Contos de fadas nada infantis.
Amanhã, é o dia das crianças. E algo que marcar bastante a nossa fase mais pura são os contos de fadas. O que muita gente não sabe é que, em sua concepção original, boa parte destes não são nada infantis, adocicados, coloridos e com a velha mensagem de "Felizes Para Sempre!". Recentemente, dois destes clássicos amenizados para a meninada, ganharam nas telonas versões obscuras, bizarras e nada infantis, que comento a partir de agora.
BIZARRICE EM 3-D.
BIZARRICE EM 3-D.
Depois de mais de um ano que conferir nos cinemas, infelizmente na versão dublada, finalmente, na noite do último sábado, assistir no HBO (liberado o sinal, apenas neste fim de semana), no idioma original, Alice no País das Maravilhas, do diretor Tim Burton, conhecido pelos seus filmes com tom obscuro, histórias malucas e personagens bastante bizarros e esquisitos. Logo, para refilmar a viagem muito louca de Alice, não teria um diretor mais perfeito.
A novidade aqui, sem dúvida, é a trama. Ao contrário do que muitos pensavam Alice (Mia Wasikowsa, ótima) não é a garotinha que se aventura pela primeira vez no mundo imaginário que devia se chamado "País das Maluquices", mas uma jovem de 19 anos, prestes a entrar num matrimônio arranjado com um seboso mauricinho. Na festa de noivado, Alice ver e segue um estranho Coelho Branco, caindo num buraco, que o leva ao tal mundo esquisito, vivendo uma aventura eletrizante.
Na verdade o título do filme deveria se chamar "Alice DE VOLTA AO País das Maravilhas", já que, de acordo com o enredo do filme, Alice já tinha se aventurado antes no mundo bizarro, repleto de figuras esquisitas. Mas Burton e os produtores preferiram manter o título do grande sucesso do cinema e da literatura, correndo o risco de frustrar os fãs das duas fontes. Algo que, eu acho que não ocorreu, já que o roteiro é interessante, muito bem escrito, misturando elementos dos livros Alice no País das Maravilhas e Alice no País dos Espelhos, com nitidas pitadas de bizarrices de Burton, um especialista no assunto. Apesar da criatividade, faltou emoção, o que torna o filme, em alguns momentos, um pouco tedioso.
Com tantos personagens bizarros, o elenco tinha que dar um show à parte, algo que em Alice deu certo, graças aos talentosos atores. Destaque para Helena Bonham Carter, que mesmo mergulhada em maquiagem e efeitos especiais, dar um show de interpretação como a malvada e tosca Rainha Vermelha. Ao contrário de Anne Hathaway que interpreta (se é que podemos chamar assim), de forma robótica, ridícula e sem sal, sua irmã a Rainha Branca. Hathaway é a única no filme com uma péssima atuação que, inexplicavelmente, não foi indicada ao Framboesa. Rever sua péssima atuação em Alice, me deixou com preocupado com sua atuação como Mulher Gato, no novo Batman de Christopher Nolan. Já Jonnhy Deep, em sua sétima parceria com Burton, acrescenta mais um personagem bizarro a sua filmografia, interpretando o Chapeleiro Louco de uma forma tão afetada que tornaria o Rambo um Bambi, graças aos seus trejeitos exagerados e caricatos.É inegável que o personagem caiu como uma luva para um ator tão acostumado a interpretar tipos esquisitos.
Os efeitos do filme é um deleite aos olhos, sendo o ponto alto do filme. Mas, lembro-me que falha grosseiramente no 3-D quase invisível. Não chega a ser um fiasco total como em Fúria de Titãs, mas frustra bastante, já que apenas em pouquíssimas cenas, como naquela em que Alice cai pelo buraco rumo ao mundo bizarro, o formato funciona.
Enfim, com erros e acertos, Alice no País das Maravilhas, é um filme razoável, que tem seus momentos divertidos. Não é o melhor filme dirigido por Burton, mas, faz jus a sua filmografia repleta de obras bizarras, que fogem totalmente convencional, Adequado para se assistir em família. Diversão descompromissada garantida.
QUEM TEM MEDO DO LOBO JACOB?
