No ano passado, foi lançado nos cinemas o filme de ação brasileiro Federal, anunciado como tão bom quanto Tropa de Elite. Ainda bem que adquiri a cópia pirata já que iria comprar gato por lebre.
A trama se passa em Brasília, onde uma equipe de policiais federais, lideradas por Vital (o sumido da mídia Carlos Alberto Richelli), tendo como novato Daniel (Selton Mello, totalmente desperdiçado), combate o tráfico de drogas na Capital Federal.
Ao contrário dos excepcionais filmes de Padilha, que tratava de forma real o mecanismo estatal de Segurança Pública, Federal não lembra em nada a verdadeira Polícia Federal. O roteiro que incluir seita religiosa que serve de fachada para o tráfico, alguém no Palácio do Planalto que é o cabeça do tráfico, entre outras situações que até poderiam render um ótimo filme, não tem profundidade e acaba perdido e solto na trama.
O chefe do tráfico interpretado por Eduardo Dusek é um vilão tosco e patético, que faz o traficante “brasileiro” do novo Velozes e Furiosos ser um personagem fiel à realidade. A presença descartável do norte-americano Michael Madsen, coadjuvante frequente em filmes norte-americanos classe “z”, as desnecessárias cenas de sexo a cada dez minutos e as patéticas cenas de ação que fazem a coreografia dos Power Ranger ser mais convincente, torna Federal um autêntico filme de ação “b”, fazendo corar de vergonha, produções deste sub-nível, estreladas por Lorenzo Lamas e cia.
Em síntese, Federal é um filminho tosco que nada contribui a excelente fase do nosso cinema. Totalmente dispensável à excepcional filmografia do Cinema Nacional.
Rick Pinheiro.
Cinéfilo.
Michael Madsen em cena de Federal.
Como se não tivessemos canastrões suficientes em nosso país,
importamos um made in USA.
Já está ficando cansativo e chato demais, eu sempre iniciar um comentário de um filme que assisti no cinema, reclamando da deficiência das salas de Maceió. Acredite, é mais chato para mim, externar a minha indignação. Desta vez, mais uma vez o alvo da minha reclamação é com o Centerplex, que apesar de ter o maior número de salas, no quesito programação é o pior, já que além de tomar três salas para exibir um único filmes, ainda oferta filmes apenas na versão dublada. Por isso mesmo que faziam mais de dois meses que eu não ia assistir filmes nas confortáveis, mas desorganizada na programação, salas de cinemas, do Shopping Pátio Maceió. Infelizmente, é a única sala de Maceió que está exibindo X-Men – Primeira Classe, o que me obrigou a assistir a nova aventura do grupo de mutantes da Marvel, em versão dublada. Pelo menos não foi tão doloroso como imaginei, já que além de ser um bom filme, todas as cenas que foram faladas em outro idioma que não fosse o inglês, são exibidas na versão original, legendada.
Antes de comentar X-Men – Primeira Classe, um breve comentário dos filmes anteriores da franquia dos mutantes da Marvel.
X-Men – o filme é um marco na história da Marvel nos cinemas, já que foi responsável pelo ingresso da editora ao tardio sucesso nas telonas, que hoje está no apogeu, na sua fase mais produtiva. A produção de 2000 dirigida de forma brilhante por Bryan Singer, marcou a estreia dos heróis dos quadrinhos, nas telonas, em carne e osso. De forma criativa e até certo ponto realista, o roteiro tratava justamente do preconceito da sociedade com quem é diferente do convencional (se trocarmos, os mutantes, por pessoas com raça ou credo, diferente da maioria, o roteiro seria o mesmo), algo que acabou atraindo atenção e agradando até mesmo quem não é fã dos quadrinhos.
Destaque também para o excelente elenco, perfeitamente caracterizados, que inclui os veteranos Patrick Stewart e Ian McKellen, a estrela Halle Berry e as revelações James Madsen e Hugh Jackman (simplesmente a cópia fiel do Wolverine dos quadrinhos).
Com um ótimo roteiro e um elenco afiado, a primeira aventura dos mutantes dos quadrinhos nos cinemas é disparada um dos melhores filmes de super-heróis da história do cinema. Uma estreia em grande estilo dos heróis mutantes da Marvel. Nota: 9,0.
