= Excepcional. / = Muito boa. / = Boa./ = Regular. / = Fraca. / = (Preciso mesmo dizer?).
Produção espanhola de 2021.
Direção: Jesús Colemar, Koldo Serra e Alex Rodrigo.
Elenco: Úrsula Corberó, Álvaro Morte, Itziar Ituño, Pedro Alonso, Alba Flores, Miguel Herrán, Jaime Lorente, Esther Acebo, Enrique Arce, Darko Peric, Hovik Keuchkerian, Luka Peres, Helen Cuesta, Belén Cuesta, Fernando Cayo, Rodrigo De la Serna, Naiwa Nimri, entre outros.
Blogueiro assistiu no streaming (Netflix) em 04 de setembro de 2021.
Sinopse: Primeira metade da última temporada da série. O grupo de assaltantes do banco da Espanha é adicionado com a chegada de Lisboa (Ituño). Mas, não há motivos para comemorar, já que o cerco se fecha cada vez mais, pois além da ex-inspetora Alicia Sierra (Nimri) capturar o Professor (Morte), o inescrupuloso Coronel Tamayo (Cayo), chefe das negociações, parte para ou tudo ou nada, convocando o exército para invadir o local e acaba com a porra toda.
Comentários: De série que flopou na telinha da TV espanhola à inesperado fenômeno mundial com uma legião de fãs (e por tabela, críticos e haters), indiscutivelmente que La Casa de Papel só por isso fez história. E como tudo é bom, dura pouca. começa a se despedir dos fãs, que vem acompanhando desde 2017 a saga da quadrilha liderada pelo genial Professor. E nós, como fãs, temos que reconhecer que, por méritos próprios, a série foi até longe demais, e essa primeira parte, acende o sinal de alerta sobre isso.
É inegável que a parceria com a Netflix foi muito benéfica para Álex Pina, criador da série, e todos os envolvidos, e não apenas pela visibilidade que fez da série este fenômeno aclamado por boa parte do público. A cada ano (parte, como eles intitularam) a produção é muito mais luxuosa e caprichada, já que a grana investida é cada vez moral. Mas, não adianta nada investir tanto em tiro, porrada e bomba barulhentos, praticamente uma produção de guerra, onde o campo de batalha é o interior de um banco, se esquecem de cuidar do que é essencial, a espinha dorsal de qualquer manifestação artística: o roteiro.
É triste como fã ter que falar, mas, o fato é que claramente vemos aqui que a fonte criativa está secando. Além do festival de tiro, porrada e bomba para tudo que é lado, os roteiristas apelam também para elementos já usados em temporadas anteriores, que vão das porra-louquices insanas que amamos a morte trágica de uma importante personagem (provavelmente, porque a pessoa que dar vida a essa personagem, merecidamente, está alçando voos mais altos em sua carreira), tudo aqui é reciclado apenas por mera repetição, sem causar tanto. O ápice disso fica por conta do desnecessário e até agora desconexo com a trama central arco envolvendo o carismático personagem Berlim, que funcionaria muito bem como uma spin-off, ou pelo menos, uma temporada só dedicada a essa trama, mas, aqui, fica parecendo que jogaram como fan-service barato para agradar os fás do personagem. Lamentável desperdiço.
Para completar os tropeços feios do roteiro, sobram incoerências que ofendem a nossa suspensão da descrença, como personagens que se redimem mais rápido que macarrão instantâneo, personagens que se perdem na trama a ponto de esquecê-los, só fazendo-nos lembrar quando eles se ferram, e a tal da lacração em alguns diálogos, provavelmente por exigência da Netflix, para pagar pedágio a chatíssima patrulha do politicamente correto. Sinceramente, não tenho nada contra isso, até porque a própria série acertou em cheio nesse ponto na introdução de uma personagem trans no grupo, inclusive aqui, ganhando um pouco mais de destaque. O problema é jogar gratuitamente de qualquer jeito quando, por exemplo, um dos membros da quadrilha sai na porrada com o escroto e detestável assassino de uma das personagens mais queridas pelo público (por sinal, a minha favorita) na parte passada, onde a cada soco, solta um xingamento típico de militante de esquerda ("Fascista!", "Racista!", "Homofóbico!"), e em outro, onde dois personagens discutem as cores de um enxoval de uma bebê. Se quer lacrar, lacre, mas, faça isso de um modo forçado e patético como vemos aqui.
Enfim, apesar de errarem a mão gravemente no roteiro, a primeira parte (inacreditável como vão esticar a trama ainda por mais cinco episódios) de La Casa de Papel não chega a ser ruim, pois tem seus momentos insanos que nos divertem. Mas, sem deixar de ser a mais fraca de toda série, desperdiçando totalmente esses personagens que tanto amamos. Que venha 03 de dezembro trazendo a despedida final, na torcida que ocorra um milagre, e haja um volta por cima tão espetacular quanto a própria série. Cotação: / Nota: 6,5.
Rick Pinheiro.
Cinéfilo alagoano.
Cinéfilo alagoano.
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