quinta-feira, 11 de junho de 2020

RECORDAR É REVER: MATAR OU MORRER.

 = Excepcional. /  = Muito bom. /  = Bom./  = Regular. / = Fraco. /  = (Preciso mesmo dizer?).

Matar ou Morrer (High Noon).
Produção estadunidense de 1952.

Direção: Fred Zinnemann.

Elenco: Gary Cooper, Thomas Mitchell, Lloyd Bridges, Katy Jurado, Grace Kelly, Otto Krueger, Lon Chaney, Henry Morgan, Ian MacDonald, Eve McVeagh, Morgan Farley, Harry Shannon, Lee Van Cleef, Robert Wilke, Sheb Wooley, entre outros.

Blogueiro assistiu na TV aberta (Globo) e no streaming (Netfllix).

Sinopse: Adaptação de um conto escrito por John W. Cunningham. O veterano xerife Will Kane (Cooper) está pendurando a estrela e acaba de se casar com uma bela mulher (Kelly). Mas, ele tem que deixar de lado a lua de mel, quando fica sabendo que Frank Miller (MacDonald) um perigoso bandido que ele prendeu alguns anos atrás e deveria ter sido condenado à morte, é libertado da prisão e está chegando a cidade em busca de um acerto de contas. Inicia-se uma corrida contra o tempo para se preparar para o inevitável duelo, o que acaba sendo difícil pois ninguém na cidadezinha quer ajudá-lo.

Comentários: Quem pensa que a polêmica da discussão sobre o político-ideológica enfiado num produto de entretenimento é algo dos dias de hoje, está redondamente enganado. Desde os primórdios que essa discussão acirradíssima pega fogo. Quem não lembra, por exemplo, do Macarthismo que realizou uma perseguição implacável a artistas suspeitos de serem comunistas, como o icônico Charlie Chaplin. Aparentemente uma western fora da caixinha do que era produzido na época, o clássico Matar ou Morrer, é um bom exemplo já que toda a discussão ideológica, antes mesmo de sua produção, quando o saudoso e icônico John Wayne, primeiro nome convidado para estrelar o filme, acusa o filme de ser o mais anti-americano de todos os tempos. E ter como roteirista, Carl Foreman, ex-membro do partido comunista, só acirrou ainda mais os ânimos. Como ocorre nas produções atuais, particularmente, cago para as intenções ideológicas de realizadores de um filme ou série, contanto que isso não atrapalhe de nos entregar um bom produto. E com toda sinceridade, se realmente a intenção do roteirista era ideológica, realmente, é impercebível aqui. e não consigo ver no clássico Matar ou Morrer algo além de um bom entretenimento. Por isso mesmo minha opinião é simplesmente baseada nisso.

Como adiantado acima, Matar ou Morrer é um faroeste fora do convencional da época. Tanto que a ação ocorre apenas nos dez minutos finais. Provavelmente, a geração Nutella pode achar um filme chato e entediante mesmo com apenas uma hora e vinte minutos de duração, Seja pela ausência de ação como também por ser um filme da década de 1950 (se filmes do começo do nosso século é considerado velho, imagina um clássico como este), produzido em preto e em branco para economizar grana. Revendo ontem na Netflix (é louvável que a plataforma, mesmo a conta-gotas, esteja disponibilizando clássicos no seu catálogo), o filme continua encantador e envolvente como nos tempos que assistia nas madrugadas da Globo, quando o locutor anunciando que "esse filme foi produzido em preto e branco", já para evitar que algum telespectador desavisado se estressasse com a antena da sua TV. 

Trata-se de um filme com um bom roteiro, que traz uma trama simples, porém, muito bem conduzida nos deixando apreensivos e envolvidos do começo ao fim, e não sentir em nenhum momento a ausência de ação. As atuações, em especial do protagonista Gary Cooper e das belíssimas Grace Kelly e Katy Jurado, só engrandecem ainda mais o filme. O resultado é um ótimo filme que ultrapassa o gênero do Faroeste, sendo também um ótimo suspense. Não é a toa que é um clássico inesquecível. Filmaço imperdível!. Cotação / Nota: 8,5.

Rick Pinheiro.
Cinéfilo alagoano.

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