domingo, 3 de junho de 2018

TOP 10: FILMES GOSPEIS.

Se tem um sub-gênero que vem crescendo nos últimos anos é o de filmes gospeis. Inicialmente limitado a filminhos lançados diretamente em home vídeo, principalmente, bíblicos e inspirados no livro do Apocalipse, hoje em dia, boa parte são produzidos pelos grandes estúdios, trazem astros e estrelas hollywoodianas conhecidas (até os astros de ação Chuck Norris e Nicolas Cage já atuaram em filmes do sub-gênero) e são lançados nos cinemas com toda polpa. Isso se dar pelos filmes estarem cada vez mais universais, sendo eficientes em outros gêneros. Essa mudança radical começou quando os irmãos Kendrick lançaram A Virada, filminho tosquinho de baixíssimo orçamento, praticamente amador, que fez rios de dinheiro. O sucesso possibilitou a produção do filme seguinte, Desafiando Gigantes, que acabou fazendo um imenso sucesso e abriu às portas para outros fenômenos de bilheterias como O Céu é de Verdade e Deus Não Está Morto, filmes que por aqui foram os primeiros do segmento a chegarem aos cinemas. Em comum, a maioria dos filmes gospeis acertam por trazerem tramas contemporâneas, fugindo do habitual ambiente bíblico, o que acaba atraindo atenção do público em geral. Mas, pecam gravemente pelo exagero de trazer um Deus versão gênio da lâmpada de Aladim que muda para o modo "feliz para sempre" a vida dos personagens que aceitam Jesus, e por praticamente vomitar desnecessariamente versículos bíblicos. Mas, aos poucos, esse excesso de carolice está sendo superado. Aproveitando a chegada aos cinemas de Eu Só Posso Imaginar, listamos aqui os melhores filmes do sub-gênero gospel, incluindo alguns filmes que, mesmo não sendo assumidamente do segmento, são considerados pela maioria do público gospel. Mais rápido que um forte "Amém!", vamos a nossa lista.


Por usar e abusar da alegorias, o Livro do Apocalipse gera inúmeras teorias, a maioria defendendo que o que está escrito no último livro da Bíblia trata-se da revelação Divina sobre os fins dos tempos. E o primeiro filão do sub-gênero foi justamente os filmes que dão sua versão para esta teoria. Destaque para o primeiro filme da tetralogia Deixados para Trás, inspirada numa série de livros, que com um elenco do décimo quinto escalão hollywoodiano e claro baixo orçamento, consegue envolver e prender a nossa atenção, resultando um filme bem acima da média do sub-gênero. Recentemente ganhou um remake, estrelado por Nicolas Cage, que mesmo com um orçamento consideravelmente maior, passa longe de ser bom e eficiente como este primeiro filme da franquia apocalíptica.


Produção hollywoodiana que, mesmo não sendo assumidamente gospel (único fato que o filme não está numa posição acima da lista, pois não seria justo com os filmes assumidamente gospeis), é taxada como do sub-gênero. E não e a toa. Num futuro pós-apocalipse, Denzel Washington vive o personagem título, um ceguinho errante em posse de um raríssimo e importantíssimo livro, que não precisamos dizer qual é, pois, só a presença do filme na nossa lista, já entrega.

Inspirado em fatos, a cinebiografia de guerra responsável pela volta por cima de Mel Gibson, também não é assumidamente gospel (por isso, também não está entre os primeiros colocados da nossa lista), mas, é inevitavelmente taxado como do sub-gênero. Afinal, o personagem real interpretado por Andrew Garfield é um soldado cristão que se recusa a dar um tiro, e ao seu modo, torna-se um herói de guerra. Mais gospel impossível, por isso, presença obrigatória na nossa lista.


Após o estouro com dois filmes que surpreenderam pelo sucesso que fez, os irmãos Kendrick escalaram um rosto conhecido do público gospel, o astro dos três primeiros Deixados para Trás, Kirk Cameron (Alex Kendrick, protagonista de A Virada e Desafiando Gigantes, faz apenas uma ponta), para estrelar esse filminho à la Terapia do Amor, futuro clássico da Sessão da Tarde, que também fez sucesso entre o público não gospel. Aqui os costumeiros defeitos dos filmes gospeis não chegam a incomodar e À Prova de Fogo é um filme que vai além deste, sendo um drama romântico bem acima da média, que de tão eficiente, consegue até agradar um cara que detesta o gênero meloso como este que vos escreve. De quebra, ainda empolga e diverte nas sequências de ação.


