Atualmente travando uma verdadeira batalha épica para reerguer a sua carreira artística no fundo do poço depois de sucessivos escândalos na vida pessoal, Mel Gibson estrelou dois épicos de guerra fodásticos.
Mesmo passando por um declínio impressionante e quase fatídico em sua carreira, ninguém pode negar que Mel Gibson além de ser um astro hollywoodiano de primeira grandeza, é um ator e diretor talentossísmo e tem uma considerável e respeitável filmografia, na maioria filmes fodásticos como as franquias Mad Max e Máquina Mortífera, Coração Valente (dirigido por Gibson) e O Patriota, de Roland Emmerich, dois filmaços épicos de guerra, passados em épocas diferentes e com duas atuações de Gibson, bem acima da média e que serão comentados nesta postagem. Curiosamente, em ambos os filmes, os personagens de Gibson não estão nem um pouco a fim de entrar numa guerra para libertarem seus respectivos países do jugo da Inglaterra, até que uma tragédia pessoal, faz os caras mudarem de ideia e entrarem de corpo e alma no conflito, encarando batalhas fodásticas e eletrizantes. Provavelmente, no caso do segundo filme, Gibson tenha sido escolhido para tentar repetir o êxito obtido por Coração Valente que, além de ter faturado vários prêmios mundo a fora, incluindo o cobiçadíssimo Oscar de Melhor Filme, arrebentou nas bilheterias.
Em Coração Valente, Gibson apresenta ao mundo, de forma magistral, e mais romanceada (de acordo com os historiadores), a história real do herói escocês William Wallace, que no século XIII lutou para libertar a Escócia da tirania inglesa. Quando criança, após testemunhar seu pai ser assassinado pelo exército inglês, Wallace é criado por seu tio, viaja ao mundo e volta a sua vila, para se apaixonar e casar em segredo com uma linda camponesa, para evitar que ela seja primeiramente do aristocrata inglês que domina a região, uma lei safada dos ingleses chamada prima nocte. Mas, após a noite de núpcia a moça é assassinada, o que faz o cara ficar putíssimo da vida, liderar um pequeno grupo e detornar com o aristocrata local inglês, responsável pela sua tragédia pessoal. O que de ínicio era apenas um fato isolado de vingança pessoal, torna Wallace um grande líder do futuro país, despertando a atenção não somente dos ingleses, como também dos líderes dos clãs escoceses, que no fundo, querem que a Escócia permaneça como está, para não perder seus privilégios perante a coroa inglesa.
Com um roteiro muito bem elaborado, atuações de um elenco afiadísismo e sequências de batalhas excepcionais, muito bem conduzidas pelo diretor Gibson, Coração Valente é um filmaço envolvente e emocionante. Gibson surpreende duplamente com um ótima atuação como ator e mais ainda com uma direça primorosa, provando que tem cacife para está por trás das camêras e administrar uma super-produção. Pode não ser fiel à realidade dos fatos históricos (e qual filme é?), romanceando e idealizando bastante a saga do sanguinário Wallace, mas, ninguém pode negar que Gibson nos presenteou com um filmaço épico de primeira, uma verdadeira obra-prima. Para este blogueiro, um dos poucos filmes que de fato mereceram ganhar o Oscar na categoria Melhor Filme. Nota 10,0.
Depois de cinco anos, foi a vez de Gibson voltar ao campo de batalha contra os ingleses, desta vez como o norte-americano Benjamin Martin em O Patriota, filme que acabei de assistir no canal Studio Universal. Martin é um ex-soldado, viúvo, pai de sete filhos, que só quer tocar sua fazenda e cuidar de sua família, batendo de frente com o seu filho mais velho Gabriel (o saudoso Heath Leadger), que contra a sua vontade, alista-se para lutar contra os ingleses pela independência da colônia americana. Até que um belo dia, os ingleses perseguem um grupo de confederados feridos, que são acolhidos por Martin e sua família, invadem sua fazenda, queimam tudo e ainda mata um dos seus filhos. Enfurecido, Benjamin revida, atacando praticamente sozinho parte da guarnição que detornou com seus bens. A partir daí, Benjamin engaja-se na guerra, ao lado de Gabriel, tornando-se um dos maiores líderes da histórica e ainda tendo o direito de confrotar o assassino do seu filho, o perverso sanguinário.
As semelhanças com Wallace de Coração Valente são gritantes, exceto pelo fato de Benjamin não ter existido realmente, sendo um milk-shake como vários heróis da independência americana. Com menos sequências de batalhas que aquele filmaço, mas mantendo o mesmo climão, O Patriota é um filme envolvente, que prende a atenção, principalmente pelas ótimas atuações de um elenco competente. Emmerich, uma fera em ficções blockbusters, surpreende com um drama histórico muito bem produzido, provando que é um bom diretor. Com um roteiro razoável e muito bem conduzido por Emmerich, que conta com um ótimo elenco, não chega a ser o melhor filme do diretor, de Gibson, de Leadger e de todos os envolvidos, e é massacrado impiedosamente em comparação a Coração Valente. Mas, mesmo assim, O Patriota é um ótimo filme, que tem seus méritos e está bem acima da média. Nota 8,5.
O tempo passou e hoje Gibson, depois de várias merdas na vida pessoal, que incluem aquele estrenho e patético telefonema para a ex-namorada, trava sua maior batalha, tentando reerguer sua carreira. No dia 18 deste mês, Gibson chega às telonas por aqui com Plano de Fuga, filme que, pelo trailer (veja no final desta postagem), não promete ser lá grande coisa, e no próximo ano, chegará as telonas como o vilão de Machete 2, de Robert Rodriguez, provavelmente, sua grande volta por cima. Com força, torço para que, Gibson encare corajosamente, à exemplo de William Wallace e Benjamin Martin, está batalha pela volta por cima, pois, talento e determinação já provou que tem de sobra.
Rick Pinheiro.
Cinéfilo.
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