segunda-feira, 9 de maio de 2011

RECORDAR É CORRER!

Filmes.
Recordar é correr!
Revendo os quatro primeiros Velozes e Furiosos.


Nos dias que antecederam a aguardada estreia de Velozes e Furiosos 5, que desta vez, tem um atrativo a mais, além da linda Jordana Brewster e as manobras maneiras realizadas por ótimos dublês, já que a história se passa no Rio de Janeiro, resolvi rever os quatro primeiros DVD desta eletrizante série e comentar cada um dos filmes. Enquanto não assisto o aguardado filme rodado em terrinhas nacionais, vamos aos  comentários dos quatro primeiros filmes da franquia.

O primeiro Velozes e Furiosos, de 2001, disparadamente sai na frente como o melhor de toda a série. O filme, dirigido pelo experiente Rob Cohen (que posteriormente voltou a dirigir Vin Diesel, no ótimo Triplo X), já começa com muita ação, sem muito tempo para aprofundar as personagens. Tanto que só sabemos que Brian O' Connor (Paul Walker, fraquíssimo),  um "Zé Ruela", que tenta fazer amizade com o descolado Dominic Toletto (Vin Diesel, que resume sua interpretação apenas fazendo cara de mal), na verdade é um policial infiltrado, por volta dos vinte minutos de filme.

Além da dupla Diesel e Walker, o elenco  também conta com Michelle Rodriguez, fazendo a sua costumeira personagem "mulher macho" e Jordana Brewster, que rouba a cena, com sua  beleza física e uma interpretação razoável, acima dos colegas do elenco.

Velozes e Furiosos é um ótimo filme de ação, com um roteiro razoavelmente intrigrante, que prende a nossa atenção. Quem o assiste pela primeira vez, se supreende em ver que a turma descolada liderada por Dominic é a quadrilha que assalta caminhoneiros indefesos. Com ritmo frenético e ótimas sequencias de ação, é um ótimo filme do gênero, que merece ser visto e revisto.



Com o sucesso do primeiro filme, evidente que os produtores não perderam tempo e engataram uma continuação. + Velozes + Furiosos, chegou as telas em 2003, sem Vin Diesel, mas com o fraco e esforçado Paul Walker. Desta vez, a ação se passa em Miami, onde Brian, afastado da polícia por ter deixado Toletto fugir no primeiro filme, vive de rachas de rua, até que é contratado pelo FBI, para se infiltrar na quadrilha de um tosco traficante.

Como em 90% das continuações, o filme é fraco, com um roteiro simplório, bem típico de filmes "B", com direito a todos os clichês dos filmes de policiais infiltrados. O elenco também não é um dos melhores. Walker está mais a vontade no personagem, provavelmente, por desta vez ser o único protagonista, mas sua interpretação ainda é fraquíssima. Não existe  quimica entre ele e a belíssima Eva Mendes, outra que está péssima no filme. Tanto que o romance dos seus personagens não rola e resume-se apenas algumas indiretas e trocas de "olhar 43". Por outro lado, a parceria entre ele e Tyrese Gibson é ótima e consegue ser tão boa, quanto a  com Vin Diesel no primeiro filme.

Em compesação, as sequências de perseguições e rachas de carros, são mais empolgantes, a ponto de superar as do primeiro filme. Neste ponto, o filme faz jus ao "mais" acrescentado ao seu título nacional.

Tirando as falhas no roteiro, + Velozes + Furiosos é um filme mediano, que com ótimas sequências de ação, nos diverte. Não é para isso que serve a série?



Contrariando a teoria do palhaço-deputado Tiririca do "Pior que tá não fica", eis que os produtores, em 2006, lançam Velozes e Furiosos: Desafio em Tóquio, sem nenhuma relação com os dois anteriores, exceto as eletrizantes sequências de ação com os carros turbinados e uma pequena participação de Vin Diesel, antes de iniciar os créditos finais.

A trama gira em torno de um adolescente (o péssimo e desconhecido ator Lucas Black,  que não convence nem fisicamente, já é velhinho para um personagem menor de idade), após aprontar mais uma, é enviado pela mãe ao Japão, para morar com o pai. Chegando lá, evidentemente, se envolve no mundinho das corridas de rua, que no Japão, é marcado pela manobra radical drift.

