Realmente o tempo passa rapidamente. Já estamos no último mês de 2017, ano bastante frutífero para o cinema, com ótimas produções que chegaram e estão chegando nas telonas. Mas, que ainda não se comparar ao altíssimo nível fodástico de trinta anos atrás. 1987 foi o ano que fechou o quadriênio inesquecível para o cinemão pop, com lançamento de vários clássicos inesquecíveis até hoje. E mais uma vez, passei o ano todinho queimando os neurônios para fazer nossa lista dos melhores filmes lançados há trinta anos atrás. E para evitar que não fosse publicada a lista como ocorreu com os trintões de 2015 e 2016, queimei neurônios até os últimos segundos de publicação desta postagem e trago a presente lista dos melhores trintões de 2017, com inevitáveis empates (e olhe que tem filmes elogiadíssimos daquela época que, por incrível que pareça, ainda não assistir, como é o caso de Nascido para Matar e Wall Street - Poder e Cobiça). Como os quatro primeiros colocados estão praticamente empatados em primeiríssimo lugar, recorri a memória afetiva apenas para organizá-los individualmente. Mas, para alívio de consciência, citarei os três filmes que estavam na lista, mas, que foram tirados devido eu ter evitado o empate quadruplo no primeiro lugar, e acrescentando mais dois inesquecíveis filmes daquele ano, e praticamente, faremos um Top 15 (se contamos os vários empates, teremos um Top 20). Antes que o ano acabe e eu recomece a queimada de neurônios para elaborar a lista dos trintões de 2018, vamos ao nossos melhores filmes trintões de 2017.
Abrindo a nossa lista com nosso primeiro empate inevitável entre dois filmes que num ano péssimo para as continuações onde simplesmente tivemos algumas das piores de toda história da sétima arte (A Casa do Espanto 2, Superman IV - Em Busca da Paz e Tubarão 4 - A Vingança), se sobressaíram. Um ano atrás um dos piores filmes da franquia, Freddy Krueger tem sua volta por cima neste terceiro filme que, simplesmente, é o melhor de toda franquia.
Ao contrário do fodástico filme de terror, a saudosa franquia de comédia besteirol já tinha se recuperado no ano anterior, com o ótimo, divertido e engraçado Loucademia de Polícia 3 - De Volta ao Treinamento. Assumindo cada vez mais o humor bobinho para todas as idades, o filme marcou uma despedida com chave de ouro de três dos mais engraçados e mais inesquecíveis personagens da franquia.
9. Antes Só Que Mal Acompanhado. / Uma Noite de Aventuras. / Três Solteirões e Um Bebê.
Sem sombra de dúvida 1987 foi um ano excelente para as comédias e este inevitável empate triplo prova isso (passou batido que ainda não comentei nenhum dos três, algo que irei resolver em breve). O saudoso mestre de John Hughes prova aqui que não se sair bem apenas com adolescentes e nos presenteia com uma excelente comédia de estrada, estrelado pelos impagáveis Steve Martin e o saudoso John Candy, hilários e num perfeito entrosamento.
Como todos os anos, pipocam filmes para a toda família. E em 1987, o melhor deles foi essa comédia que hoje tomou chá de sumiço da programação das nossas TVs. Num dos raros papéis como protagonista, a lindinha e talentosa Elisabeth Shue, dar um show, ao lado do elenco teen e de uma fofa garotinha fã do Thor, como a babá que tem que sair para buscar uma amiga que está em apuro, levando consigo a fofa garotinha fã do Thor que ela está cuidando e dois malinhas adolescentes com os hormônios à flor da pela, e acabam se metendo numa roubada atrás da outra.
Presença obrigatória na lista dos melhores, o remake da comédia francesa, lançada dois anos antes, foi o maior campeão de bilheterias daquele ano. Estrelada por Tom Selleck, Steve Guttenberg e Ted Danson e uma bebê muito fofinha (na verdade, vivida por duas), sob a batuta do saudoso eterno Spock, Leonard Nimoy, o filme é o grande destaque do ano que tivemos uma excelente fase da comédia, e que ainda entrou no imaginário mundial, por causa de um "mistério", onde numa sequência aparentemente aparecia um fantasma, que hoje sabemos, que na verdade, hoje sabemos que se trata de uma imagem de papelão de divulgação do filme do ator Ted Danson.
