segunda-feira, 9 de maio de 2011

VELOZES E MENTIROSOS.

Filmes.
Velozes e mentirosos.

Depois de quase um ano de espera e alguns dias de "preparação" revendo   os filmes anteriores em DVD, finalmente assistir Velozes e Furiosos 5 - Operação Rio, na primeira sessão do dia de hoje (13 horas), do Cine Maceió 2.

A trama, é interessante, iniciando com o final do último filme, onde Brian (Paul Walker, fraco como sempre), Mia (Jordana Brewster, um pouco mal aproveitada, mas com mais destaque que o filme anterior) e companhia, de modo surreal ("para variar"), resgatam Dominic (Vin Diesel, no piloto automático), a caminho da prisão. Logo após, sem nenhuma explicação, os pombinhos estão no Rio de Janeiro, onde reencontram Vince (Matt Schulze), velho membro da gangue do primeiro filme, e, precisando de grana, embarcam na roubada de assaltar um trem em movimento. Só que um dos carros luxosos roubados, vem como adicional que não é de fábrica, um chip contendo informações de toda operação de um traficante, que é o "Rei do Rio" (o ótimo ator português Joaquim de Almeida, desperdiçado). Desculpa esfarrapada, para o trio de protagonistas, recrutar os personagens mais interessantes dos filmes anteriores, para realizarem um grande assalto. Paralelamente, chega ao Brasil, um agente federal norte-americano (Dwayne Johnson, o ex-lutador de luta livre,The Rock, um pouco desperdiçado) e sua equipe, com a missão de capturar o trio de criminosos.

É inegável que Velozes Cinco tem seus pontos positivos. Para começar, de todos os filmes da franquia, é o de mais longa duração (130 minutos) e o campeão em número de cenas "me engana que eu gosto!", que reinam durante todo o filme (primeiro motivo dos "mentirosos" no título da postagem), começando pela fuga de Dominic, onde o carro conduzido por O'Conner bate no busão e não sofre um arranhão, ao contrário do busão que se ferra todinho, até a cena final onde Dom e O'Conner passeiam pelas ruas do fictício Rio de Janeiro (explico já, o porquê do fictício), arrastando um pesadíssimo cofre de banco. Neste ponto, o filme diverte e chega arrancar mais risadas da plateia que os seus antecessores, nos absurdos apresentados. Nos agrada ambém a volta de alguns personagens interesssantes, como Vince, do primeiro filme,  Roman Pearce (Tyresse Gibson) e Tej (o rapper Ludacris) de + Velozes + Furiosos,  Han (Sung Kang), de Velozes e Furiosos: Desafio em Tóquio.

O filme acerta  também em trazer The Rock para a série. Ele e Diesel, estouraram nas telonas praticamente na mesma época, no começo da década, lembrando vagamente a "rivalidade" Stallone e Schwarzenegger, nos saudosos anos 80. Logo, o encontro dos dois numa mesma produção, não poderia passar, sem os brucutus pouca-telha sairem na porrada. Em Velozes Cinco, o duelo entre eles é satisfatório, apesar dos dois mais atravessarem paredes do que trocar tapas numa coreografia bem feita. Apesar disto,  é o ponto alto e mais aguardado do filme, não decepcionando os fãs de ambos durões.

O roteiro é regular, sendo apenas uma mera desculpa para ótimas cenas de ação. Tem alguns acertos, como em resgatar o clima família dentro da gangue do primeiro filme,  e outros erros imperdoáveis, num filme que tinha tudo para ser o melhor da franquia. Se por um lado, acertou  também em trazer de volta  interesssantes personagens, protagonistas e secundários, dos filmes anteriores, nas absurdas cenas de ação e numa revelação bombástica no meio dos créditos finais, comete o erro imperdoável ao deixar de lado os rachas de rua, característica principal da franquia, como também se distanciar da realidade, sem explicação lógica, como na patética fuga empreendida por Dominic e O'Conner, presos pelos capangas do vilão do filme e a caracterização dos personagens brasileiros, com certeza, a maior falha da produção. Tudo bem que a série é totalmente ficcional, e sempre nos brindou com absurdos, mas aqui, em algumas cenas, chega a ser ridículo e até uma ofensa a nossa inteligência de meros espectadores.