Três anos depois da grande estreia, Singer realiza uma façanha que poucos diretores fazem na história do cinema: uma continuação superior ao original. Com uma trama mais elaborada e aprofundada, e com o elenco bem mais a vontade em seus personagens, X-Men 2 tem muito mais ação e diversão(a sequência inicial da invasão de Noturno à Casa Branca é de tirar o folêgo). Wolverine, o X-Men favorito dos fanáticos por quadrinhos, ganha mais destaque na trama, que também acirrar ainda mais à perseguição contra os mutantes.
Na trama, o General William Stryker inicia uma campanha de tolerância zero contra mutantes, o que faz os amigos e rivais, Professor Xavier e Magneto unir forças contra esta nova ameaça.
Com um roteiro excelente, ótimas interpretações e efeitos especiais de primeira, X-Men 2, é disparado, até agora, o melhor filme dos mutantes. Nota: 10,0.
Após um filme excepcional, seguindo a regra que o terceiros filme de uma franquia é o mais fraco, em 2006, X-Men – O Confronto Final chegou às telonas. Sem a direção de Singer, que abandonou o projeto para dirigir o decepcionante Superman: O Retorno, o competente Brett Ratner (que dirigiu a ótima trilogia A Hora do Rush), assume este novo filme, mas, seguindo a cartilha de Singer.
Os avanços de paz entre humanos e mutantes são interrompidos, quando um laboratório anuncia uma vacina que cura mutante, motivo fortíssimo para Magneto recrutar e desencadear uma guerra contra os humanos. Assim como nos filmes anteriores, esta terceira aventura dos mutantes tem muita ação e repletos de efeitos especiais.
O roteiro também mantém o nível dos anteriores, trazendo de volta personagens conhecidos, como também promovendo a estreia de personagens já conhecidos nos quadrinhos e série animada, como o Anjo e o Fera. Mas, em contrapartida, é o mais triste da série, com a inexplicável morte de alguns personagens centrais, motivo principal para torna-lo o mais fraco da série. Apesar disso, X-Men – O Confronto Final é um ótimo filme, superior a dezenas de outros filmes de super-heróis já exibidos na telonas (inclusive, acho superior ao Superman, de Singer). Nota: 7,0.
Uma franquia bem sucedida como X-Men não poderia parar no terceiro filme. A Marvel e os estúdios Fox, resolveram reinventar a série, contando a origem dos principais personagens. Respeitando o intervalo de três anos de um filme para outro, em 2009, estreia X-Men Origens: Wolverine, estrelado por Hugh Jackman.
Bem à vontade na personagem, Jackman, agora único protagonista, dar um show de interpretação, nos apresentando algumas características de Wolverine, desconhecida até então (Quem diria que o durão herói, já chegou a sorrir e viver um romance?)O restante do elenco cumpre bem a função em seus respectivos personagens.
Com empolgantes sequências de ação, a aventura solo do mutante Wolverine, é um filme razoável, e só não é melhor, por ser prejudicado por ser roteiro regular que modifica de forma desagradável alguns personagens dos quadrinhos. Potencial desperdiçado. Nota: 5,0.
Dando continuidade ao projeto que conta a origem dos principais personagens, chegou aos cinemas, no começo deste mês o novo filme da franquia: X-Men – Primeira Classe, que conferi na segunda da semana passada.
A história se passa antes dos fatos mostrados nos filmes anteriores, iniciando com a origem de Magneto, com direito a refilmagem fiel da sequência inicial do primeiro filme da franquia. Paralelamente, somos apresentados a Charles Xavier e a Mística, ainda crianças. Anos depois, nos anos 60, o cientista nazista responsável pela morte da mãe de Magneto (o ex-ídolo teen dos anos 80, Kevin Bacon, ótimo), reaparece, com um plano maquiavélico de destruir os humanos. Diante desta ameaça, uma agente da CIA entra em contato com Xavier, que, logo após, conhece Magneto e, juntos, convocam outros mutantes, formando o primeiro grupo X-Men.
