quinta-feira, 29 de setembro de 2011

MUITOS ELOGIOS POR QUASE NADA.

Filmes.
Muitos elogios por quase nada.

Quem nunca ouviu vários elogios sobre algo e quando se deparou, se decepcionou e teve a certeza  que foi feito muitos elogios por quase nada? E quando se tratar de uma produção cinematográfica que consegue a rara proeza de agradar  ao mesmo tempo crítica e público? Como cinéfilo, hora ou outra me deparo com esta situação, que me deixa como um peixe fora d'água, como se meu bom senso e preferências não fossem normais. Cito como exemplo, duas produções totalmente inversas: a primeira, francesa, um tentativa de um ídolo de outrora, hoje decadente, tentar se reinventar, tirando onda de sua própria decadência, e outra, uma super-produção norte-americana, baseada em excelente série em quadrinhos, que estourou nas bilheterias. Ambas, agradaram a todos, crítica e público, a ponto de serem cultuadas, mas a este blogueiro decepcionaram, já que, antes mesmo dos tantos elogios, eram produções ansiosamente aguardadas, logo prometiam muito mais.

A primeira é JCVD, um misto de comédia, drama, ação, sei lá o quê, estrelada por Jean Claude Van Damme, interpretando a si mesmo. No filme, o astro está vivendo uma maré de azar. E tudo só piora quando inventa de tentar tirar dinheiro num correio, na hora e momento que ocorre um assalto. O baixinho belga, astro de filmes de ação,  acaba sendo confundido com o assaltante. Refém, Van Damme tenta resolver o impasse entre os toscos assaltantes e a polícia e, sem ter muito o que fazer no cativeiro, além de satisfazer a curiosidade de um dos assaltantes seu fã, resolve fazer uma reflexão sobre sua vida e sua carreira, com direito a fazer um tosco monólogo para nós, onde desabafa um pouco sobre sua tragicômica carreira.
A  produção tem até seus momentos divertidos, como na divertida cena de abertura e nas hilárias citações a Steven Seagal e ao diretor John Woo. Mas, no geral, o filme é chato e enfadonho, que pouco empolga e se junta a longa lista dos filmes descartáveis estrelados pelo baixinho belga.Tudo bem que o filme não é uma merda total, e não figura no topo do pior dos piores de Van Damme. Mas, por ser um filme que empolgou tanto os fãs do baixinho e até mesmo a crítica, particularmente, esperava muito mais do que uma tosca produção francesa, sem graça e sem emoção.



Se alguns se incomodaram com minha opinião sobre o filme autoral do Van Damme, agora corro o risco de ser malhado em praça pública, até mesmo mais do que boneco de Judas em Sábado Santo. Mas como vivemos numa democracia e uma das minhas qualidades, que ao mesmo tempo é um dos meus defeitos, é minha sinceridade,  vou ser franco. Tenho que dizer que apesar de todos os seus inquestionáveis méritos, me decepcionei, e muito, com a super produção Watchmen - O Filme, dirigida pelo talentoso Zack Snyder, que nos presenteou com o ótimo 300 e mais recentemente com o genial Sucker Punch - Mundo Surreal, que para mim, até agora, é o melhor filme do ano, e também do diretor. 



Baseado numa excepcional série em quadrinhos adulto que eu li na adolescência, o filme se passa numa época imaginária onde, em 1985, o mundo vive o clima da Guerra Fria, o presidente dos Estados Unidos é Richard Nixon, e vigora uma lei onde os mascarados vigilantes (leia-se os super-heróis) são proibidos de atuar. Quando O Comediante, um desses mascarados, é brutamente assassinado, Rorschach (o mais interessante personagem do filme), um dos seus antigos companheiros,  levanta a hipótese que o mesmo ocorra com os demais membros do grupo.

Não nego que o filme tem todo climão dos quadrinhos, um visual excepcional, ótimos efeitos especiais, interpretações de primeira e direção genial. O problema, ao menos para mim, é que Watchmen - O Filme é muito paradão, com muito "blá, blá, blá" e pouca ação. O tão comentado. mas para mim chatíssimo, Dr. Manhattan, apesar de muito bem recriado, graças a atual tecnologia, é o personagem que consegue sintatizar muito bem todo tédio e chatice do filme. E se tiver o desprazer que eu tive de assisti-lo dublado, a fustração será ainda maior. Sinceramente, volto a dizer: esperava muito mais deste filme, que agradou tanto a crítica e aos fãs, do que um longo, chatíssimo e entediante filme.



Muitos gostaram de JCVD e dez  mil a mais amaram Watchmen - O Filme. Mas, mas para este cinéfilo, ambos foram grandes decepções. Não são duas merdas, muito pelo contrário, já que os dois são bons filmes, que divertem e empolgam em alguns momentos. Porém, ao menos para mim, deixaram muito a desejar. Podem achar que eu sou louco, que eu não tenho bom senso e até mesmo que sou uma bosta como cinéfilo. Mas, em minha defesa, recorro ao ditado popular: Gosto não se discute, né galera? Não me queiram mal, por ter me fustrado com estas duas produções, que apesar de serem totalmente opostas, são tão cultuadas.

Rick Pinheiro.
Cinéfilo.

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