quarta-feira, 15 de setembro de 2010

OS EMBALOS CINEMATOGRÁFICOS DE SÁBADO À NOITE.

Vida de encalhado, principalmente nos fns de semanas, para ser mais exato nas noites de sábado. Não é nada fácil, mas também não é o fim do mundo. Cada um, de acordo com seus hobbies e criatividade pode fazer a sua própria balada e espantar a solidão e o tédio, enviando-os para bem longe. Foi o que eu fiz na noite do último sábado, mesmo sem ter planejado.
Quem tem TV por assinatura e assina um pacote básico sabe que, de vez em quando, as operadoras abrem o sinal de alguns canais do pacote mais recheado, para uma degustação. Calma, Paulo e Eudes! Os canais não dão comida para os assinantes. Esta degustão é uma estratégia das operadoras para transferimos a nossa assinatura para o pacote com mais opções de canais, logo, pagando um pouco a mais. Desde da semana passada estou tendo o privilégio de degustar dois canais de filmes: Max e Maxprime. E alternando entre os dois, acabei embarcando, no sábado à noite, numa maratona de filmes. Pena que, mesmo com o guia de TV em mãos,  não tinha programado, pois do contrário, teria comprado e feito  uma tonelada de pipoca.

No total foram cinco filmes, sendo três que eu já tinha assistido anteriormente e dois inéditos que embalaram a noite do meu sábado. De quebra, no intervalo entre um filme e outro, tive a grata supresa de receber a ligação de uma antiga amiga que desde do século passado eu não tinha contato, fato este que eu já comentei ontem em outra postagem. 

Portanto, sem perder tempo, passo a comentar agora cada um destes filmes.

O primeiro, exibido no canal Max foi  Motoqueiro Fantasma, adaptação do herói dos quadrinhos da Marvel, estrelado por Nicholas Cage, um péssimo ator mas abençoado em fazer excelentes filmes, no papel do macabro herói. 
Hollywood não aprende com seus erros. Um deles é escalar astros famosos para interpretar heróis dos quadrinhos. Em regra, não rola. Mesmo que o ator espernei, diga que é fã do herói deste de criancinha, heróis dos quadrinhos, principalmente os mais conhecidos, jamais devem ser interpretado por astros e estrelas de primeira grandeza. No caso dos vilões é o contrário,  devem ser interpretados pelos grandes astros e estrelas, principalmente se é um excelente ator. Mas repito,  o herói jamais deve ser interpretado por um grande astro, seja bom ou péssimo ator. Exceção a regra apenas Edward Norton em O Incrível Hulk, Robert Downey Jr., nos dois (até agora) Homem de Ferro, apesar que o mesmo não era mais um grande astro antes da volta por cima interpretando o milionário de armadura pela primeira vez, e com Wesley Snipes, na trilogia Blade, apesar deste ser um herói do segundo escalão da Marvel.  

Exceções a parte, o fato é que quando um grande astro inventa de estrelar um herói dos quadrinhos caba sendo um fiasco tanto paraele, quanto para o herói retratatado, gerando verdadeiros micos. Foi assim com Sylvester Stallone em O Juiz, com Van Damme sendo um dos heróis da versão para o cinema de Street Fighter, com o péssimo Ben Afleck em Demolidor, com sua esposa também péssima atriz Jennifer Ganner em Electra, com Halle em Mulher Gato e de Nicholas Cage neste Motoqueiro Fantasma.

Com exceção dos excelentes efeitos especiais e da estupidamente linda atriz mas sempre coadjuvante Eva Mendes, Motoqueiro Fantasma não convence, principalmente pelo péssimo protagonista e o roteiro tosco, não culpa somente dos roteiristas, mas também pelo personagem não ser tão agradável, fugindo do padrão de super-heróis. Na trama o personagem de Cage, quando adolescente (interpretado por um ator jovem que nada lembra o Cage, exceto por ser também péssimo ator, ao contrário da jovem atriz que interpretou a personagem de Eva Mendes adolescente, sendo uma cópia fiel da atriz), que desesperado por ver o pai morrendo de cancer, aceita a proposta de um demônio, interpretado (?) no piloto automático pelo lendário Peter Fonda. Evidente que o encardido cumpre a promessa do véio não morrer de cancer: morre no mesmo dia num acidente tosco, durante uma das exibições. Anos depois o capeta volta e transforma Cage no anti-herói título para servi-lo, resgatando para o encadido almas de pessoas más. O principal vilão do filme é o filho do capeta e sua gangue tosca de monstros.