O roteiro que criativamente utiliza fatos reais (a crise dos misseis em Cuba), como plano de fundo da trama, é bem elaborado e faz uma ligação com as tramas dos filmes anteriores. Aos poucos, somos apresentados ao conflito de ideias de Xavier e Magneto, que acabou gerando a rivalidade entre eles, já apresentadas nos três primeiros filmes da franquia. A única falha no roteiro, grosseira, mas que não influir na qualidade do produto final, foi a origem da deficiência de Xavier ainda jovem, já que no começo do terceiro filme, ele aparece andando, quando vai recrutar Jean Grey para o grupo. Os roteiristas esqueceram de assistir o terceiro filme da franquia.
Outra pequena falha, que também não influir no produto final, é a tosca maquiagem do personagem Fera. Tudo bem que o personagem está jovem, mas a carinha de gatinho vira-lata, além de patética, não convence, e chega a incomodar até mesmo quem não é fã dos quadrinhos.
Mas no geral, o filme é ótimo, mantendo o nível da franquia, sendo superado ligeiramente apenas pelo segundo filme. Com muita ação, tiradas engraçadíssimas, com direito a uma pequenina e hilária aparição de Wolverine, o novo filme é divertido, cumprindo bem a função de manter a franquia firme e forte. Um filme tão bom que até conseguiu me fazer superar o desconforto de assisti-lo dublado. Nota: 9,5.
Confira o trailer da mais nova aventura dos mutantes da Marvel:
Rick Pinheiro.
Cinéfilo.
Parece mas não é. Apenas a moça ao centro não é mutante.
Os primeiros X-Men.
"Eu sei o que você está pensando!".
Xavier, ainda com cabelos e andando, usando os seus poderes mutantes.
A sessão Tela Quente, da Rede Globo, oscila na exibição de bons e também péssimos filmes, tendo o único ponto comum todos serem inéditos na TV aberta. Ainda bem que hoje teremos a divertida comédia Trovão Tropical, escrita, dirigida e estrelada por Ben Stiller.
Na trama, um grupo de complicados astros hollywoodianos, formado por Stiller (hilário), Jack Black (o mais fraco e sem graça), Robert Downey Jr. (excelente, roubando cena como o hilário astro que é capaz até mesmo de mudar a cor da pele por um personagem) e dois atores coadjuvantes, vão fazer teste para um filme de guerra numa floresta, e acabam envolvidos num conflito verdadeiro.
Além de Downey Jr., que simplesmente é um show à parte, quem também roubam a cenas são os coadjuvantes de luxo, Nick Nolte e Tom Cruise, irreconhecível graças a excelente maquiagem, interpretando um tosco produtor.
Divertido e engraçado, Trovão Tropical, é um filme perfeito para começamos bem a semana. Imperdível!
É verdade que a sessão Domingo Maior da Rede Globo não é mais a mesma dos saudosos tempos. Filmes de ação classe "b" dos anos 80, como os da série American Ninja e os estrelados por Chuck Norris e pelo saudoso Charles Bronson, estão dando lugar a super-produções do nosso século XXI. Mas, na sessão de fim de noite de domingo ainda predominam os filmes de ação. Depois dos últimos domingos exibir os ótimos e divertidos Arrebentando em Nova York, estrelado por Jackie Chan e Carga Explosiva 2, estrelado por Jason Statham, e o insosso Sr. e Sra. Smith, mais conhecido como o filme que uniram na vida real os pombinhos Brad Pitt e Angelina Jolie do que pelo seu fraco roteiro, hoje, é a vez do ótimo Triplo X, estrelado por Vin Diesel e dirigido por Rob Cohen, repetindo a parceria do ano anterior no primeiro Velozes e Furiosos.
Na trama, Diesel é Xander Cage, um esportista radical fora-da-lei, que é recrutado pelo misterioso Gibbons (Samuel L. Jackson, roubando a cena, num personagem muito parecido com o seu atual Nick Fury dos filmes da Marvel), para se infiltrar numa perigosa gangue de terroristas internacionais. O roteiro é mera desculpa para as várias cenas de ação, bem ao estilo "me engana que eu gosto!", repleto de manobras radicais e mirabolantes.
As sequências de ação somada a uma trilha eletrizante fazem de Triplo X um filmaço, que consolidou a carreira de Vin Diesel, como astro de ação. Devido ao enorme sucesso, o filme ganhou uma continuação, em 2005, Triplo XXX - Estado de Emergência, estrelada por Ice Cube, infinitamente inferior ao original e que figura frequentemente no Domingo Maior. Mais um motivo para aproveitar a rara oportunidade que a Globo está oferecendo de exibir o filmaço original. Imperdível!