8. Atração Fatal. / Império do Sol.
E prosseguirmos nossa lista com mais empates inevitáveis. Atualmente sumidíssimo, Adrian Lyne é um dos grandes diretores dos anos 1980, e Atração Fatal foi o ápice da sua carreira, com direito ao Oscar, inclusive, Melhor Filme e uma para si. Estrelado por Michael Douglas, Glenn Close (numa das melhores atuações de sua carreira) e Anne Archer (as duas foram indicadas ao Oscar), o filme nesses tempos chatos pra caralho que vivemos provavelmente seria taxado como moralista, já que a trama gira em torno de um marido que pula a cerca (curiosamente, Close é muito mais feia e sem sensualidade que Archer, que vive a esposa) e acaba sentindo na pele, junto com o coelhinho da sua filhinha, a consequência do seu ato. Suspense de primeira que, na minha humilde opinião, insuperável até hoje.
Ao contrário de Lyne, o mestre Spielberg foi totalmente ignorado pela academia neste filme, que também teve seis indicações, mas, todas na parte técnica. Algo lamentável já que temos um drama de guerra, sensível e envolvente, que marca a estreia de Christian Bale, com apenas treze anos já mostrando o seu talento, com uma excelente atuação. Uma pequena obra-prima, que caiu no esquecimento (assim como a produção caprichadíssima mas enfandonho O Último Imperador, vencedor de Melhor Filme daquele Oscar, esse sim, que merece o esquecimento), que vale a pena ser descoberta.
Empate agora no ritmo da música entre dois inesquecíveis musicais oitentistas. Se eu utilizasse o critério da memória afetiva, sem sombra de dúvida, o clássico da Sessão da Tarde estrelado pelo saudoso Patrick Swayze e Jennifer Grey, estaria entre os primeiros da nossa lista. Mesmo sendo fã deste fenômeno que até hoje mantém o recorde de oito meses em cartaz nos cinemas alagoanos (numa época que só tínhamos quatro cinemas), hoje reconheço que tem alguns problemas, principalmente, no roteiro. Mas, fenômeno é fenômeno e, indiscutivelmente, é um dos mais inesquecíveis e melhores musicais da história da sétima arte.
Além de ser um dos melhores musicais, La Bamba também é uma das melhores cinebiografias da história da sétima arte. Marcando a estreia de Lou Diamond Phillips no papel da sua vida e com a trilha contagiante, boa parte interpretada por Los Lobos, temos uma drama sensível, envolvente, cativante e inesquecível que é presença obrigatória na nossa lista.
Último empate da nossa lista e provavelmente, o mais inusitado. Ao contrário de Dirty Dancing, se essa lista fosse elaborada há trinta anos atrás, com certeza esse filme do saudoso grupo Os Trapalhões, passaria longe, pois, simplesmente, detestei. Mas, hoje, reconheço que simplesmente é o melhor filme do impagável quarteto. Uma verdadeira obra-prima do nosso cinema nacional, que até o saudoso mestre Ariano Suassuna, afirmava ser a melhor adaptação da sua obra. Curiosamente, no mesmo ano, o filme seguinte, Os Fantasmas Trapalhões, é um dos piores do grupo.
Se você ficou surpreso com a presença do filme do quarteto na nossa lista, acredito que deve está sem entender a presença deste divertidíssimo clássico da Sessão da Tarde. Simplesmente, temos aqui não apenas uma das melhores comédias teens de todos os tempos. Simplesmente, mas, muito criativo, e com Casey Siesmaszko, hilário, no personagem da sua vida.
Podemos dizer que, a partir daqui, temos o nosso pódio. Praticamente com mão na prata, e com todo potencial para arrancar um empate quíntuplo no topo, masChega de queimar neurônios! Trazendo um elenco excepcional, com excelentes atuações (Robert De Niro brilha um pouquinho a mais que os colegas, mas, curiosamente, foi ignorado e todas as atenções e prêmios foram para Sean Connery), uma trilha espetacular e uma parte técnica competentíssima que recriar perfeitamente os anos 1930, o mestre Brian De Palma nos presenteia com uma verdadeira obra-prima do cinema, um dos melhores filmes policiais, do subgênero de gangster e adaptação de série televisiva de todos os tempos.
Filmes com duplas policiais de diferentes perfis não eram novidades, mas, Máquina Mortífera é um divisor de águas. A dupla formada por Mel Gibson e Danny Glover, com perfeitíssimo entrosamento, sob a batuta do mestre Richard Donner, simplesmente é a maior dupla de policiais da história do cinema. Uma excepcional abertura de uma das melhores tetralogia de todos os tempos.
3. O Predador.
Um dos filmes de ação mais criativos não somente daquele ano mas da história do cinema. Arnold Schwarzenegger estreia esse filmaço que a princípio parece ser mais do mesmo, mas, surpreende à medida em que a trama avança. Simplesmente, um dos melhores filmes do brucutu, que se recupera, após o ano seguinte ter feito dois filminhos fracos, e de quebra, presenteia a sétima arte com mais um dos seus vilões extraterrestres mais memoráveis.
