terça-feira, 12 de maio de 2020

DETONANDO NO RIO DE JANEIRO FAKE.

 = Excepcional. /  = Muito bom. /  = Bom./  = Regular. / = Fraco. / Coco do Cachorrão= Preciso mesmo dizer?.

Vingança Fatal (Falcon Rising).
Produção estadunidense de 2014.

Direção: Ernie Barbarash.

Elenco: Michael Jai White, Neal McDonough, Jimmy Navarro, Millie Ruperto, Lateef Crowder, Masashi Odate, Hazuki Kato, Laila Ali, entre outros.

Blogueiro assistiu no streaming (Netflix) em 11 de maio de 2020.

Sinopse: O fodão ex-fuzileiro John Chapman (White) deixa a deprê de lado e viaja com sangue nos olhos para San Juan em Porto Rico... o Rio de Janeiro, no Brasil, quando sua irmã, que presta serviços numa favela local, é brutalmente espancada e deixada com uma mão na vela e outra no soro. Nas suas investigações para descobrir os responsáveis, John acaba descobrindo um esquema de tráfico de meninas comandando pela Yakuza.

Comentários: Não sou de ficar ofendidinho e revoltadinho com produções estrangeiras que tratam o nosso Brasil de forma desinformada, preconceituosa, com vários esteriótipos. Até porque reconheço que tudo isso acaba sendo reforçado pelos noticiários e produções nacionais que fizeram sucesso lá fora. O que me incomoda realmente nessas produções gringas que se passam num suposto Brasil é o uso de um portunhol com um sotaque latino ridiculamente carregado, a ausência de atores brasileiros e quando estas não são filmadas por aqui (até entendo que os custos são altíssimos, mas. então, faça a trama se passa em outro lugar. pô!). Vingança Fatal, que inicialmente chegou por aqui com o absurdo título de Favela, tem tudo isso  e muito mais (até capoeira jogada ao som de bateria de escola de samba), e ainda um grande agravante: um péssimo roteiro.

Como se não bastasse o desconhecimento que beira à totalidade da nossa realidade, algo inadmissível em tempos que uma simples pesquisa no Google evita isso, o tal do Y.T. Parazi (faço questão de registrar o nome desse FDP) não apenas usa como desculpa esfarrapada absurda para a Yakuza atuar por aqui o fato do Brasil ter a maior comunidade nipônica fora do Japão (até uma criança de cinco anos sabe não está concentrada no Rio de Janeiro), o imbecil pega todos os clichês do gênero da ação e também das produções estrangeiras que passam em terras tupiniquins, e faz uma preguiçosa colcha de retalhos de tal maneira que aparenta que o roteiro foi criado na base do Ctrl + C e Ctrl + V. Com diz um dos personagens: "Vai "ti" foder, porra!", por fazer uma bosta de roteiro desta magnitude.

Se dependesse apenas do seu roteiro, Vingança Fatal seria uma tremenda bosta. Mas, felizmente, até consegue se salvar por alguns pontos positivos. Conta com uma produção competente que a primeira vista até convence com uma comunidade carioca (apesar de eu achar que a locação tivesse sido em algum balneário do Estado fluminense), disfarçando que o filme na verdade foi rodado em Porto Rico. O astro de filmes de ação B Michael Jai White está no seu habitual, mandando bem como brucutu fodão com sangue nos olhos e, mesmo com o bucho começando a ficar maior que o peitoral, ainda luta muito bem. O cara e o filme são favorecidos por sequências de porradaria bem coreografadas,com destaque especial para uma que rola na favela fake à beira-mar, e no clímax, onde ele sai na porrada com três vilões de uma só vez.  Esses pontos positivos acabam fazendo de Vingança Fatal um satisfatório costumeiro filme de ação B, que cumpre a tabela e agrada os fãs menos exigentes, que só querem ver a porrada rolar solta. Cotação / Nota: 5,0.

Rick Pinheiro.
Cinéfilo alagoano.

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