Trashão de luxo? Que loucura é essa? Trash e luxo são tão antagônicos que jamais seriam lados de uma mesma moeda. Então, estou me contradizendo? Ou teria este blogueiro ter fumado maconha estragada antes de entrar na net? Nem uma coisa, nem outra. Calma galera! Antes que alguém pense que estou surtando, deixe-me explicar.
Em 2007, os geniais e criativos diretores/roteiristas Quentin Tarantino e Robert Rodriguez tiveram a original ideia de homenagear os filmes trash de terror dos anos 60/70, que na época eram exibidos em sessão dupla, com os trailers de outras produções entre eles. Surge então o Projeto Grindhouse, com dois filmes: Planeta Terror (ainda inédito para mim), escrito e dirigido por Rodriguez, e À prova de Morte (comentários em: http://blogdorickpinheiro.blogspot.com/2010/09/muita-conversa-mole-e-pouca-acao.html ), escrito e dirigido por Tarantino, que foram exibidos junto com quatro trailers falsos. Infelizmente, o público norte-americano não compreendeu a criativa ideia dos gênios figurinhas repetidas, motivo que fez os dois filmes chegarem ao Brasil divididos e com um absurdo intervalo de tempo entre eles.
Mas, nem tudo foi desastre desta ideia tão original e injustamente incompreendida. Um dos trailers falsos acabou virando mesmo um filme. E depois de três anos, chega aos cinemas, o verdadeiro filme Machete, homenagem aos trashões de ação, dirigida por Robert Rodriguez, que assistir hoje pela manhã, na tradicional Sessão Cinema de Arte, do Cine Maceió 2.
Na trama, Machete (Danny Trejo) é um durão policial mexicano que, nos primeiros minutos de filme, cai numa armadilha fatal do traficante Torrez (Steven Seagal) que mata sua família e o fere gravemente. Três anos depois , sem nenhuma explicação como escapou da morte, o feioso herói é imigrante ilegal nos Estados Unidos, quando é contratado por Michael Benz (Jeff Fahey), para assassinar o Senador McLaughlin (Robert De Niro), em campanha à reeleição, cujo o principal projeto é a expulsão dos imigrantes ilegais. Só que o atentado na verdade é uma farsa política, gerando outra armadilha para Machete. O resultado, resume-se a uma das frases marcantes, ditas por ele: "Escolheram o mexicano errado para ferrar!". Depois daí, já imaginam (ou não), o que acontece.
O roteiro é excelente, com cenas de ações bem surreais, que, apesar da extrema violência, típicas dos trashões de ação, arranca gargalhadas do público, justamente, pelos exageros e absurdos. Além de ser uma homenagem, e tanto, aos filmes de ação trash, o filme também faz uma crítica direta a hipocrisia da classe política, principalmente, em época de campanha eleitoral. Apesar de absurdas e totalmente preconceituosas, graças a sua lábia típica dos políticos safados, o senador interpretado por De Niro, consegue até deixar dividido os próprios mexicanos, principais prejudicados do seu projeto barrista. No discurso inflamado, preconceituoso, mas disfarçado de patriotismo, enconde-se o fato da campanha do senador ser financiada pelo traficante Torrez, que, evidentemente, quer em troca os seus negócios do narcotráfico ampliados.
Como homenagem aos trashes, as interpretações não poderiam ser mais ideais. Robert De Niro, sem dúvida, é o melhor ator do elenco, mas, isso não quer dizer que ele seja o único destaque no filme. Danny Trejo, primo do diretor, depois de anos de carreira como coadjuvante, parte dela atuando em filmes dos primão talentoso, finalmente protagoniza uma obra, e não decepciona, convencendo como o durão Machete. Michelle Rodriguez, é outra que não decepciona, fazendo uma personagem mais feminina e menos durona, do que costuma fazer. Cheech Marin, outra figurinha obrigatória nos filmes do diretor, cumpre seu papel, nos divertindo como o surreal Padre Benito Del Toro (note que o nome é um trocadilho com o nome do ator Benício Del Toro).
