sexta-feira, 19 de janeiro de 2024

RETROSPECTIVA 2023: OS MELHORES FILMES DE 2023.

Custou, mas finalmente parei para elaborei a nossa tradicional retrospectiva. Após listamos o que tivemos de ruim nas telonas e telinhas, agora é a vez de falarmos dos melhores filmes do ano. De fato, 2023 não foi um dos melhores anos para nós cinéfilos e poucos foram filmes que realmente fizeram a diferença, o que facilitou bastante a elaboração da nossa lista, que só não saiu antes, realmente, devido a correria nossa de cada dia.  Como você já sabe, esta lista é feita de acordo com minhas preferências pessoais, portanto, seu filme favorito não tiver aqui ou em posição que você discorda, não pegue ar comigo e me xingue, mas, deixo a sugestão de elaborar sua própria lista dos melhores filmes e colocar no comentário. Enfim, vamos ao que interessa.


Iniciamos a nossa lista com uma provável polêmica, obviamente não pela presença da cinebiografia dirigida pelo mestre Christopher Nolan, mas, pela posição que ocupa, já que na maioria das listas da crítica e do público figura no pódio (e a polêmica ainda seria menor, pois, por pouquinho não tivemos um empate triplo). De fato, o aclamado diretor nos presenteou com uma verdadeira obra-prima, tão envolvente que sequer percebemos a sua longa duração. Com uma parte técnica impecável e as brilhantes atuações de um elenco afiadíssimo, com destaque principalmente para Cillian Murphy e Robert Downey Jr., que merecidamente vêm papando prêmios, Nolan conduz com maestria e o resultado é uma espetacular cinebiografia atemporal, que fez a diferença num ano tão ruim para o gênero.


Sem sombra de dúvida a parceria entre o excelente Denzel Washington e o competentíssimo diretor Antoine Fuqua já é uma das mais bem sucedidas da sétima arte. Em 2023 a dupla nos presenteou com este filmão de ação espetacular, elevando a ótima franquia em ação. Idade não é empecilho para Washington se firmar entre os maiores porradeiros do gênero, e aqui, ele prova muito bem isso. De quebra, o filme ainda traz o seu reencontro com Dakota Fanning, sua parceira no aclamado Chamas da Vingança. O coroamento e provável fechamento da trilogia de ação, 


Empate entre duas produções que, em comum, são baseadas em fatos e, provavelmente a maior polêmica na nossa lista, tanto pela presença, como também pela posição que ocupam. Você deve não saber, mas, Movimento de Jesus é a maior bilheteria de 2023 do gênero gospel nos Estados Unidos, deixando muito blockbuster com orçamento consideravelmente maiores comendo poeira. Por aqui, chegou silenciosamente diretamente no streaming. O filme que retrata o citado movimento protestante cristão, que iniciou em plena época do movimento hippie é uma ótima cinebiografia que vai além do segmento cristão, funcionando muito bem com filme histórico.

O crime que chocou e continua chocando o Brasil, o assassinato da menina Isabella foi retratado de forma emocionante neste documentário da Netflix, contando com depoimentos de envolvidos na investigação e julgamento do caso, com destaque, obviamente, para o da mãe Ana Carolina Oliveira. Um primoroso registro histórico, que sempre deve ser conferido.


Em 2023, a Netflix consolidou a sua tão sonhada franquia de ação com o lançamento desta sequência. Mais uma vez, o ex-dublê e diretor Sam Hangrave nos presenteia com um filmão de ação muito fodástico, com sequências eletrizantes, conseguindo a proeza de são tão bom quanto o original. Quem também se consolida com astro de ação porradeiro é o carismático Chris Hemsworth, que de tão fodão, nos faz esquecer da merda que a Marvel fez com o seu Deus do Trovão. Para completar, o filme traz o debute na franquia de ninguém menos que Idris Elba, outro grande astro casca grossa desperdiçado no UCM.


