Que ano arretado para nós cinéfilos esse tal de 2019! Pipocaram filmaços de todos os gêneros e gostos. Com uma safra tão acima da média, as queimadas de neurônios este ano foram infinitamente quadruplicadas para fazemos as nossas escolhas dos Melhores Filmes de Ano, e de quebra, renderam também seis postagens prévias onde listamos por gênero. E no caso desta lista final, que sempre marca a nossa última postagem do ano, haja empate! Inclusive no primeiríssimo colocado, onde simplesmente quatro filmes excepcionais participaram de uma frenética dança das cadeiras na minha cabeça no decorrer do ano até o momento em que escrevo esta postagem. Antes que eu mude de ideia e faça mais mudanças, vamos a nossa lista dos melhores filmes do ano. Lembro que a mesma é baseada em minhas preferências pessoais, de um cinéfilo do povão que preferências bem simples. Se discordar de alguma escolha ou ausência (e com certeza, isso irá acontecer por diversas vezes aqui), sugiro que elabore a sua nos comentários. Enfim, sem mais delongas, vamos lá!
10. Verão de 84 / Rambo: Até o Fim.
Iniciamos nossa lista com o primeiro dos vários empates inusitados que teremos aqui. A cada ano que passa a nostalgia pelos saudosos anos 1980 só aumenta. E pegando carona nela, e também claramente no fenômeno nostálgico Stranger Things (até o poster é parecido com o de uma das temporadas da série da Netflix), temos esse divertidíssimo filme, que chegou timidamente, não fez muito alarde. Uma pequena obra-prima que eleva a nostalgia oitentista à enésima potência que precisa ser conferida.
E falando en nostalgia, 2019 marcou a volta do icônico brucutu exército de um homem só oitentista, vivido por Sylvester Stallone. É bem verdade que o quinto e provavelmente último filme é o mais fraco da franquia, como também não é o melhor filme de ação do ano (o spin-off Velozes & Furiosos: Hobbs & Shaw e John Wick 3: Parabellum são disparados os melhores). Mas, em compensação é um autêntico filme de porradaria testosterona, que causou muito mimimi por parte do pessoal da ditadura do politicamente correto (muitos,inclusive, injustamente, colocam o filme como o pior do ano), que acabou sendo o mais lembrado do gênero lançado esse ano.
E continuamos nossa lista com mais um empate inusitado. Assim como o quinto filme do brucutu John Rambo, o novo filme do talentosíssimo diretor e roteirista Jordan Peele, também não é o melhor filme do seu gênero lançado este ano (por incrível que pareça, o reboot Brinquedo Assassino é ligeiramente melhor). Sequer teve menção honrosa, já que chegou no agitadíssimo mês de março onde pipocaram vários lançamentos arretados. Mas, quem ficou mesmo marcado na memória foi esse interessantíssimo filme, onde Peele mais uma vez demonstra toda sua criatividade, enriquecido pelas ótimas atuações de um elenco engajadíssimo, com destaque para Lupita Nyong'O.
Vivendo o seu ápice, o gênero gospel pisou no freio em 2019. Mas, em compensação, ganhou um dos seus melhores exemplares. Este drama cativante e envolvente, baseado em fatos, que mostram a fé inabalável de uma mãe que rema contra a maré e não desistir do seu filho gravemente acidentado, é outro lançamento de 2019 que ficou marcado na memória, e por isso mesmo, é presença obrigatória em nossa lista.
8. Aladdin.
Provavelmente o primeiro filme da nossa lista que você encontrará em várias outras dos melhores do ano. A adaptação live-action da clássica animação noventista é considerada por muita gente como o melhor filme da Disney deste ano. E com todos os méritos, já que temos uma agradabilíssima surpresa, um filme divertido e empolgantes. A cereja do bolo fica por conta da atuação de Will Smith, que consegue se superar e entregar um Gênio tão inesquecível e com identidade própria que o imortalizado pelo saudoso Robin Williams na animação.
Mais um filmaço que agrada cinéfilos dos mais variados gostos, presença obrigatória em todas as listas dos melhores filmes do ano, inclusive, em boa parte, ocupando o topo. Geralmente, quando o cinema homenageia o próprio o resultado é sempre uma obra de arte. E em 2019 foi a vez do mestre Quentin Tarantino, que aproveita uma época agitada de Hollywood para prestar uma belíssima e divertida homenagem a sétima arte, nos presenteando com mais um filmaço original, que já nasce uma obra-prima. Algo que já não é novidade na filmografia do genial Tarantino.