Agora, a grande supresa mesmo são os canastrões. Rodriguez reuniu um elenco de canastrões de primeira. Para sua homenagem, recrutou duas péssimas atrizes da atualidade (a lindíssima Jéssica Alba e a chatíssima bad girl Lindsay Lohan) e três decadentes e toscos astros de filmes de ação classe "Z", dos anos 80/90: Jeff Fahey, Don Johnson (que também estrelou a série televisiva Miami Vice) e ninguém menos que ele, Steven Seagal, considerado por muitos o pior ator de todos os tempos. As atrizes, infelizmente, não aproveitaram a oportunidade oferecida pelo diretor, e não conseguem convencer (fraquíssimas demais, principalmente Lohan, mas nenhuma delas comprometem o resultado final.), ao contrário da ala masculina do cast canastrão. Espantosamente, todos, inclusive o barrigudo Seagal, convencem em seus personagens. Não que a arte da interpretação tenha despertado neles, de uma hora para a outra, pois continuam com a mesma falta de talento. Mas, o mérito é de Rodriguez, que sabendo da falta de talento dos escalados, criou personagens à "altura" de cada um, que assim como seus personagens, não são levados à sério.
Destes, o destaque é, supreendentemente, Steven Seagal, que está hilário, numa personagem que é uma paródia de si mesmo, com direito a usar uma espada como fazia em seus primeiros (e bons) filmes. Impossível não cair na risada, por exemplo, todas as vezes que aparece pela tela do notebook, cumprimentando os seus comparsas pela alcunha de "puñeta" ou no desfecho tragico-cômico do seu tosco personagem. Rodriguez presenteou Seagal com o melhor e mais original personagem da sua tosca carreira. Querendo, Steven Seagal pode se aposentar agora mesmo, feliz da vida por, finalmente, fazer um personagem memorável e divertido, diferente dos, quase sempre, (ex) policiais e (ex) agentes da CIA, da sua medíocre filmografia.
A trilha sonora é outra ponto alto do filme. Contagiante e envolvente, as músicas são devidamente encaixadas nas exageradas e toscas (propositalmente, é claro.) cenas de ação, onde Machete e cia, fazem jorrar sangue, cabeças e membros para tudo que é lado, ao som de guitarra e violão, bem ao estilo de música mexicana. Mais um ponto positivo do filme, que só reforça a homenagem que o filme pretende prestar, aos trashões de ação.
Para mim o único ponto negativo do filme foram algumas poucas cenas apelativas, mesmo que este tipo de cenas estejam presentes nos trashões homenageados. Mas, a cena de sexo à três do protagonista com a esposa e filha do vilão e o tiroteio dentro de uma igreja ao som da Ave Maria, apesar de bem realizadas, não funcionam, sendo as cenas mais fracas e, portanto, descartáveis, deste excepcional filme. Mas nem mesmo estas tiram o brilho desta obra-prima.
Em síntese, Machete é um filmaço tosco, e por mais que pareça, esta afirmação também não é contradição. Por ser propositalmente tosco e muito bem realizado, o resultado é mesmo um filmaço excepcional. Original e divertido, não somente cumpre perfeitamente a homenagem a que se propõe, sendo infinitamente superior aos homenageados, como também é original e divertido, graças aos exageros, que superam muitas paródias sem graça produzidas nos últimos anos. Uma obra-prima do cinema atual, que cada vez mais vem se esvaziando de criatividade. Nota 10,0.
Rick Pinheiro.
Cinéfilo.
Como antigamente: material divulgação, com cenas do filme.
Abaixo, o trailer que originou este filmaço tosco.
A falta de opções em nossos cinemas alagoanos continua. Como se não bastasse temos apenas dez salas, atualmente, apenas cinco títulos estão sendo exibidos por aqui (o novo Piratas do Caribe ocupa metade das salas). Dos variados filmes lançados no fim de semana passado, apenas chegou por aqui Se Beber, Não Case! Parte II, que fui conferi na última segunda, na tela da sala 2 do Cine Maceió.
Antes, mais precisamente duas horas antes, adquiri e assisti a cópia pirata do primeiro filme que fez um estrondoso sucesso em 2009, mesmo não tendo nenhum grande astro no elenco. Particularmente, não tinha assistido antes por alguns motivos bobos. Sei que, assim como não devemos julgar um livro ou um CD pela capa, o mesmo princípio deve ser aplicado aos filmes, principalmente, em virtude dos toscos títulos que os importadores brasileiros teimam em colocar. Mas, convenhamos que Se Beber, Não Case!, é um título nada atraente. Além do título nacional, as sinopses divulgadas não eram animadoras, afinal, aparentava que tratava-se de mais uma comédia machista sobre sexo bem ao estilo das toscas continuações de American Pie estreladas pela quarta geração da família Stfiller. Puro preconceito, que me impediu de ter assistido antes uma engraçada comédia.
