de Romero com a versão mais sombria, e vilanesca dos intérpretes posteriores. Nicholson leva uma ligeira vantagem em cima dos dois colegas de empate técnico, por emprestar ao personagem um cinismo e deboche cruéis, e suas expressões faciais de psicopata que deve ter feito mutos pirralhos perderem o sono. O ator reinou absoluto como o maior intérprete do vilão psicótico por quase vinte anos, sendo superado apenas por duas atuações viscerais.

2. Joaquin Phoenix em Coringa.

O segundo e último empate técnico da nossa lista, é simplesmente, entre dois espetáculos de atuações, uma verdadeira briga de cachorro grande. Mal chegou nas telonas e a versão do icônico vilão de Phoenix já está sendo considerada por muitos fãs como a melhor de todos os tempos. E com razão, já que o ator simplesmente arrebenta num filme onde ele marca presença da primeira a última cena, com uma atuação totalmente visceral, onde vemos o passo a passo de uma completíssima metamorfose psicológica e corporal de um cara com distúrbios mentais, surrado implacavelmente pela vida, até o surgimento do mais psicótico vilão da cultura pop. Uma atuação espetacular, que só não irá arrastar prêmios, por uma puta sacanagem, seja do destino ou da galera responsável em escolher as melhores atuações do ano.

1. Heather Ledger em Batman - O Cavaleiro das Trevas.

Indiscutivelmente, há uma empate técnico entre os Coringa de Phoenix e do saudoso Heather Ledger, e as comparações, mesmo que inevitáveis, são injustíssimas. Enquanto Phoenix, tem um filme, que valoriza muito mais o lado dramático e psicológico do personagem, inteirinho para brilhar, gestando o personagem até o seu nascimento, Ledger é o antagonista prontinho do épico de ação fodástico do mestre Christopher Nolan. Mas, o que seria uma desvantagem em relação ao colega de empate técnico, o saudosíssimo ator acaba ignorando com um espetáculo de atuação, onde simplesmente, traz uma perfeitíssima personificação física e psicológica do mais icônico dos vilões. E por esse minúsculo detalhe, que Heather Ledger leva vantagem e continua, na minha humilde opinião, o maior e mais inesquecível Coringa de todos os tempos.

Rick Pinheiro.
Cinéfilo alagoano.

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