Quase nos apagar das luzes de 2023, a grande surpresa do ano veio do Oriente, precisamente da Terra do Sol Nascente. Por mais que Hollywood tenha a grana para torrar, o fato é que ninguém conhece melhor Godzilla do que os criadores, os japoneses. E se algum desavisado ainda tinha dúvida disso, ela acabou indo para o ralo com esta pequena obra-prima, que custou uma merreca para ser produzido e fez ainda mais bonito que muito blockbuster de altíssimo orçamento. Se muitos se queixam com as produções hollywoodianas do lagartão pela presença exagerada dos humanos, aqui, elogiamos e não nos importamos com o protagonismo deles, pois o drama de guerra e humano muito bem construído, nos cativa e nos faz aceitar que o icônico monstro é só a cereja do bolo deste espetacular filme.


Num ano tão péssimo para o nosso cinema nacional, especialmente para as cinebiografias, o alívio veio justamente com este emocionante filme. O grande diferencial, sem sombra de dúvida, é o respeito que é dado a história de vida do saudosíssimo eterno trapalhão, que não é usada como instrumento de panfletagem ideológica, mas, contada de forma claramente carinhosa. As atuações, principalmente do protagonista Aílton Graça, acabam nos aproximando ainda mais da belíssima história do trapalhão do cacildis.


Sem sombra de dúvida, Tom Cruise é muito mais do que o maior astro hollywoodiano, mas, o cara é praticamente o Midas. Um ano após lançar o aclamadíssimo Top Gun: Maverick, simplesmente, o melhor filme do ano de 2022, o cara retorna a fodástica franquia de ação Missão: Impossível, conseguindo a proeza digna de Ethan Hunt de entregar mais um filmão fodástico da franquia. E o feito de bilheterias do ano anterior só não prejudicou por um erro terrível de estratégia (provavelmente do estúdio ou quem sabe de uma soberba ousada do astro) em lançar este filmão fodástico um pouquinho antes do fenômeno Barbenheimer, o que acabou amargando um injustíssimo flope de bilheterias. Que este erro não seja mais cometido.


2023 foi um ano marcante para a melhor franquia de ação. O ano em que ganhou o primeiro spin-off, em formato de minissérie e, principalmente, o ano em que a franquia principal ganhou seu melhor exemplo. Na quarta parte da jornada do já icônico assassino fodão interpretado pelo boa praça John Wick, o ex-dublê e diretor Chad Stahelski eleva a franquia à enésima potência nos presenteando com eletrizantes sequências de ação ainda mais fodásticas. E ainda contando com a adição de peso dos astros da ação Donnie Yen e um irreconhecível Scott Adkins, que simplesmente brilham e roubam a cena, sem ofuscar o protagonista, e do eterno Pennywise Bill Skarsgård, como um dos vilões mais inesquecíveis da franquia.


O ano do centenário da Disney ficou marcado como o ano em que o estúdio acumulou fracassos de bilheterias. Ironicamente, seu maior sucesso acabou sendo este filme da Marvel Studios, totalmente fora do padrão atual da Casa das Ideias. Em sua despedida da Marvel,  um dos novos chefões da DC, James Gunn, nos presenteia com um filmão espetacular, mesclando perfeitamente ação, drama e humor, embalado por uma excelente e contagiante trilha musical. Simplesmente, um dos melhores do UCM. Fez história também ao fazer com quer milhares de pessoas se emocionassem com a história de vida de um personagem totalmente digital. Fica a lição principalmente para o estúdio centenário e, principalmente, para o chefão da Marvel Studios Kevin Feige, que voltar a deixar o idealizador colocar sua visão no filme, sem lacração e total entretenimento, é a saída para a volta aos bons tempos do UCM.