Se a versão de Burton para Alice no País das Maravilhas é um show de criatividade no roteiro, o mesmo não podemos dizer do filme A Garota da Capa Vermelha, versão moderninha demais para o clássico conto infantil da Chapeuzinho Vermelho, trazida pela mesma diretora do primeiro filme da Saga Crepúsculo, Catherine Hardwicke. Tudo bem que não podemos comparar o ícone diretor, com a novata diretora, que só tem no currículo um filminho teen modinha. Mas convenhamos também, que esperamos ver o surgimento e crescimento de novos talentos na direção e não alguém que siga á risca a fórmula do seu único sucesso, como infelizmente, fez Hardwicke, neste filme que prometia ser tão bom quanto o de Burton.
A trama se passa num villarejo na Idade Média, assombrado por um lobisomem, onde os moradores fizeram um acordo com a tal criatura, de sempre nas noites de lua cheia deixar um cabrito, para saciar sua fome, poupando assim os moradores. Até que uma bela noite, o pacto de décadas é quebrado, quando o lobisomem ataca e mata a irmã de Valerie (Amanda Seyfried), a garota que dar título ao filme. A chapeuzinho aqui é apaixonada pelo pobre lenhador Peter (Shiloh Fernandes), mas está prometida em casamento ao mauricinho do villarejo Henry (Max Irons). Para complicar ainda mais a vida dos pacatos moradores, chega o Padre Solomon (Gary Oldman, ótimo), que tem tanta vontade de ferrar com o lobisomem, por motivos pessoais (e convenhamos, hilário), mete mais medo na população que o próprio monstro canino humano.
O filme tem um roteiro fraco e o mais grave: é uma imitação cagada e cuspida de Crepúsculo. A personagem central, a exemplo de Bella Swann, narra toda história em primeira pessoa, colocando no meio suas desilusões amorosas, pensamentos e sentimentos, ou seja, vomitando no público algo que ela devia deixar bem guardadinho no seu diário de adolescente. O terror dar lugar ao dramalhão do triângulo amoroso, só que aqui, é ainda mal elaborado que a famosa franquia teen. A imitação é tão visível que até mesmo o penteado do lenhador galã teen é idêntico do Edward. Nem mesmo o suspense do mistério quem é o lobisomem, onde nem mesmo a vovó e o lenhador escapam de serem suspeitos, consegue segurar o filme e livrá-lo da mediocridade.
As intepretações são fraquíssimas, salvando-se apenas o veterano Gary Oldman, que mais uma vez arrebenta como vilão. Aliás, seu personagem é o único que ainda consegue dar uma moralzinha ao filme e prender a atenção. Já o tal lobisomem aparece pouco e quando finalmente vemos o seu focinho, ao invés de assustar, causa risos com a tosca voz conversando com a Chapeuzinho. Detalhe: impossível não olhar para ele e fazemos a pergunta "O que o Jacob está fazendo neste filme?", já que o monstro é idêntico ao versão transformada do personagem de Taylor Lautner na série Crepúsculo. Até mesmo no visual do lobisomem, o filme escapou de ser uma imitação da famosa série teen.
E para completar ainda mais a falta de senso do ridículo dos roteiristas e da diretora, o filme tem uma rápida e tosca citação dos três porquinhos, durante uma, pasmen caros internautas, um rave, e o mais grave: o clássico diálogo entre Chapeuzinho e o lobo disfarçado de vovó no conto infantil, é refeito no filme de forma absurdamente tosca e patética, numa das piores e mais desnecessárias cenas da história do cinema. Curiosamente, o filme tem como um dos produtores, o astro Leonardo Di Caprio, que deve ter tomado um porre daqueles que tomava na adolescência, para aceitar produzir esta merda.
Em síntese, um filminho teen, decepcionante, insosso e totalmente sem graça, que não empolga nem mesmo as adolescentes fãs da Saga Crepúsculo. Faço minhas uma frase muito bem dita pelo crítico de cinema Lucas Salgado, do site Adoro Cinema: "A Garota da Capa Vermelha está para a fábula da Chapeuzinho Vermelho da mesma forma que Crepúsculo está para as histórias de vampiros. Passe longe".
Rick Pinheiro.
Cinéfilo.
QUEM TEM MEDO DO LOBO JACOB?
