Acredito que Jesus de Nazaré seja a personalidade bíblica e também da história mais retratada de todos os tempos. Desde os primórdios da sétima arte, pipocaram filmes sobre Ele. A telinha, também não fica atrás, e inúmeras minisséries e telefilmes só reforçam a minha opinião. Sem falar no teatro, que desde sempre tivemos montagens sobre Ele, ou produções onde o Filho de Deus é apenas coadjuvante e até mesmo figurante. É bem verdade que quantidade não significa dizer que seja qualidade. E nem Jesus escapa de ter adaptações ruins sobre Ele. Mas, também existe muita coisa boa, verdadeiras obras-primas. Entrando no clima do fim de semana santo, queimamos alguns neurônios e listamos as cinco melhores produções sobre Jesus Cristo
Animações bíblicas, em especial sobre Jesus, existem aos montes, e cada vez surgem mais. De todas, destaque para esse singelo filme, com boneco da argila em movimento. Um atrativo aos olhos para todas as idades, que prende atenção do começo ao fim, com um bom roteiro, e com um elenco estrelar, encabeçado por Ralph Fiennes como Jesus, que dão vozes aos personagens.
4. Jesus de Nazaré.
Esta série televisiva com elenco estrelar sob a batuta do mestre Franco Zeffirelli é presença obrigatória na lista das melhores produções bíblica. Usando e abusando da liberdade poética, sem deixar de ser fiel aos relatos evangélicos, Zeffirelli nos presenteia com uma verdadeira obra-prima, que de tão atraente e envolvente, que nos faz encarar numa boa a longa duração. Com uma atuação soleníssima e convincente, Robert Powell acabou imortalizado como Jesus, tanto por ser o papel da sua carreira (realmente, não lembro de outros trabalhos dele), como também por ter seu rosto estampando capas de livros, mensagens, etc. Curiosamente, ele interpretaria Judas, e Jesus estava sendo disputado por ninguém menos que Al Pacino e Dustin Hoffman. Mas, ao vê-lo se protegendo do sol com um manto, Zeffirelli disse ter tido uma revelação que Powell era a pessoa certa para viver Jesus.
3. O Evangelho Segundo Mateus.
Não confunda com o filme homônimo sessentista cultuadíssimo pela crítica, dirigido pelo também cultuadíssimo Pier Paolo Passolini. Poucas informações temos sobre essa produção oitentista, provavelmente uma minissérie televisiva. Rodado no Marrocos, temos aqui o citado Evangelho dramatizado versículo por versículo, entendiando ligeiramente em alguns momentos. Algo que é superado pelo grande atrativo, que é a brilhante atuação do ilustre desconhecido Bruce Marchiano, que traz um Jesus carismático, sorridente, espontâneo, totalmente fora do costumeiro solene, que na minha opinião, é o retrato fiel do verdadeiro Jesus, que arrastou multidões para ouvi-Lo.
2. Rei dos Reis (1961).
Ao contrário do colega de pódio que traz versículo por versículo dramatizado, este clássico não é tão fiel aos Evangelhos (nos créditos, é dito que é baseado no Evangelho de João), por usar e abusar da liberdade poética, e dar muita ênfase a personagens e situações fictícias. O que acaba sendo superado pelo brilhantíssimo desta obra-prima da sétima arte, que traz momentos inesquecíveis, como a belíssima sequência quase poética do sermão da montanha. A inesquecível trilha, adotada até hoje nas chamadas da Paixão de Cristo de Nova Jerusalém e um elenco inspiradíssimo, encabeçado pelo saudoso Jeffrey Hunter como Jesus, são as cerejas do bolo desta obra-prima da sétima arte. Sou suspeito para falar deste clássico, já que simplesmente foi o primeiro filme bíblico que assistir na minha vida, nas incontáveis reprises nos saudosos bons tempos da Sessão da Tarde e do Corujão, geralmente Sexta-feira Santa e no Natal.
Para superar um filme sobre Jesus que é meu favorito desde a minha infância, somente uma obra-prima com toques Divinos. Mesmo focando apenas as últimas doze horas de Jesus Cristo, o filme dirigido de forma magistral por Mel Gibson, é disparado a melhor adaptação bíblica de todos os tempos, que consegue impactar e emocionar todas as vezes que é assistido. Sem medo de expor todo sofrimento físico, emocional, psicológico e espiritual que Jesus passou - segundo a teologia cristã para salvar a cada um de nós -, falado em aramaico, hebraico e latim (infelizmente, Record e Telecine estragam ao exibir dublado), e com atuações iluminadíssimas, com destaque para Jim Caviezel como Jesus e Maia Morgenstern como Maria, A Paixão de Cristo vai além de um filme, sendo uma experiência de fé a cada exibição.
Rick Pinheiro.
Cinéfilo alagoano.
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