Reinvenção bárbara.
Antes de mais nada quero esclarecer um coisa. Na minha opinião, o novo Conan, O Bárbaro, que acabei de assistir na sala 3, do Complexo Kinoplex Maceió, não é um remake do clássico oitentista estrelado por Arnold Schwarzenegger, como vem sendo divulgado. Da mesma forma que o novo Capitão América não é remake das outras produções toscas sobre o herói enbandeirado, muito menos o inedito O Espertacular Homem Aranha não é um remake do primeiro Homem Aranha, dirigido por Sam Raimi. Como todas as produções citadas os dois Conan, O Bárbaro também contam a origem do personagem central, neste caso o guerreiro cimério, mas em versões totalmente distintas uma da outra. Mas, naturalmente, as comparações entre as duas produções são inevitáveis, já que o filme estrelado por Arnoldão marcou a história do cinema e foi escola para outras produções sobre guerreiros bárbaros. Exposta a minha opinião sobre o novo filme não ser um remake, mas uma nova versão para o herói criado por Robert E. Howard, vamos aos comentários do filme.
Como já disse, o novo Conan, O Bárbaro é uma nova visão sobre a trágica origem do guerreiro cimério e sua saga, em busca de vingança, numa época onde a brutalidade reinava. Aqui, Conan nasceu no meio de uma batalha, "experimentando o sangue da mãe ao invés de leite materno" como diz um dos personagens do filme. Criado pelo pai, o corajoso Corin (o competente Ron Perlman, o eterno Hellboy) para ser um guerreiro, Conan ver sua vida mudar quando sua aldeia é invadida e dizimada pelo terrível Khalar Zym (Stephen Lang, ótimo), que, como 99% dos vilões, simplesmente deseja ser deus e dominar o mundo. Já adulto, o herói cimério (Jason Momoa, assim como Schwarzenegger em seu primeiro grande papel no cinema), vaga pelo mundo, libertando escravos, cortando cabeças e vísceras, e na eterna busca pelo assassino de seu pai.
O novo filme, com perdão do trocadilho, é uma bárbara supresa. Com um roteiro bem mais elaborado que o seu suposto original, a nova versão tem muito mais ação, suspense e efeitos especiais mais supreendentes. O Conan versão Momoa, apesar de falar muito mais que o do seu antecessor vivido pelo atual ex-governador da Califórnia, tem todo jeitão bruto de um bárbaro, principalmente, com o trato nada delicado com as mulheres. Apesar de sua caracterização deixá-lo igualzinho ao Conan dos quadrinhos (não conheço a versão original do Conan dos livros de E. Howard), perde feio para o ex-Mister Universo no quesito "bombadão", tornando o personagem mais raquitico. Em compensação, o novo Conan tem mais flexibilidade, habilidade e agilidade, graças a coreografia muito bem realizada e sua estrutura corporal, ser compatível com a de muitos dublês (não sei se Momoa utilizou dublês ou fez ele mesmo as próprias cenas de ação, como Schwarzenegger que, por falta de dublês bombadões como ele, foi obrigado a fazer todas as cenas de ação no Conan dos anos 80).
O filme tem uma ótima fotografia, com belíssimas locações feitas na Bulgária. Junto com o figurino e os ótimos efeitos especiais tornam o mundo da Era Hibória ainda mais real e convicente que a versão estrelada por Arnoldão, que para os padrões de hoje, é um tosco trashão. Já o 3-D é razoável, o que coloca o filme na longa lista dos filmes "Tanto faz com ou sem 3-D".
O elenco é outro ponto positivo do novo filme. Mesmo não tendo um James Earl Jones ou um Max Von Syndow como no original, somos brindados com boas interpretações. Jason Momoa supreende e até convence no papel do brucutu cimério. Mas, o grande destaque é a atriz Rose McGowan que simplesmente rouba a cena como a vilã Marique. Destaque também para Stephen Lang, como o vilão Khalar Zym, Ron Perlman como o pai do herói e para o jovem Leo Howard que supreende e dar um show como o garoto Conan.
Curiosamente, Valéria, companheira de luta e interesse romântico do Cimério na primeira versão, no novo filme é uma mera figurante, em uma única cena (foto ao lado) que sequer tem seu nome mencionado (descobrir que a personagem estava no filme, somente a pouco minutos, ao ler a ficha técnica do filme). Em seu lugar, Tamara (a bela, mas fraca atriz Rachel Nichols), sacerdotisa que o herói salva e escolta, faz às honras de companheira de aventura (sem o mesmo papel de guerreira e o pique da Valéria vivida por Sandahl Bergman, no clássico oitentista) e par romântico do brucutu cimério.
Com um roteiro bem mais eleborado, ritmo mais acelerado, mais ação e muito mais cabeças cortadas e sangue jorrando para tudo que é lado, o novo Conan, O Bárbaro é um ótimo filme, que traz uma nova versão para a origem do herói cimério. Como as comparações são inevitáveis, o novo filme é superior ao antigo filme, perdendo apenas nos quesitos trilha sonora e "músculos" do protagonista. Mas, comparações a parte, ambas as produções são ótimos filmes, aventuras envolventes e empolgantes que merecem ser conferidas.
Rick Pinheiro.
Cinéfilo.
Nota: Confira meus comentários sobre o primeiro Conan, sua continuação e outros filmes de heróis da Era Hibória em: http://blogdorickpinheiro.blogspot.com/2011/09/barbaries-originais.html
Nota: Confira meus comentários sobre o primeiro Conan, sua continuação e outros filmes de heróis da Era Hibória em: http://blogdorickpinheiro.blogspot.com/2011/09/barbaries-originais.html
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