O roteiro é fraquíssimo e comete gafes absurdas, como no caso, dos personagens japoneses dominarem fluentemente a língua inglesa. Faz jus a regra geral que os terceiros filmes de uma franquia sempre são os mais fracos. Mas, lembrando esta regra, não  necesssariamente é afirmar que seja um filme ruim, já que fazem parte desta lista, ótimos filmes como O Retorno de Jedi, Star Wars Episódio 3 - A Vingança de Sith, Jurassic Park 3, entre outros. Velozes e Furiosos: Desafio em Tóquio é um deles, ficando no meio termo.

O filme tem seus méritos como as boas sequências de ação, uma mocinha tão linda quando Jordana Brewster e a dançante trilha sonora, que apesar de manter os mesmo estilos (hip-hop, eletrônica, heavy metal) comum a todos os filmes da franquia,  para mim é a melhor, até agora, de toda série,  e provavelmente a mais conhecida por aqui, já que algumas músicas tocam até hoje nas FM brasileiras. Mas, o maior mérito, sem dúvida, é que o filme serviu para mostrar o talento do diretor Justin Lin, que desde então, assumiu a direção da série, nas duas sequências.

Em síntese, Velozes e Furiosos: Desafio em Tóquio, não consegue manter o mesmo nível do primeiro filme, e, com exceção do Drift, não acrescenta em nada a franquia. Tanto que as tramas dos filmes posteriores, se passam antes deste filme (o personagem Han, que morreu neste, faz uma rápida aparição no quarto filme, e está presente no novo filme),  uma amostra clara que os produtores querem distanciar cada vez mais este filme dos outros da franquia.  Mas também não é um filme tão péssimo. Diversão descompromissada garantida.



Depois da merda de se afastarem da história original no filme anterior, os produtores radicalizaram e em 2009, acertadamente, trouxeram de volta o quarteto central do primeiro filme, no ótimo Velozes e Furiosos 4.

E acertaram em cheio já que além do retorno dos personagens, o filme tem o roteiro mais elaborado da franquia (evidente que as falhas, as incoerências e as situações "me engana que eu gosto", típica dos filmes de ação, continuam.), e supreende de tal maneira, que consegue a proeza de ser um filme tão bom quanto o original.

Na  trama, Toletto continua fugitivo, liderando uma quadrilha, e, como sempre, metendo bronca em mirabolantes assaltos à caminhão. Já O'Conner, agora é agente do FBI, incubido em desbaratar uma rede de trafico de drogas. Quando Letty (Michelle Rodriguez) é assassinada, Tolentto volta a Los Angeles, para se infiltrar na quadrilha de traficantes e vingar a morte da amada. É neste momento que os dois mocinhos se encontram, já que O'Conner também se infiltra na quadrilha. O choque de objetivos (vingança de um x trabalho do outro), é inevitável, mas, obviamente, para alegria do público, se unem para detornar os bandidões.

O filme é ação do começo ao fim. A eletrizante sequência inicial na República Dominicana, onde Toletto e seu bando assaltam um caminhão de combustível  em movimento, é de tirar o folêgo e com certeza, é a melhor cena, até agora, de toda série. A entrada no México em  alta  velocidade e no escuro, e uma perseguição num estreito túnel, são outras sequências eletrizantes.

O elenco está afiado. Diesel e Walker estão a vontade nos seus personagens e supreende com interpretações razoáveis, superando a canastrice do primeiro filme. Já a lindíssima Jordana Breswter, retorna a personagem Mia sem o mesmo brilho do original. Não por culpa dela, mas da personagem ser má aproveitada no roteiro, que também desperdiça Michelle Rodriguez, comentendo o absurdo de matar a sua personagem. Apesar de ser essencial a trama,  na minha opinião, a morte de Letty foi um erro, já que a personagem poderia ser bem aproveitada nas eventuais continuações, em especial, no novo filme, já que a personagem menciona o desejo de fugir para o Rio de Janeiro.

Velozes e Furiosos 4 é um filmaço de ação. Depois de dois filmes inferiores, finalmente, uma sequência que faz jus ao original. Para ser visto e revisto.



Com erros e acertos, é inegável que  a franquia Velozes e Furiosos é divertida, e continua turbinada, já que, além de Velozes Cinco, antes mesmo do seu lançamento,  foi anunciada a contratação de um roteirista para o novo filme.  Se conseguir manter o mesmo nível do primeiro e do quatro filme, as aventuras de Dominic Toletto, Brian O'Conner e cia., serão muito bem vindas.

Rick Pinheiro.
Cinéfilo.

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