O filme não é totalmente ruim, sobressaindo até sobre alguns dos péssimos filmes de heróis citados acima. Mas a falta de talento de Cage acaba prejudicando o produto final, algo que ele, mesmo sendo tão péssimo ator, não fez em outras produções. Enfim, Motoqueiro Fantasma só reforça a regra que astros consagrados jamais devem interpretar heróis dos quadrinhos, engrossando esta tosca lista. E o estrago poderia ser pior, já que Cage passou uma década brigando para interpretar Superman. Graças a Deus que desistiu da ideia tosca e partiu para o herói "caveirinha pegando fogo" do segundo escalão da Marvel.

Trocando rapidamente de canal, começa ser exibido no canal Maxprime o segundo filme desta maratona. Trata-se de O Confronto, filme que sempre marca presença no Domingo Maior, estrelado pelo grande astro das artes marciais Jet Li e que tem como coadjuvante ninguém menos que Jason Statham, outro astro de filmes de ação, em seu primeiro filme em parceria com Li (os outros foram o regular filme "B" Rogue: o Assassino e o excelente Os Mercenários). 
Este filme de ação e ficção científica, tem um roteiro criativo (mas que não consegue se explicar bem, logo, um pouco sem lógica) e narra a existência de várias dimensões, onde cada pessoa tem a sua versão. A medida que um desses "eu" morre, os sobreviventes tornam-se mais forte. Um destes "eu" de Jet Li é um malvadão ganancioso que viaja por todas as dimensões eliminando os seus outros "eu", restando apenas o bonzinho policial da nossa dimensão. No encalço do malvadão, dois agentes do FBI da única dimensão que têm conhecimento da existência das demais, interpretados por Statham e pelo sempre coadjuvante Delroy Lindo (Calma galera, não estou chamando o cara de lindo! De fato o sobrenome dele é esse adjetivo do nosso português. Encalhado sim! Mas baitôla, jamais! rssss...), que também trabalhou com Li em Romeu Tem que Morrer, fazendo o pai da personagem da saudosa Aalynhah, que fazia par romântico com Li.

O filme é repleto de ação do começo ao fim, prende a nossa atenção e excelentes coreografia de lutas onde Li brilha.  Destaque para os duelos entre Li bonzinho e Li malvadão. O mesmo não acontece com Statham, talvez por na época ainda não ter revelado ao mundo os dons de lutador marcial, que limita-se apenas a dar uns soquinhos e uns tiros.

O Confronto lembra um pouco outros filmes de ação e ficção estrelados por outros astros como Exterminador do Futuro (com Schwarzenegger) e Timecop (com Van Damme). Em síntese, não é nenhuma obra prima, nem tão pouco o melhor filme de Li e Statham, mas é um excelente filme de ação, sendo o segundo melhor filme desta maratona. Imperdível para os fãs do gênero e dos dois astros.

Após o supreendente telefonema que recebi da minha amiga de longas datas, e de assistir dois filmes de ação, voltei ao canal Max e assisti o inédito para mim Como Viajar com o Mala do Seu Pai,  comédia familiar estrelada pelo engraçado, mas cada vez mais desperdiçado, Martin Lawrence e pela veterana estrela teen da Disney Raven-Symoné, da chatíssima e graças a Deus extinta série As Visões de Raven.
A história é simples: um pai policial, super-protetor recebe a notícia que sua filha mais velha vai fazer um entrevista para uma faculdade a quilometros de casa. Então, se mete de viajar com ela até lá, junto com o filho mais novo e seu hilário porquinho, numa repleta da imprevistos e situações inusitadas. Típica comédia da Disney mas  acima da média do atual padrão  lixo da Disney, graças a excelente e engraçada interpretação de Lawrence, do porquinho que chega muitas vezes a roubar a cena e de uma família de idiotas que eles encontram na estrada.

Como qualquer comédia familiar norte-americana não poderia faltar os clichês com crise e reconquista da amizade entre pai e filha, mensagens de sempre de confiança em si mesmo, situações engraçadas tanto com humanos quanto com animalzinhos (no caso aqui o já citado porquinho) e o típico final feliz. Em síntese, não chegar a ser um péssimo filme, mas dar para assistir tranquilamente, sem compromisso, que em algumas cenas chegam a divertir. Típica Sessão da Tarde. É só questão de terminar a janela (= tempo estipulado entre os lançamentos do filme no cinema, em DVD, na TV por assinatura e na TV Aberta),  para ser exibido exaustivamente nesta sessão Global e também na Temperatura Máxima.

