domingo, 21 de fevereiro de 2016

UMA PEQUENA OBRA-PRIMA, CRIATIVA, INTELIGENTE E DIVERTIDA.

 = Excepcional. /  = Muito bom. /  = Bom./  = Regular. / = Fraco. / Coco do Cachorrão= Preciso mesmo dizer?. 

O Novíssimo Testamento (Le Tout Nouveau Testament).
Produção belga, luxemburguesa e francesa de 2014.

Direção: Jaco van Dormael.

Elenco: Pili Groyne, Benoît Poelvoorde, Yolande Moreau, Catherine Deneuve, François Damiens, Serge Larivière, entre outros.

Blogueiro assistiu online (site E Filmes na Rede) em 20 e 21 de fevereiro de 2016.

Cotação

Nota: 7,8.  

Sinopse: Deus (Poelvoorde) é um cara escroto, seboso, bruto, que passa seu tempo, enfiado numa sala, diante do seu computador, aprontando contra a humanidade, como por exemplo, causando tragédias e criando leis da vida do tipo "um pão com geleia sempre cai no chão justamente no lado que ela está", "uma contrariedade nunca vem sozinha", entre outras. O resto do tempo ele usa para tratar mal sua esposa (Moreau) e sua filha caçula Ea (Groyne). Cansada disso, a pirralha de dez anos de idade, chuta o pau da barraca, e resolve fugir de casa, mas, antes, para ferrar com o pai, invade o tal escritório e só de pirraça, envia para os celulares de todas as pessoas, um SMS avisando quanto tempo de vida cada uma ainda tem. Obviamente, a partir daí, as pessoas escolhem o que irão fazer com o resto de suas vidas, algumas deixam de trabalhar, outras correm atrás de realizar seus sonhos, por aí vai. Ao chegar por aqui, Ea corre atrás de seis pessoas problemáticas, para serem os novos apóstolos e fazerem de suas vidas o novíssimo testamento.

Comentários: Como cinéfilo de gosto bastante popular, aconselho que, de vez em quando, saiamos um pouco da nossa zona de conforto para curtir um filme europeu, cult, artístico, aqueles que tanto a crítica como a galera intelectualizada adora e rasga seda. Afinal, se por um lado, se a galera que faz o cinemão pop, visa apenas obter grana, ficando na mesmice, por outro, existe uma galera mundo a fora que produz um cinema autoral, visando muito mais a qualidade artística do que ser reconhecido ou encher o rabo de dinheiro. É bem verdade que existe muito filme bunda, chatice, entediante ao extremo, mas, também, podemos encontrar obras-primas criativas, inteligentes. É o caso deste interessantíssimo e criativo filme, inteligente e ao mesmo tempo divertido, com uma premissa ousadíssima, mas, claramente sem intenção nenhuma de ofender a fé, mas, apenas apresentar uma fábula adulta 100% ficcional e criativa (obviamente, que a carolada fanática vai passar longe de um filme assim, pois se ofende por si só, apenas pela temática fora do contexto religioso). Realmente, é um filme muito bom, um dos mais inovadores e criativos de todos os tempos, com um elenco afiadíssimo (em seu filme de estreia, a pirralha protagonista está incrivelmente segura na atuação com veteranos, e ainda assume bem a responsa de conduzir o filme),  que só perdeu algumas estrelas e não obteve a nota máxima porque o roteiro se perde em vários momentos, principalmente, nos momentos em que tenta ser dramático, caindo numa pieguice tosca, e num desfecho insosso, sem impacto nenhum. Mas nem esses defeitos graves tiram o fato de O Novíssimo Testamento ser uma obra-prima da sétima arte, que deve ser conferida, sem preconceitos e sentimentos religiosos, e encarada como uma fábula adulta, criativa e inteligente.

Rick Pinheiro.
Cinéfilo alagoano. 


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