E falando em ofensa, não poderia deixar de comentar sobre a polêmica levantada pelos pseudo-patrióticos, que sempre que um filme norte-americano é filmado e/ou com histórias que se passam no Brasil, estão alertas para criticar, ou melhor, protestar violentamente. Discordo com eles na crítica que fizeram ao filme por causa de  frases do tipo "Aqui é Rio!" que logo após ser dita, vários figurantes apontam armas para os agentes norte-americanos ou em mostrar toda polícia do Rio de Janeiro corrupta. São cenas pequenas, que passariam totalmente despercebidas, se não fosse a imbecil polêmica levantada pelos pseudo-patrióticos de plantão. Minha discordância é por um simples fato: O Rio de Janeiro mostrado no filme simplesmente não condiz com a realidade. Nunca fui a Cidade Maravilhosa, mas tenho certeza que lá, não tem deserto, com um trem transportando pessoas e mercadorias, muito menos que o traficante engravatado, cara de executivo de novela das oito, seja um grande chefão do crime organizado e que a polícia do Rio tem carros chiques e possantes (segundo motivo dos "mentirosos" no título da postagem). Acreditar que o Rio de Janeiro mostrado em Velozes Cinco é o retrato fiel da realidade e se incomodar com isso, é o mesmo que achar que num país que valoriza ao extremo suas tradições, como o Japão, o idioma falado por seu povo seja o inglês, como foi mostrado no terceiro filme da franquia. Como disse acertadamente Vin Diesel, na coletiva de imprensa aqui no Brasil: "mostrar a realidade do Rio de Janeiro,  Cidade de Deus e Tropa de Elite, já fizeram isso muito bem." 

Como brasileiro, o que me deixou incomodado mesmo com Velozes Cinco, foi o fato de não ter um brasileiro sequer no elenco e de algumas cenas, principalmente, as mais empolgantes, serem realizadas em qualquer lugar do mundo, menos no Rio de Janeiro, nem em outra cidade do território brasileiro (o diretor Justin Lin tentou se defender, dizendo  que iria causa irritação aos cariocas o fechamento das ruas, para filmarem as sequências, mas pô, não tiveram que fechar as ruas de Porto Rico, para filmarem? Desculpa patética!). É irritante ver os personagens brasileiros do filme falar a nossa língua pátria com um carregado sotaque norte-americano, mexicano e português. Na coletiva de imprensa, algumas semanas atrás, o diretor e os produtores do filme, garantiram que a versão que seria exibida no Brasil, estes personagens seriam dublados. Bem, se de fato isso aconteceu, que eu duvido muito, trocaram gato por lebre, colocando os próprios atores para dublarem a si próprios. A única exceção ao português com sotaque insuportável, é Jordana Brewster, que mesmo interpretando uma personagem norte-americana, nas pouquíssimas vezes que falou em português, deu um show em domínio do idioma. Com certeza, por ser filha de uma brasileira e ter morado aqui por seis anos.

Críticas as grosseiras falhas à parte, o fato é que Velozes e Furiosos: Operação Rio, cumpre o seu papel de nos entreter, perdendo apenas para o primeiro filme e ligeiramente  superado pelo penúltimo. Um filme que faz jus a série, logo, não deve ser levado a sério. Embarque nessa, sem preconceitos que a diversão está garantida.

Ah, uma dica importante: não tenha tanta pressa em sair do cinema, pois no meio dos créditos finais, acontece uma cena, onde os personagens de The Rock e Eva Mendes (a agente do FBI Mônica Fuentes, de + Velozes + Furiosos), nos apresentam uma revelação bombástica. Se depender desta cena, o próximo Velozes e Furiosos que já está sendo escrito, promete. É esperar ansiosamente para conferir.

Enquanto isso, confira o trailer deste Velozes e Furiosos 5: Operação Rio:



Rick Pinheiro.
Cinéfilo.

Perseguição na Favela:
Paul Walker e Jordana Brewster fugindo dos bandidos e
Vin Diesel sendo perseguido implacávelmente por The Rock.
Única cena de ação empolgante feita verdadeiramente no Rio.

Jordana Brewster e parte do elenco de Velozes Cinco,
conferindo as opiniões deste blogueiro sobre o filme.

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