Nosso primeiro lugar não poderia ser outro que o polêmico filme que não apenas superou uma das campanhas mais pesadas de cancelamento por parte da grande mídia, como também com seu orçamento pequeno deixou para trás muito blockbuster para trás. Realmente, fico sem entender tanto auê por parte da galera da esquerda para um filme que simplesmente escancara um terrível drama atual e em nenhum momento levantar qualquer bandeira ideológica ou religiosa que seja. Num mundo mais justo e menos idiotizado pela guerra cultural, Som da Liberdade no mínimo estaria sendo discutido e também papando prêmios. Por uma dessas ironias da vida, o fato é que a pedra que foi rejeitada pelos pedreiros da Disney, acabou se tornando a grande pedra de tropeço, que viu um dos seus filmes mais caros do ano, comendo poeira nas bilheterias. Emocionante do começo ao fim, um filme relevante que realmente precisa ser visto, revisto e comentado, e por isso mesmo, é o nosso filme do ano.

MENÇÕES HONROSAS:


Um dos dois filmes que por pouco não entrou na nossa lista. O mestre Martin Scorsese reúne os astros com que mais trabalhou, Robert De Niro e Leonardo DiCaprio, e nos presenteou com mais uma obra-prima, tão envolvente que ignoramos tranquilamente sua extensa duração. Com dois nomes de pesos como De Niro e DiCaprio, quem também brilha com uma grande atuação é a então desconhecida Lily Gladstone.


Outro veterano grande diretor que brilhou no ano passado, nos presenteando com mais uma obra-prima foi o mestre Steven Spielberg. Sem medo de tocar em feridas dos seu passado, Spielberg sempre nos presenteia com uma excelente autobiografia, sensível, emocionante e cativante, conduzindo com maestria um elenco inspiradíssimo. 

Barbenheimer.

Um movimento orgânico partido dos internautas ou fruto de um acordo secretíssimo entre a equipe de marketing de dois grandes estúdios (sinceramente, é a hipótese que eu suspeito)? O fato é que o fenômeno Barbenheimer é um marco na história do cinema e da cultura. A ousada e arriscadíssima aposta de lançarem dois grandes blockbusters, de temáticas e públicos totalmente distintos, acabou dando certo e os dois filmes acabaram ganhando, bombando nas bilheterias, mesmo com Barbie indo além, se tornando a maior bilheteria, muito mais pela força da icônica personagem com pelo seu público alvo consideravelmente maior. Um fenômeno e tanto que ainda será muito discutido e estudado, que sem sombra de dúvida é o maior marco da cultura pop de 2023.

Surpresas no gênero do Terror.

Assim com nos últimos anos, 2023 também não foi um bom ano para o gênero do terror. Mas, nem tudo foi ruim, já que diante de tanta tranqueiras jogadas para nós, M3ganFeriado Sangrento, e as sequências Pearl e Jogos Mortais X superaram as expectativas mais otimistas, sendo uma verdadeiro suspiro dentro do gênero. Mesmo que suas prováveis sequências sejam ruins, o mérito de serem gratíssimas exceções dentro do gênero não será esquecido.

O público.

Num ano marcado por tanto bombardeio de cancelamentos e boicotes, a decisão final de um sucesso e fracasso de um filme acabou sendo do público. Cagando para a massiva campanha de cancelamento por parte da grande mídia e até sabotagem de salas de cinemas, o público foi em peso assistir O Som da Liberdade, com também deu relevância a outro filme que deixou os esquerdistas pistolas, Nefarious. Se o recorde de bilheterias de Barbie já era esperado pela força da icônica personagem, o mesmo não podemos dizer de Super Mario Bros. - O Filme, que aliás, foi o primeiro dos dois filmes que atingiram a casa de US$ 1 bilhão de bilheterias, graças principalmente ao boca a boca do público. O mesmo boca a boca que fizeram Elementos e Guardiões da Galáxia Volume 3 a se recuperarem do fiasco do primeiro final de semana e darem uma espetacular volta por cima sendo os mais vistos filmes do péssimo ano da Disney. O recado do público foi dado, persistam nos erros por sua conta e risco.

Rick Pinheiro.
Cinéfilo alagoano.

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