É verdade que a trama não traz nenhuma novidade. Quatro amigos vão a Las Vegas para a despedida de solteiro de um deles (A Última Festa de Solteiro, American Pie - O Casamento, são apenas alguns que tiveram como pano de fundo a festividade), apenas quarenta e oito horas. Após um porre de bebida e de um "acidental" Boa Noite Cinderela!, acordam no dia seguinte sem lembrar o que aconteceu (como em, por exemplo, Cara, cadê o meu carro?) e descobrem que simplesmente perderam o noivo. Começa então um busca desesperada do trio de protagonistas se depara com tigre, um bebê, prostitutas, mafiosos chineses, policiais e até com o ex-lutador Mike Tyson.
Apesar de não trazer nenhuma novidade, o filme é engraçadíssimo, graças, principalmente, ao trio de protagonistas, que estão ótimos em seus respectivos personagens, o descolado Phil (Bradley Cooper), o tímido e desesperado Stu (Ed Helms) e o loucão de pedra Alan (Zach Galifianakis). Somada a boa direção e a um roteiro simples, mais que prende atenção, Se beber, não case!, é uma comédia acima da média, que diverte e tira riso facilmente.
Evidente que diante do estrondoso sucesso (a comédia faturou US$ 460 milhões em todo mundo, tendo custado apenas US$ 35 milhões), a continuação era inevitável. Se beber, não case! Parte 2, tem o grande e, geralmente raro mérito de trazer de volta o diretor Todd Phillips, o trio de protagonistas e quatro coadjuvantes do filme anterior. É verdade que em time que se ganha, não se mexe, mas neste caso este princípio futebolístico foi, exageradamente, levado ao pé da letra, pois, a trama é idêntica, quadro a quadro, a do primeiro filme, mudando apenas o cenário e os fatos. A frase "Aconteceu de novo!", dita por Phil no começo do filme, resume perfeitamente o novo filme.
A trama é uma cópia cagada e cuspida do original, mudando apenas alguns detalhes. O cenário, ao invés da carnavalesca Las Vegas, é a Sin City oriental, Bangkok. Ao invés do noivo, quem some agora é o adolescente irmão da noiva de Stu. Quem faz companhia ao trio, em parte da louca jornada, ao invés do bebê filho de uma prostituta, é um simpático e hilário macaquinho, que simplesmente, rouba a cena. Estão presentes no novo filme até mesmo a ausência de Doug, o quarto amigo, que no primeiro filme era o sumido da trupe e agora é apenas um inútil ao telefone, e a cena inicial onde Phil ao celular dar a notícia a Tracy que perderam o amigo (para mim a falha mais grosseira do filme, pois se ela agora não é a noiva e, se o seu marido Doug, é amigo do trio, pela lógica, não seria ela que receberia a ligação que dar o ponta-pé inicial ao filme). Nem mesmo as fotos dos micos cometidos pelos amigos quando estavam bêbados, nos créditos finais, escapam da clonagem do primeiro filme.
Se a falta de criatividade reina absoluta no filme, desta vez pegaram pesado e apelaram para a vulgaridade explícita e exagerada. Tudo bem que precisavam acrescentar novas hilárias situações bizarras a trama, mas, convenhamos que o nú frontal de dois travecões, o macaquinho se drogando e fazendo insinuações de sexo oral e uma versão criança do trio de protagonistas se drogando e caindo na farra, além de politicamente incorretas são cenas sem graça e desnecessárias.
Mas, calma galera, Se Beber, Não Case! Parte II, não é um filme péssimo. Muito pelo contrário, consegue ser tão bom quanto o original, sendo apenas ligeiramente inferior ao primeiro porre dos fanfarrões. Apesar do roteiro idêntico e da apelação desnecessária, o filme é divertido, e como no primeiro filme, consegue arrancar riso fácil da plateia. Isso, graças as situações surreias que o trio de protagonista se envolve. Ainda mais entrossados e à vontade com o seus personagens. Cooper, Helms e Galifianakis, com suas ótimas atuações, consegue prender a nossa atenção e nos fazer soltar altas gargalhada. Sem dúvida, são eles que seguram os dois filmes da franquia.