Alex Kendrick volta a protagonizar mais um filme que vai além do sub-gênero gospel (apesar dos costumeiros defeitos) e que nos States chegou a ser exibido nos cinemas. Desta vez a eficiência vai além do sub-gênero gospel, sendo também um interessante drama policial e familiar, numa trama que gira em torno dos quatro policiais, pais de família. Uma pena que a mesma eficiência não se repetiu em Quarto de Guerra, dirigido por Alex, que foi o primeiro filme dos irmãos Kendrick a ser exibido nos cinemas brasileiros.


Intencionalmente ou não, o fato é que o filme inspirado em fatos estrelado por Jennifer Garner mira no drama familiar, mas, acaba sendo totalmente eficiente como filme gospel, sem precisar citar um versículo bíblico e trazer Deus como o gênio da lâmpada. Simplesmente, um dos melhores filmes gospeis já produzidos.

4. Ben-Hur (2016).

Depois de duas versões clássicas nas telonas, principalmente a segunda que é o famosíssimo espetáculo estrelado pelo saudoso Charlton Heston e que até hoje figura entre os recordistas de Oscar de toda história da premiação, ninguém pediu um nova versão do clássico literário escrito por Lee Wallace. Mas, para a surpresa de todos, o filme que traz o nosso compatriota Rodrigo Santoro como Jesus Cristo, acabou sendo a primeira grande super-produção gospel, com uma eficiência criativa inigualável em passar a mensagem cristã, também sem necessitar ao duplo defeito costumeiro do sub-gênero. Um filme que agrada muito mais ao público gospel do que a crítica e o público em geral. Como faço parte do primeiro grupo, amei o filme, a ponto de não fazer a injusta comparação com o clássico oscarizado. Fica em quarto lugar, mas, praticamente empatado com o bronze.

3. Um Amor para Recordar.

Tem gente que não sabe que este o terceiro filme inspirado num livro do autor Nicholas Sparks é do sub-gênero gospel. E por muito tempo, esse romance teen que emociona e agrada até quem detesta o gênero meloso é o primeiro grande acerto do segmento. Afinal, a comovente história de amor entre Landon e Jamie, que figura como um dos casais mais inesquecíveis da sétima arte, e que derramou lágrimas do público em geral, traz claramente a mensagem cristã também sem precisar apelar para os vícios costumeiros do sub-gênero. Uma eficiência em passar a mensagem cristã sem a chatice da carolice superada apenas agora por...


Mal chegou aos nossos cinemas e já temos a certeza que a cinebiografia musical é o maior acerto do sub-gênero gospel, superando dezesseis anos da eficiência de Um Amor para Recordar. Ao contrário do romance teen e da última versão de Ben-Hur, que atraem o público em geral, e apenas se revela gospel no decorrer da trama, Eu Só Posso Imaginar é assumidamente gospel. Afinal, conta a história por atrás da composição de um dos maiores sucessos da música gospel estadunidense. sem recorrer aos costumeiros defeitos do sub-gênero. Sem citação bíblica e sem o Deus versão gênio da lâmpada, a mensagem cristã é passada com uma eficiência impecável, mas, indo além do gospel, sendo também uma ótima cinebiografia musical e um tocante e envolvente filme familiar. Perfeito na execução, que sirva de exemplo para as próximas produções no sub-gênero. Merecidamente, leva a nossa prata, só não ficando no topo, apenas por questão de preferência pessoal.


Indiscutivelmente, Eu Só Posso Imaginar é o mais impecável filme gospel produzido até hoje. Mas, não conseguiu tirar a minha preferência pelo segundo filme dos irmãos Kendrick. Mesmo com os dois maiores defeitos do sub-gênero elevado a enésima potência, até mais que a maioria dos filmes desta lista, Desafiando Gigantes é um filme que usa o esporte e uma porrada de citações bíblicas e situações inverossímeis (proporcionadas por um Deus rapidinho em recompensar quem O aceita) para nos motivar a encarar as adversidades da vida. Mesmo aquela pessoa que seja ateia ou agnóstica, dificilmente não vai se sentir motivada com o filme, em especial, na sequência em que o treinador vivido por Alex Kendrick testa o limite de um dos seus jogadores que não achava que conseguiria superar um desafio. Os pioneiros irmãos Kendrick podem ter sido superados por outros colegas mais eficientes em passar a mensagem cristã sem as carolices para o público em geral, mas, Desafiando Gigantes, na minha humilde opinião, até agora, ainda é um filme gospel insuperável. 

Rick Pinheiro.
Cinéfilo alagoano.

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