Terminado o momento infanto-juvenil da maratona de filmes, mudo mais uma vez para o Maxprime, onde começa a ser exibido o melhor filme da maratona, mesmo tendo sido exibido no canal aberto exaustivamente. Trata-se do excelente filme de ação A Outra Face, dirigido pelo craque do gênero, o diretor chinês  John Woo (importado para Hollywood pelo então astro da época Van Damme, para dirigi-lo em O Alvo) e estrelado por John Travolta e Nicholas Cage.
O roteiro, que a maioria sabe de cor e salteado, narra a história de dois rivais, um agente do FBI (Travolta) e um bandidão louco e malvadão (Cage). O agente topa em fazer uma provisória troca de rosto, se passando pelo bandidão a fim de obter informação da localização de um bomba. Evidente que o bandidão sai do coma, também faz a cirurgia de troca de rosto e mata todos que conheciam este mirabolante plano, começando a se passar pelo agente. Tinha tudo para ser um péssimo e tosco filme, né? Mas supreendentemente acontece o contrário, pois o filme é excelente, que prende atenção do começo ao fim, com um roteiro repleto de ação e reviravoltas.

O diretor John Woo prova porque é um dos melhores diretores do gênero, não somente pelas cenas de ação alucinantes, mas também com o trato com os atores, pegando dois astros, mas limitados como atores e arranca deles as melhores interpretações de suas carreiras. Travolta, por ser melhor que Cage, se destaca um pouco mais, mas este não fica atrás, supreendendo como ator. Não é a toa que A Outra Face é considerado pela crítica o melhor filme do diretor em Hollywood. E olhe que a filmografia dele está repleta de grandes filmes do gênero como Missão Impossível 2 e A Última Ameça. Um excelente filme para ser visto e revisto, sem medo de enjoar.

Depois de assistir um filmaço como o comentado acima poderia ir dormir sossegado, mas não puder resistir em fazer a última troca de canal da noite. Afinal tratava-se de um filme inédito para mim, que coloca lado a lado, ninguém menos que Robert DeNiro e Al Pacino, dois excelentes atores norte-americanos. Trata-se do policial  As Duas Faces da Lei, que narra a história de dois parceiros policiais de longa datas, a típica dupla tira agressivo (DeNiro) e tira mais calmo (Pacino), que encontra-se no centro de uma investigação de assassinatos em séries de presos da dupla que foram soltos injustamente. Toda investigação leva a crer que o parceiro durão é o tal assassino.

O filme é um policial investigativo, com pouquíssimas cenas de ação, com um roteiro que conduz o expectador ao óbvio, mas com algumas supresas e reviravoltas sutis. O filme, que também conta com o também excelente mas sempre coadjuvante John Leguizamo, que interpretar um dos policiais que também investigam o crime e não se bica com o personagem de DeNiro, fica abaixo da expectativa e do talento destes grandes atores. Mas consegue prender atenção. Decepciona um pouco pois os personagens são fracos, impossibilitando grandes interpretações dos atores.

Ao final desta pequena maratona de filmes cheguei a conclusão que nem sempre ficar em casa no sábado à noite é sinônimo de tédio, e chega até ser mais divertido que a maioria das superficiais baladas. O importante é estamos bem conosco mesmo e não nos deixamos levar pela tristeza. Inventem! Tentem! Façam um programa de fim de semana diferente! Inovar sempre é o melhor remédio para manter bem longe a melancólia e o tédio.

Rick Pinheiro.
Descobrindo que não é tão ruim ficar em casa no sábado à noite.

Um comentário:

  1. KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK... Tinha que ser você e seu humor bem mais divertido e antecioso que o meu. rssss...

    Respondendo a pergunta: A foto é uma montagem da minha cara feia com o restante do John Travolta. Mas também tanto faz, ele e o Ricky Martin são péssimos padeiros mesmo (sabe pq né? rssss...).

    Fuleragem à parte, eu me garanto. Como disse só o rosto que é meu. A foto é só para ilustrar o título da postagem.

    Agradeço de coração as boas vindas!!!! Você também é bem vindo a me visitar e deixar comentários (até porque só você é que me visita e deixa comentários. kkkkkkkkkkkkkk...).

    Abraços!!!!! Fik c Deus!!!!!!!!

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