O ápice da criatividade de 1987. O mestre Paul Verhoven nos presenteia com uma verdadeira obra-prima do cinema, dos gêneros ação, policial e ficção, com um roteiro excepcional. Peter Weller, no papel da sua vida, brilha como o policial Alex Murphy, que após uma trágica e perversa emboscada, se torna o icônico e fodástico personagem meio homem, meio máquina, um tira total. Insuperável até hoje, simplesmente, um dos melhores filmes de todos os tempos.
Quem diria que uma produção made in Cannon iria ficar no topo da nossa lista dos melhores filmes de 1987. Reconheço que, em comparação com seus colegas de pódio, Falcão - O Campeão dos Campeões é o menos criativo, afinal, o brucutu simplesmente repete a fórmula de Rocky, Um Lutador, só trocando o boxe pela quebra de braço, como mais um personagem simples, Zé Ninguém, que só quer algo simples (ao contrário de Stallone que recebeu aqui o maior salário de um astro na época, o que foi um dos motivos para quebra financeira da Cannon), no caso aqui, o amor do seu filho e tentar ganhar um caminhão. Mas, memória afetiva é foda, e como eu a usei para desempatar e evitar um empate quádruplo no primeiro lugar, prevaleceu meu carinho que tenho por esse filme tocante, emocionante e bastante empolgante, que está entre os melhores do astro, que emplaca mais um personagem icônico. Cereja do bolo: uma das melhores trilhas sonoras de toda história do cinema. Com ligeiríssima vantagem, leva o nosso ouro.
TAMBÉM ESTÃO NA LISTA...
Os Garotos Perdidos.
Mistura perfeita de filme teen com terrir, simplesmente um dos melhores filmes de vampiros de todos os tempos, e da filmografia do imprevisível Joel Schuamacher, que acerta em cheio na mão num filme com excelente roteiro, conduzindo muito bem um elenco jovem talentoso, com destaque para a dupla de Coreys, Haim e Feldman, e principalmente, Kiefer Sutherland, que rouba a cena como vilão. Clássico oitentista inesquecível que não poderia ficar de fora da nossa lista.
Bom Dia, Vietnã.
Tenho quase certeza que você deve ter ficado indignado com a presença de alguns filmes na lista e a ausência deste filme, que é o primeiro trabalho inesquecível do saudoso Robin Williams, que brilha com uma das melhores atuações de sua carreira nessa tocante e emocionante comédia dramática e militar. Uma verdadeira obra-prima do nosso cinema que também não poderia ficar de fora.
1987 foi o ano do início do fim da Cannon, que quebrou financeiramente por causa da produção capenga do quarto filme do Homem de Aço, de uma péssima adaptação de uma animação de enorme sucesso da época e o salário astronômico do brucutu que está de boa no topo da nossa lista. Além disso, naquele mesmo ano, um dos seus "garotos propaganda", o saudoso Charles Bronson, estrelou Assassinato nos Estados Unidos e Desejo de Matar 4 - Operação Crackdown, simplesmente, dois dos piores filmes da sua carreira. Nesse ano tão terrível, coube a Michael Dudikoff e o segundo filme da American Ninja não deixar a Cannon de fora da nossa lista dos melhores. Com todo merecimento já que temos um filme muito divertido, que não se leva a sério em nenhum momento, que consegue a proeza de ser tão bom quanto o original, chegando a superá-lo ligeiramente.
Falando em motivos que quebraram a Cannon financeiramente, outro deles está na nossa lista, justamente, a tal adaptação equivocadíssima da animação do He-Man. Trazendo o brucutu sueco Dolph Lundgren com He-Man e um inspiradíssimo e bem maquiado Frank Langella como Esqueleto, realmente como adaptação o filme é um desastre. Mas, como aventura de ficção científica é um filme muito divertido. Eu gosto dessa merda! Não fique com raiva de mim, nem me xingue por isso.
Sem sombra de dúvida, 1987 foi um ano excelente para o brucutu austríaco no cinema, estrelando dois filmes criativos. Após encarar o "El diablo caçador de homens" no filmaço que ficou com bronze na nossa lista, ele deu as caras nesta interessantíssima ficção científica, escrita pelo mestre Stephen King usando um pseudônimo, que, curiosamente, se passa em 2017. A única previsão acertada foi que os reality shows iriam ser uma coqueluche na televisão. Filmaço que está entre os melhores do brucutu e que não poderia ficar de fora da nossa lista.
Rick Pinheiro.
Cinéfilo alagoano.
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