A segunda maior queimada de neurônios que eu tive ao elaborar esta lista. Afinal, estamos falando de dois filmaços criativos, fora do habitual, com ótimos roteiros, excelentes atuações e direções primorosas, que mesclam perfeitamente elementos de vários gêneros, sendo eficientes em todos eles. Depois de meses, cansei de comparar um com o outro e acabei chegando a conclusão que o empate entre a produção tupiniquim e a sul coreana é mais do que justo. Ambos são excelentes filmes que já podem ser considerados obras-primas, e por isso mesmo, são presenças obrigatórias em todas as listas dos melhores filmes do ano.
A trégua e concordância com a maioria da galera que elaborou a lista dos melhores é interrompida com essa que, admito, é a escolha mais polêmica da nossa lista. Bombardeado com acusações injustas pela maioria da grande imprensa de ser uma produção a favor do Regime Militar (a velha patética premissa intolerante ideológica do "se não é da nossa turma, são nossos inimigos, e precisam ser combatidos"), na verdade é um documentário imparcial, que inclusive, mostra o lado negativo dos militares da época, que conta com uma pesquisa histórica bem aprofundada e documentada. Um registro histórico muito bem realizado, que precisa ser descoberto, deixando de lado as paixões ideológicas cegas.
2019 foi o ano do Amigão da Vizinhança, com duas excelentes produções bombando nas telonas. A primeira, na verdade, é remanescente do ano passado, que só estreou por aqui no comecinho deste ano. A animação merecidamente ganhadora do Oscar é sem dúvida um dos melhores filmes do Cabeça de Teia. O conceito de multiverso é muito bem apresentado, de forma simples, direta e bastante eficiente. Com uma qualidade técnica impecável de encher os olhos diante das telonas, sem dúvida, um dos maiores acertos da Sony com o personagem, que abre com chave de ouro um leque de possibilidades, que vão além de uma costumeira continuação, prevista para chegar aos cinemas apenas em 08 de abril de 2022.
Apesar de um filmaço épico que praticamente fecha os primeiros onze anos de Universo Compartilhado Marvel, coube a segundo filme solo do cabeça de teia da parceria Marvel e Sony (que chegou a ser encerrada depois do lançamento do filme, mas, felizmente, renovada) a missão de encerrar oficialmente. Mas, vai além disso, não apenas dando deixas para o futuro tanto do UCM, mas, também sendo um filmaço divertidíssimo e empolgante, que nos deixa com um sorriso de orelha a orelha do começo ao fim, com ótimas piadas, sequências de ação eletrizantes e uma dose generosa de nostalgia com ar de comédias teens oitentistas. Como se não bastasse, traz um dos vilões mais marcantes do UCM, e uma micro participação para lá de especial numa da duas fodásticas cenas pós-créditos.
3. O Rei Leão.
Tem muita gente chata no mundo. Só isso para tentar entender o porquê este belíssimo filme dividiu opiniões, e boa parte da galera que não gostou, o considera como um dos piores filmes do ano. O competentíssimo Jon Favreau nos presenteia com um filmaço cativante e emocionante, tão bom quanto a animação original, que continua insuperável, mas, o novo filme não fica tão atrás assim, e o realismo do produto final é de encher os nosso olhos, e por isso mesmo, não me incomodou nem um pouquinho. Realmente, é muito mimimi para nada, já que o novo filme não anula o clássico, e tem sua própria identidade, algo cada vez mais raro em se tratando de um remake.
E chegamos ao ponto da nossa lista que gerou a tal dança das cadeiras de posições que falei. Praticamente o ano inteiro queimando neurônios, já estava decidido promover um empate quadruplo no primeiríssimo lugar, quando resolvi apelar para um último minúsculo critério de desempate: o emocional. Mesmo assim, ainda permaneceu dois empates. Um deles levanta o questionamento entre os fãs das adaptações das HQs de qual filme é melhor. Atual maior bilheteria da história do cinema, Vingadores: Ultimato é o coroamento épico de onze anos do inovador e ousadíssimo Universo Cinematográfico Marvel, e um agradecimento especialíssimo a cada um de nós fãs, pela fidelidade esses anos todos. Um espetáculo visual de tirar o folego, sem deixar de trazer uma trama muito bem elaborada e envolvente. Mais uma vez, os Irmãos Russo presenteia o UCM e todo o sub-gênero das adaptações das HQs com mais uma obra-prima épica.