E as loucas e bizarras situações do hilário trio não vão parar por aqui, já que anunciaram a produção do terceiro filme que, a priori se passará em Amsterdã, na Holanda. Esperamos que desta vez, os roteiristas deixem a preguiça de lado e sejam mais criativos.
Jack Sparrow, o pirata mais carismático do cinema está de volta, e em grande estilo. Depois de quatro anos, na época anunciado, final da trilogia, Piratas do Caribe - Navegando em Águas Misteriosas, aporta nas telonas, desta vez, sob nova direção, do ganhador do Oscar Rob Marshall, tendo de volta Johnny Deep e Geoffrey Rush, simplesmente, os melhores atores dos primeiros filmes, reprisando suas ótimas atuações, na pele dos figuraças dos capitães Jack Sparrow e Barbossa, e com o reforço de peso da linda e ótima atriz Penélope Cruz. E de quebra, o resgate do clima alegre e divertido do primeiro filme.
Na trama, Sparrow (Depp, como sempre excepcional,e mais a vontade na personagem) vai a Londres para resgatar Gibbs (Kevin McNally), integrante de sua tripulação no Pérola Negra. Lá ele descobre que Angelica (Penélope Cruz, ótima), um ex-rolo do passado, está se passando por ele, para recrutar marujos em uma viagem rumo à mítica Fonte da Juventude. Ela é filha do lendário pirata Barba Negra (Ian McShane, em boa atuação), que quer encontrar a tal fonte, que Sparrow jura de pé junto que sabe onde fica. A bordo do navio do "pirata mais temível pelos piratas", Sparrow e cia., partem em busca da mítica fonte, numa jornada repleta de perigos, incluindo as belíssimas e fatais sereias. Assim como eles, os espanhóis e os britânicos que contam com a ajuda do figuraça capitão Barbossa (Geoffrey Rush, como sempre, dando um shhow), também partem em jornada em busca da lendária fonte.
O filme, ao contrário do anterior, é divertido, com um ótimo roteiro, que contém muita ação, suspense e, não poderia faltar, as maluquices de Sparrow. As interpretações, como sempre, são ótimas. A dobradinha entre Deep e Rush é um show à parte, assim como a química perfeita entre Deep e Cruz, que está muito a vontade e hilária como Angelica. Sem dúvida à aquisição da linda e talentosa atriz deu mais folêgo a série. MacShane e o restante do elenco, cumprem bem seus respectivos papéis, com ótimas atuações. O roqueiro Keith Richards, dos Rolling Stones, faz uma pequenina e não influente na história participação, reprisando o papel de pai de Sparrow.
Os efeitos são excepcionais, nos oferecendo empolgantes cenas, como, por exemplo, a sequência do ataque das sereias. Mas, o 3-D é desnecessário, já que, além dos efeitos serem ótimos, funcionando perfeitamente, como ocorreu nos filmes anteriores, no formato convencional, boa parte das cenas são noturnas, o que deixa o 3-D um pouco impercebível.
Com ótima direção, atuações memoráveis e um roteiro empolgante, o novo Piratas do Caribe supera os seus dois últimos antecessores, perdendo apenas para o excepcional primeiro filme. Cumpre bem a intenção dos produtores de iniciar uma nova trilogia. Uma divertida aventura à moda antiga. Imperdível para quem procura uma ótima diversão.
Ah, como de costume (e particularmente, só descobrir esta semana, revendo os filmes anteriores), há uma divetíssima cena (até agora a melhor da quadrilogia), após os créditos finais, que dar um aperitivo, anunciando claramente que as aventuras de Sparrow, Angelica e cia., só estão começando. Vale a pena esperar um pouco mais para sair do cinema.
Rick Pinheiro.
Cinéfilo.
Deep e Rush, como os capitães Jack Sparrow e Barbossa:
Os melhores e mais originais piratas do cinema, estão de volta com tudo.
Penélope Cruz, em cena com Deep, estreando na franquia.
As aventuras do casal carismático só estão começando.