sábado, 10 de março de 2012

SESSÃO TRIPLA COM OSCARIZADOS.

Filmes.
Sessão tripla com oscarizados.

Nada como iniciar o final de semana assistindo bons filmes, mesmo que sejam exibidos em versões dubladas e com alguns cortes grosseiros, afinal, infelizmente, nem tudo é perfeito nesta vida. Mesmo assim, não deixa de ser um bom começo para um cinéfilo, que ama cinema, seja filmes novos ou reprises. Na noite de ontem, encarei três filmes sendo dois vencedores do Oscar de Melhor Filme e um deles, indicado na categoria e vencedor de duas estatuetas carecas nas categorias Melhor Roteiro Original e Melhor Ator. Todos exibidos pelo canal fechado TNT, aquele que ao mesmo tempo tem um dos melhores acervos de filme da TV brasileira, mas erra feio em exibi-los dublados e na maioria das vezes retalhados. Sem muito blá, blá, blá, vamos aos comentários dos filmes que revi ontem.

A sessão tripla iniciou às 19:20, com o criativo Crash - No Limite, merecidamente vencedor de 3 Oscar, nas categorias Melhor Filme, Melhor Roteiro Original e Melhor Edição. Com um elenco de excelentes atores e um roteiro muito bem escrito, o filme nos apresenta uma Los Angeles sem nenhum glamour, uma cidade formada por pessoas de várias etnias e onde impressionantemente o racismo rola solto de forma absurda e comum, onde várias tramas se desenrolam num período de 24 horas. Curiosamente, as únicas tramas desnecessárias e fracas, que ao meu ver nem influem nem contribuem com o filme  são as protagonizadas justamente pelos maiores astros do elenco, Brendan Fraser e Sandra Bullock, que interpretam, respectivamente, um promotor de justiça e sua esposa riquinha mimada e preconceituosa. Mas, nada que tire o brilho deste drama envolvente, muito bem escrito, que prende a atenção e ganha força graças as atuações explêndidas de seu elenco afiadíssimo. Em síntese, um filmaço, feito a toque de caixa (algo raro para os padrões hollywoodianos) que merecidamente ganhou as três estatuetas. Nota 9,0.


Depois de um intervalo de pouco mais de vinte minutos foi a vez de assistir o também ganhador do Oscar de Melhor Filme, Guerra ao Terror, dirigido por Kathryn Bigelow, ex-Sra. James Cameron, que ficou com cara de tacho ao perder para ela em várias categorias no Oscar em que ambos concorreram, principalmente, Melhor Diretor e Melhor Filme, uma verdadeira pegadinha dos membros da Academia contra o genial diretor que só faltou a presença do mítico e figuraça Sergio Mallandro, aparecer e gritar: "Pegadinha dos membros da Academia!". rsss... Não que Guerra ao Terror seja um filme ruim. Muito pelo contrário, já que trata-se de um filmaço de guerra que entrou para o rol dos melhores filmes de guerras de todos os tempos, fazendo com que Bigelow figure ao lado de diretores geniais do gênero como Oliver Stone (Platoon), Francis Ford Coppola (Apocalipse Now), Ridley Scott (Falcão Negro em Perigo). Mas, na minha humilde opinião não supera o Avatar de Cameron, seu  concorrente e na época o grande favorito a arrastar várias estatuetas. Deixando um pouco de lado o filmaço que arrebentou nas bilheterias, o filme da sua ex-senhora tem vários méritos. A começar pelo excelente roteiro, muito bem escrito que narra os últimos 38 dias de um grupo de elite de soldados norte-americanos que atua no Iraque, em missões suicidas de desarmamento de bombas. É inegável que Guerra ao Terror é um filmaço muito bem conduzido por Bigelow que nos presenteia com inesquecíveis sequências, que dosam perfeitamente a ação e o suspense, e de quebra, ainda tira atuações inspiradíssimas do seu elenco, principalmente de Jeremy Renner, que simplesmente arrebenta e merecidamente foi indicado por sua brilhante atuação. O filme pode não ser melhor que o seu concorrente Avatar, mas pelo menos a estatueta careca foi para o segundo melhor filme daquele ano. Em síntese, um filmaço excepcional. Nota 9,5.


Encerrei a sessão tripla com oscarizados no começo da madrugada de hoje, conferindo Milk - A Voz da Igualdade, cinebiografia dirigida por Gus Van Sant, de Harvey Millk primeiro homossexual assumido a conquistar um cargo público nos Estados Unidos e a organizar e lutar o movimento GLS, interpretado de forma magistral por Sean Penn. O diretor perde uma excelente oportunidade de fazer uma cinebiografia bem acima da média, apelando para os exageros na pupurina, ou seja, no número exagerado de sequências com beijo gay e nas atuações exageradamente afetadíssimas que beiram a caricatura. Creio eu que até mesmo a comunidade gay deve ter ficado fustrada em ver um dos mais importantes fatos, os primeiros passos do movimento que tomou conta do mundo,  ser reduzido a superficialidade e banalidade. Salva-se apenas a corajosa atuação de Penn, que consegue a proeza de ser o único no elenco a não errar na mão, não apelando aos exageros como seus colegas, numa atuação perfeita, que, merecidamente, lhe rendeu a estatueta como melhor ator. Mas, nem mesmo sua brilhante atuação  salva o filme do desastre total. Nota 1,0.


Rick Pinheiro.
Cinéfilo.

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