= Excepcional. / = Muito bom. / = Bom./ = Regular. / = Fraco. / = (Preciso mesmo dizer?).
Produção estadunidense e britânica de 2021.
Direção: Chloé Zhao.
Elenco: Gemma Chan, Richard Madden, Kumail Nanjiani, Lia McHugh, Brian Tyree Henry, Lauren Ridloff, Barry Keoghan, Don Lee, Kit Harington, Salma Hayek, Angelina Jolie, Harish Patel, Bill Skarsgård, Haaz Sleiman, Esai Daniel Cross, Harry Styles, Alan Scott, Hannah Dodd, Patton Oswalt, David Kaye (voz), Mahershala Ali (voz - não creditado), entre outros.
Blogueiro assistiu na sala 2 do complexo Cinesystem Maceió em 06 de novembro de 2021.
Sinopse: Baseados nos personagens das HQs da Marvel criados por Jack Kirby. Há 7.000 anos atrás, os Eternos, liderados por Ajak (Hayek), são enviados a Terra pelo celestial Arishem (Kaye) para proteger nossos planeta contra os terríveis Deviantes. Depois da missão cumprida, se separam e passam a viver entre nós discretamente, sem se meterem em outros fatos, algo que é terminantemente proibido para eles. Porém, séculos depois, quando os Deviantes reaparecem por aqui nos tempos atuais, os super seres precisam se reunir mais uma vez para enfrentá-los.
Comentários: De todas as produções da nova fase do Universo Compartilhado Marvel (incluindo as séries do Disney Plus) programadas para estrear esse ano, Eternos era a que estava menos animado para assistir. E não falo isso pela suposta lacração que a mídia predominantemente progressista vem propagando há mais de um ano, muito menos pelas críticas negativas que o filme vem obtendo. Mas, realmente, mesmo com um puta elenco estrelar, os trailers do novo filme da Casa das Ideias não me empolgaram para assistir o filme dos personagens criados pelo saudoso mestre Jack Kirby. Mesmo assim, fui totalmente de cabeça aberta assistir Eternos, e claro, na esperança de está me presenteando no meu aniversário (se não fosse o atraso dos lançamentos devido a maldita pandemia, estaria indo assistir o aguardadíssimo Doutor Estranho no Multiverso da Loucura), afinal, a única vez que fui assistir um filme do UCM totalmente sem expectativa, fui surpreendido positivamente com um certo grupo de desajustados do espaço, formado por Senhor das Estrelas, Gamora, Drax, Rocket Racoon e Groot.
Antes de mais nada, é preciso destacar e valorizar o maior mérito do projeto: a coragem. Coragem da Marvel Studios, comandada pelo poderoso chefão Kevin Feige, em investir num filme com personagens e uma mitologia praticamente desconhecidos do grande público. Coragem de ousar em inovar, apresentando e expandido o Universo Compartilhado Marvel com novas temáticas e até ensaiando fugir da consagrada fórmula (sobre isso, as piadinhas estão sim presentes, e não entendo quem reclama injustamente da falta delas). Coragem em escolher e entregar esse luxuoso abacaxi nas mãos talentosas da diretora Chlóe Zhao, antes mesmo de sequer ser ela ser indicada ao Oscar. Coragem dela em topar sair da zona de conforto do cinema independente e seus filmes mais autorais, encarando como primeiro blockbuster um desafio tão grande, algo que ela inegavelmente tirou de letra, colocando sua assinatura timidamente mesmo com as amarras de um grande estilo (ninguém é ingênuo em acreditar na "carta branca" dada por Feige e a Marvel). A coragem, somada a parte técnica impecável que torna Eternos um filme obrigatório para ser visto na maior tela e na sala de cinema mais equipada disponível, são sem dúvidas as grandes qualidades do filme.
Porém, infelizmente, nem tudo são flores, e o filme é problemático justamente na espinha dorsal de qualquer produção: o roteiro. Sinceramente, não tenho nada contra representatividade e a tal da lacração, desde que não forcem a barra e atrapalhem o resultado final. E de fato, aqui elas acontecem de forma bem natural, seja pelo talentoso elenco e personagens centrais bem diversificados, seja nos rápidos segundos de um casal num sapeca-iaiá discretíssimo e do selinho gay, que absurdamente vêm gerando ao redor do mundo muito falatório, e o mais agravante, a terrível censura. Meu problema é com um roteiro apenas satisfatório, que entrega uma trama básica, bem feijão com arroz, com alguns dramalhões e um brega e insosso romancinho, que nem fede, nem cheira.
Me incomoda também é que o filme gere em nós apresso apenas pontualmente por alguns poucos personagens, o que por tabela, prejudicou bastante a nossa empatia e adesão. Sem falar no desperdiço de talentos envolvidos e de personagens com tanto potenciais, em especial, Makkari, Cavaleiro Negro e Thena, esta vivida por um Angelina Jolie desperdiçadíssima, deixando a sensação que ela só tá no filme para atrair público. Também queria ver um pouco mais de Gilgamesh e Kingo, que junto com a Makkari e o Phastos, são os Eternos mais carismáticos do filme.
Dividindo opiniões extremamente opostas do tipo "ame ou odeie", Eternos é para mim um filme bacaninha, bem intencionado, mas, que não sai disso Não me incomodou, nem me entediou, pois realmente não senti arrastado ou chato, mesmo com um ritmo de ação consideravelmente menos acelerado que o costume. Fica no ar a pergunta que intitula esta postagem, pois, será que estamos diante de uma obra-prima incompreendida agora e no futuro, será reconhecida e valorizada? Isso só o tempo dirá.
Por fim, me incomodou sim, meia dúzia de moleques aplaudindo o filme ao final da última cena pós-créditos, enquanto a maioria massacrante do público da sessão saía da sala claramente com ar de frustração. Porra! Parem de babar a Marvel e se deixar influenciar por produtores de conteúdos que fazem isso! O estúdio é feito por humanos, Kevin Feige é tão humano como qualquer um de nós, logo sujeito a cometer erros. Quem é fã de verdade da Casa das Ideias, leitor das HQs ou apenas fã dos filmes e séries, quer ver o UCM se expandindo ainda mais, precisa ter senso crítico, e quando ocorrerem as pisadas de bola de fato, demonstrar a insatisfação, fazer uma crítica construtiva, até para que cada vez mais acertem, e sejamos presenteados com ótimas produções. Cotação: / Nota: 6,0.
Rick Pinheiro.
Cinéfilo alagoano.
Cinéfilo alagoano.
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