Filmes.
Bean. James Bean!
Desde de 1962, quando apareceu pela primeira vez nas telonas, interpretado por Sean Connery em 007 contra o Satânico Dr. No, o agente secreto mais conhecido do mundo, James Bond, ganhou milhares de imitadores, homenagens e paródias, começando pela série cômica televisiva Agente 86, passando pelo excepcional True Lies com Arnold Schwarzenegger, o divertido Duro de Espiar, com o saudoso Leslie Nielsen e a trilogia Austin Powers, com o chatíssimo, antipático e sem graça Mike Myers, etc A lista é longa e interminável. Em 2003, foi a vez de Rowan Atkinson, o eterno Mr. Bean, estrelar a sua paródia do agente criado por Ian Fleming. Curiosamente, vinte anos antes, Atkinson participou de Nunca Mais, Outra Vez, refilmagem tosca e fora da franquia oficial, de 007 Contra a Chantagem Atômica, também estrelada por Connery.
Em Johnny English, Atkinson é um funcionário do M-17, o serviço secreto britânico, que é promovido a agente após suas primeiras atrapalhadas antes dos créditos iniciais resultarem na morte de todos os agentes da organização, sobrando apenas o figuraça para ocupar a vaga de agente secreto. Com arrogância de quem sabe tudo, quando na verdade não sabe de absolutamente nada, English investiga de forma totalmente atrapalhada o desaparecimento das jóias da rainha e acaba descobrindo que as mesmas foram roubadas por Pascal Sauvage (John Malkovich), patrocinador da restauração das mesmas, com o intuito de pôr em prática um plano megalomaníaco de ser rei da Inglaterra e dominar o mundo.
O filme é uma comédia boba com situações engraçadas do começo ao fim, apesar deste blogueiro não achar graça em quase nenhuma. O elenco afiado, está bem a vontade em seus respectivos personagens, demonstrando visivelmente que estão no filme para se divertir. Atkinson está hilário e nos presenteia com um personagem que é uma mistura do seu hilário Mr. Bean com o Chapolin Colorado do mexicano Roberto Gòmez Bolaños. Mais a vontade está Malkovich que está propositalmente patético como o tosco vilão megalomaníaco.
Em síntese, Johnny English é um filminho bobo, descartável, que para mim, apesar do esforço do elenco, é sem graça e nem influi, muito menos contribui na filmografia de todos os envolvidos. Comédia desprentiosa e divertida, que agrada principalmente a quem tem o riso frouxo e solta a risada com qualquer besteira.
Particularmente, fui pego de supresa ao saber que um filminho tão tolo e sem graça ganharia uma continuação, e mais ainda, após longos oito anos. Em O Retorno de Johnny English, que estreiou em nossos cinemas ontem e conferir online no começo da madrugada de hoje (o filme só está sendo exibido aqui em Maceió, em versão dublada, motivo que me fez recorrer mais uma vez aos "generosos" sites), Bean...digo, English está recluso num mosteiro budista no Tibete, após sua última atrapalhada, há cinco atrás, ter resultado no assassinato do presidente de Moçambique, que devia proteger. Inexplicavelmente, o atrapalhado agente é convocado de volta, para tentar investigar e impedir o assassinato do premier chinês, gerando várias situações hilárias, mais uma vez por causa de sua arrogância e atrapalhadas.
O tom besteirol do primeiro filme dar lugar a uma paródia bem mais elaborada de James Bond, principalmente os primeiros filmes estrelados por Connery. O problema é que mesmo sendo uma comédia o filme se leva um pouco a sério demais, a tal ponto que em alguns momentos remete aos filmes do espião inglês estrelado por Roger Moore. O elenco, como sempre, está bem à vontade, embarcando numa boa na brincadeira. Atkinson, supreendemente, está um pouco mais contido, dando característica própria ao personagem, que está longe de ser tão engraçado quanto o mítico Mr. Bean.
Em síntese, apesar de mais uma vez fazer este blogueiro rir timidamente em pouquíssimas cenas (para ser sincero, esta semana rir mais com Atividade Paranormal 3, do que com o novo Johnny English. Estranho, né? rss...), O Retorno de Johnny English é uma comédia bobinha, com vários momentos engraçados (menos para este blogueiro), que faz jus ao original, empatando tecnicamente com este. Diversão descompromissada e bobinha.
Rick Pinheiro.
Cinéfilo.
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