Se a versão de Burton para Alice no País das Maravilhas é um show de criatividade no roteiro, o mesmo não podemos dizer do filme A Garota da Capa Vermelha, versão moderninha demais para o clássico conto infantil da Chapeuzinho Vermelho, trazida pela mesma diretora do primeiro filme da Saga Crepúsculo, Catherine Hardwicke. Tudo bem que não podemos comparar o ícone diretor, com a novata diretora, que só tem no currículo um filminho teen modinha. Mas convenhamos também, que esperamos ver o surgimento e crescimento de novos talentos na direção e não alguém que siga á risca a fórmula do seu único sucesso, como infelizmente, fez Hardwicke, neste filme que prometia ser tão bom quanto o de Burton.
A trama se passa num villarejo na Idade Média, assombrado por um lobisomem, onde os moradores fizeram um acordo com a tal criatura, de sempre nas noites de lua cheia deixar um cabrito, para saciar sua fome, poupando assim os moradores. Até que uma bela noite, o pacto de décadas é quebrado, quando o lobisomem ataca e mata a irmã de Valerie (Amanda Seyfried), a garota que dar título ao filme. A chapeuzinho aqui é apaixonada pelo pobre lenhador Peter (Shiloh Fernandes), mas está prometida em casamento ao mauricinho do villarejo Henry (Max Irons). Para complicar ainda mais a vida dos pacatos moradores, chega o Padre Solomon (Gary Oldman, ótimo), que tem tanta vontade de ferrar com o lobisomem, por motivos pessoais (e convenhamos, hilário), mete mais medo na população que o próprio monstro canino humano.
O filme tem um roteiro fraco e o mais grave: é uma imitação cagada e cuspida de Crepúsculo. A personagem central, a exemplo de Bella Swann, narra toda história em primeira pessoa, colocando no meio suas desilusões amorosas, pensamentos e sentimentos, ou seja, vomitando no público algo que ela devia deixar bem guardadinho no seu diário de adolescente. O terror dar lugar ao dramalhão do triângulo amoroso, só que aqui, é ainda mal elaborado que a famosa franquia teen. A imitação é tão visível que até mesmo o penteado do lenhador galã teen é idêntico do Edward. Nem mesmo o suspense do mistério quem é o lobisomem, onde nem mesmo a vovó e o lenhador escapam de serem suspeitos, consegue segurar o filme e livrá-lo da mediocridade.
As intepretações são fraquíssimas, salvando-se apenas o veterano Gary Oldman, que mais uma vez arrebenta como vilão. Aliás, seu personagem é o único que ainda consegue dar uma moralzinha ao filme e prender a atenção. Já o tal lobisomem aparece pouco e quando finalmente vemos o seu focinho, ao invés de assustar, causa risos com a tosca voz conversando com a Chapeuzinho. Detalhe: impossível não olhar para ele e fazemos a pergunta "O que o Jacob está fazendo neste filme?", já que o monstro é idêntico ao versão transformada do personagem de Taylor Lautner na série Crepúsculo. Até mesmo no visual do lobisomem, o filme escapou de ser uma imitação da famosa série teen.
E para completar ainda mais a falta de senso do ridículo dos roteiristas e da diretora, o filme tem uma rápida e tosca citação dos três porquinhos, durante uma, pasmen caros internautas, um rave, e o mais grave: o clássico diálogo entre Chapeuzinho e o lobo disfarçado de vovó no conto infantil, é refeito no filme de forma absurdamente tosca e patética, numa das piores e mais desnecessárias cenas da história do cinema. Curiosamente, o filme tem como um dos produtores, o astro Leonardo Di Caprio, que deve ter tomado um porre daqueles que tomava na adolescência, para aceitar produzir esta merda.
Em síntese, um filminho teen, decepcionante, insosso e totalmente sem graça, que não empolga nem mesmo as adolescentes fãs da Saga Crepúsculo. Faço minhas uma frase muito bem dita pelo crítico de cinema Lucas Salgado, do site Adoro Cinema: "A Garota da Capa Vermelha está para a fábula da Chapeuzinho Vermelho da mesma forma que Crepúsculo está para as histórias de vampiros. Passe longe".
Rick Pinheiro.
Cinéfilo.
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