quinta-feira, 30 de novembro de 2017

DESPERDIÇO DE TALENTOS.

 = Excepcional. /  = Muito bom. /  = Bom./  = Regular. / = Fraco. / Coco do Cachorrão= Preciso mesmo dizer?.

Os Parças.
Produção brasileira de 2017.

Direção: Halder Gomes.

Elenco: Tom Cavalcante, Whindersson Nunes, Tirulipa, Bruno de Luca, Oscar Magrini, Paloma Bernardi, Taumaturgo Ferreira, Carlos Alberto de Nóbrega, Milhem Cortaz, Neymar Jr., Wesley Safadão, André Bankoff, Carolina Chalita, Carol Garcia, Marcos de Oliveira, Romeu Evaristo, entre outros.

Blogueiro assistiu na sala 6 do complexo Kinoplex Maceió em 30 de novembro de 2017.

Cotação

Nota: 6,8.

Sinopse: Com ajuda de Romeu (Luca), o trambiqueiro Mário (Magrini) organiza um golpe de uma falsa agência de casamento. O que eles não esperavam é era que o primeiro cliente era justamente o perigoso Vacário (Ferreira), chefão do contrabando na Rua 25 de Março, que os contrata para realizar o casamento dos sonhos da filha dele, Cíntia (Bernardi). Num confusão na famosa rua de comércio popular de São Paulo, os caminhos de Romeu, Toinho (Cavalcante) e os trambiqueiros Ray Van (Nunes) e Pilôra (Tirulipa), acabam se cruzando, e Mário os chantageia para ajudá-los no golpe. O pilantra pula fora com a grana e o quarteto fica com o pepino na mão de cumprir o serviço.

Comentários: Quando o humorista Tom Cavalcante anunciou, em entrevista ao programa The Noite com Danilo Gentili, que iria fazer um filme ao lado dos jovens impagáveis Whindersson Nunes e Tirulipa, sob a batuta do mestre Halder Gomes (que presenteou nosso cinema com a impagável obra-prima Cine Holliúdy e o engraçadíssimo mas malhado O Shaolin do Sertão), me animei bastante e ansiedade foi elevada a nível estratosférico. Mas, toda ansiedade deu lugar à frustração tão logo assistir pela primeira vez o trailer deste filme estrelado pelo trio de talentosos humorista ao lado de Bruno de Luca, na minha opinião, escolha erradíssima, tomando o lugar de um talentoso humorista para formar um quarteto impagável. Mesmo não levando fé e desanimado pra caralho, mas, cumprindo meu compromisso pessoal com o nosso cinema nacional de sempre ir assistir uma produção logo no fim de semana de estreia, encarei o filme, que ao menos não é a merda que o trailer nos faz acreditar - e que até agora a crítica está lascando o pau -, mas não o suficiente para eliminar a frustração por completo.

O primeiro problema do filme é que em nenhum momento é uma obra à altura do diretor, que parece que ligou o piloto automático e não se esforçou em nada para mostrar seu inegável talento criativo, sendo agindo de forma burocrática. Do trio de humoristas, apenas Tirulipa arranca algumas gargalhadas, enquanto que Whindersson Nunes está espantosamente sem graça, só funcionando em alguns momentos em parceria com o Tirulipa, e o veterano Tom Cavalcante está perdidão na trama, brilhando em alguns solos, mas, parecendo um tiozão que força a barra para se enturmar com a garotada, na maioria das sequências com os colegas de cena. O roteiro fraco, típico de comédias abestalhadas que nosso cinema produz ao monte todos os anos, acaba ferrando com tudo e prejudicando e desperdiçando os talentos não apenas do diretor e do trio talentoso, mas de todo bom elenco.

Enfim, não chega a ser um filme totalmente ruim. É engraçadinho, abestalhado e provoca algumas gargalhadas do público menos exigente, principalmente daquelas pessoas que estão acostumadas com a besteirada que nosso cinema nacional vem jogando aos montes nos últimos tempos, e como filme costumeiro e funcional, e não por ser realmente uma ótima comédia, deve fazer um enorme sucesso de bilheterias. Mas, uma comédia costumeira tupiniquim é muito pouco pelos nomes envolvidos, indiscutivelmente, totalmente inferior ao talento do diretor e do trio de humoristas. Quem sabe se rolar uma continuação, derem carta branca ao diretor Halder Gomes e a oportunidade dele escrever o talento e dele dirigir do seu modo os talentosos, e a substituição de um Bruno de Luca por pelo menos um bom ator (Pô! Até o Safadão, que como ator é um bom cantor de forró, se sai melhor na sua micro e descartável participação) finalmente, tenhamos um filme que esteja à altura desses indiscutíveis mestres.

Rick Pinheiro.
Cinéfilo alagoano.

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