segunda-feira, 19 de março de 2012

CINEMA EM CASA NA WARNER.

Filmes.
Cinema em casa na Warner.

Quem tem TV por assinatura com certeza deve conhecer o canal Warner, que exibe muitos seriados e sitcom, entre eles a impagável Dois Homens e Meio, e filmes produzidos pelo estúdio homônimo. A vantagem da emissora é exibição de todos os seriados e boa parte dos filmes no idioma original. Porém, tem a tosca desvantagem, na exibição de filmes, do número exagero de intervalos, geralmente após dez minutos de exibição, o que faz filmes, por exemplo, de uma hora e meia de duração, serem exibidos em mais de duas horas, o que acaba cansando o telespectador. Mesmo com este defeito grosseiro que testa a paciência do assinante ao limite extremo, conferi de sexta para cá três filmes produzidos pelo estúdio que ainda não tinha assistido, aos quais passo a comentar a partir de agora.

OUSADO E CRIATIVO, MAS...

Na sexta a noite, a Warner exibiu O Homem Duplo, filme que utiliza a interessante técnica da rotoscopia digital, onde os atores com atores e cenários reais e, posteriormente, as cenas são recobertas por animação gráfica. Produzido por George Clooney e Steven Sondebergh (que dirigiu Clooney na trilogia um monte de homens e alguns segredos) e baseado no livro do autor Philip K. Dick (que entre suas obras que ganharam versões na sétima estão os clássicos da ficção Blade Runner - O Caçador de Andróides e O Vingador do Futuro), que foi escrito com bases nas experiências que o autor teve com drogas, a trama do filme se passa num futuro não muito distante, onde as drogas imperam na sociedade. Um policial Bob Arctor (Keanu Reeves) se infiltra num grupo de drogados e acaba se viciando, e como nem mesmo seu superior sabe quem ele é, ironicamente recebe a missão de investigar a si próprio, principal suspeito de ser o traficante desta turma. O filme tem uma premissa muito interessante e capta bem o climão pesado das viagens alucinogénas de um dependente químico. Mas, se perde num roteiro que deixa muito a deseja, tornando o filme um pouco chato e enfadonho. Apesar disso, vale a pena conferir pela impressionante técnica que torna pessoas e cenários reais em animações e pelo seu elenco estrelar que além de Reeves, conta com Robert Downey Jr. (o melhor em cena), Winona Ryder e Woody Harrelson. Nota 3,0.

 

CHARLES BRONSON DE SAIA.

Ontem a noite foi a vez de conferir o thirlley Valente, estrelado pela sumidinha ótima atriz Jodie Foster, que interpreta Erica Bain, uma locutora de um chatíssimo e tosco programa de rádio de Nova Iorque que ver sua vida mudar quando é atacada por um trio de maginais que mata seu noivo (Naveen Andrews, o Said do seriado Lost), fere-a gravemente e ainda some com seu cachorro. Recuperada fisicamente, mas não psicologicamente, Erica chuta o pau da barraca, compra uma arma e torna-se um Paul Kersey de saia, personagem do saudoso Charles Bronson na saudosa franquia Desejo de Matar. Incrível com atriz tão talentosa como Foster topa fazer um filminho chato, bastante arrastado, que só empolga nos últimos cinco minutos, quando a personagem, depois de encher o nosso saco e matar meia dúzia de bandidos que não têm nenhuma relação com o fato trágico da sua vida, finalmente encara o trio realmente responsável. São estes minutos finais e a excepcional atuação de Foster, merecidamente indicada ao Globo de Ouro, que salvam o filme de um fiasco total. Nota 3,0.


MAIS UMA BIZARRICE DE BURTON E DEEP.

Logo após Valente, já no começo da madrugada de hoje, foi a vez de assistir Sweeny Todd - O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet, sexta parceria entre o diretor Tim Burton e Johnny Deep, que sempre gera alguma bizarrice interessante, desta vez no gênero musical. O ingênuo barbeiro londrino Benjamin Barker (Deep, em mais um show de interpretação) é preso injustamente, vítima de uma armadilha arquitetada pelo inescrupuloso juiz Turpin (Alan Rickman), que estava de olho em sua linda esposa (Laura Michele Kelly). Quinze anos depois, Barker volta a Londres, agora com o nome de Sweeny Todd, em busca de vingança. Na sua odisséia sanguinária e doentia de vingança, contará com a ajuda da sua antiga vizinha Sra. Lovett (Helena Bonham Carter, esposa do diretor, em sua quinta parceria cinematográfica). Apesar das chatíssimas cantorias que hora ou outra, Sweeny Todd é um bom filme, muito bem conduzido por Burton, que mais uma vez abusa do visual gótico e dos personagens bizarros, arrancando excelentes atuações de Deep, Carter e do Borat, Sacha Boran Carter. Não é o melhor filme da parceria do trio parada dura na bizarrice, mas em compensação, prende a atenção e diverte, até mesmo quem não curte o gênero musical. Nota 8,0.


Rick Pinheiro.
Cinéfilo.

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