Indiscutivelmente, 2019 foi o ano que a DC contra-atacou e finalmente conseguiu competir pau a pau com a Marvel, curiosamente, com dois filmes totalmente distintos. Destes, destaque obviamente para o filme do palhaço do crime, uma obra autoral do competentíssimo diretor Todd Phillips, que revoluciona o sub-gênero (por isso que na nossa lista prévia das adaptações das HQs figura em primeiro lugar), provando que não é necessário orçamento altíssimo para entregar um excepcional adaptação das HQs. Fala da atuação de Joaquin Phoenix é chover no molhado, portanto, fiquemos na torcida que tanto ele como o filme ganhem vários prêmios. Ao final de Coringa, meu amigo dos tempos de adolescência me perguntou qual era o melhor entre ele e Ultimato, e eu respondi na ocasião que os dois são incomparáveis. Continuo com esta opinião, e por isso mesmo, o empate entre eles,.
Indiscutivelmente, tanto Ultimato como Coringa são os filmes do ano. E por isso, você deve tá se perguntando o porquê deles não estarem aqui em primeiríssimo lugar. Mas, realmente no desempate entre os quatro filmaços, o lado emocional falou mais alto. O segundo spin-off da franquia Rocky, realiza um sonho de infância em ver nas telonas o reencontro entre Rocky Balboa e Ivan Drago, que como bônus, traz uma impressionante ótima atuação de Dolph Lundegren, que transforma o robótico personagem do quarto filme num ser humano fragilizado pela vida. O filme é o fechamento perfeito da saga do icônico Rocky Balboa (realmente, espero que desistam da ideia de se fazerem um sétimo Rocky), de forma emocionante e excepcional neste que é o segundo melhor filme da franquia,superado apenas pelo original.
Outro sonho de infância realizado em 2019 foi ver a turminha criada pelo mestre Maurício de Sousa ganhar vida em live-action através de crianças fofas e muito talentosas, tão bem escaladas que só de olharmos para elas identificamos cada estimado personagens nosso das HQs em carne e em osso. Um filme bem singelo feito na medida certíssima para divertir e emocionar crianças de todas as idades. Realmente, não pensei que a essa altura do campeonato, um filme infantil me faria viajar aos bons e saudosos tempos da minha infância. Não é a toa que fez um enorme sucesso e já garantiu uma continuação que chegará aos cinemas no próximo ano. Memória afetiva falou mais alto, por isso mesmo, essas duas pequenas obras-primas dividem o título de nossos Filmes do Ano de 2019.
MENÇÕES HONROSAS:
Ano que temos um filme da saga intergalática é presença obrigatória na nossa lista. Dividindo opiniões, Star Wars: A Ascensão Skywalker fecha bem uma trilogia complicada, que não dialoga entre si. Mas, o resgate do climão clássico da franquia, o festival de fan service que serve como pedido de desculpas pelas derrapadas dadas no decorrer do caminho. O sempre competente J. J. Abrams nos presenteia com um ótimo filme, empolgante, eletrizante e bastante divertido que, se não é o melhor da franquia, também está longe de ser o pior.
E falando em resgate nostálgico, o diretor do penúltimo filme da nova trilogia, Rian Johnson, reúne um elenco estrelar para homenagear o bom e velho filme de mistério policial no divertido Entre Facas e Segredos.Ah! E não vou contar que o assassino é... Brincadeirinha! O filme ainda está em cartaz. Corra para assistir e descubra!
No ano péssimo para a comédia, dentro das telas com lançamentos de filmes do gênero que cometem o verdadeiro pecado mortal de serem totalmente sem graça, e fora com o falecimento de alguns grandes nomes, duas continuações, o tupiniquim Cine Holliúdy 2 - A Chibata Sideral e Zumbilândia - Atire Duas Vezes, foram agradabilíssimas exceções e provocaram gargalhadas no escurinho do cinema.
Por fim, 2019 também foi um ano péssimo para as cinebiografias e filmes baseados em fatos. Mas, em compensação, tivemos três excelentes exceções de peso: o emocionante Atentado ao Hotel Taj Mahal, o ganhador do Oscar Green Book - O Guia, e claro, o elogiadíssimo O Irlandês, dirigido pelo mestre Martin Scorsese (pensou que eu ia deixá-lo de fora, né?).
Rick Pinheiro.
Cinéfilo alagoano, desejando um feliz e abençoado novo, na torcida que tenhamos filmaços tão bons em 2020 como tivemos esse ano.
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