Filmes.
Quantidade não é qualidade.
Sinal de alerta duplo dado pelos filmes que assistir ontem na costumeira sessão de cinema das segundas. O primeiro vai para o nosso cinema nacional, que depois de décadas amargando sucessivos e merecidos fracassos e preconceitos dentro de casa, finalmente, deu uma virada e vem cada vez mais conquistando o público. O problema é que com os sucessos de bilheterias, aumentou-se o número de produções, o que acaba prejudicando a qualidade. Somente do ano passado para cá, fomos bombadeados por várias produções made in Brasil, infelizmente a maioria verdadeiras bombas, com raríssimas excessões. Billi Pig, comédia que traz Selton Mello, Grazi Massafera, Milton Gonçalves a frente de um elenco de rostos conhecidos, que assistir na sala 4, do Complexo Kinoplex, até que tem uma premissa interessante, mas, infelizmente, é mais um que fica apenas na pretensão. Wanderley (Mello, como sempre arrebentando) é um vendedorzinho de seguro de vida que só não é totalmente ferrado na vida porque é casado com a belíssima Marivalda (Massafera, supreendentemente ótima) que sonha em ser atriz. O casal está a beira da separação quando acontece algo inesperado que pode tir-lo da pindaíba: a filha do traficante Boca (Otávio Muller) é baleada e Wanderley tem a tosca ideia de se unir a um falso padre (Gonçalves, hilário), para arrancar grana do poderoso chefão do tráfico, em troca de um suposto milagre. O filme até que supreende sendo engraçado na primeira parte, mas, depois se perde num péssimo roteiro, repleto de situações absurdas e totalmente sem graça. Salva-se do fiasco total apenas pela primeira metade e pelas ótimas atuações do trio de protagonista, que tira leite de pedra de um roteiro tão ruim. Nota 4,0.
O segundo sinal de alerta vai para o astro hollywoodiano Nicolas Cage que há anos vem emendando um filme atrás do outro. Do ano passado até agora foram seis filmes, a maioria uma merda total. Mas, até que seu último filme, o thirlley O Pacto, que eu assistir na sala 6, não é tão ruim, mas, serve de sinal de alerta para Cage, que é além de não ser nenhum garotinho, há décadas é um astro consagrado, mesmo sendo canastrão, portanto, pode pisar no freio, diminuir o ritmo e escolher melhor os seus trabalhos. Na trama de seu mais novo filme, Cage "interpreta" (força de expressão é claro, não entenda literalmente) o professor de escola pública Will Gerard, que vive de boa em Nova Orleans, até que sua esposa, inexplicavelmente e do nada, é espancada e estuprada. No hospital, Will recebe a visita do misterioso Simon (Guy Pearce), membro de uma obscura organização de justiceiros, que propõe mandar o taradão psicótico para a terra do pé junto, em troca de um possível favor que ele prestará no futuro, proposta esta, estupidamente aceita pelo desesperado e revoltado professor. Seis meses depois, Simon reaparece e pede que Will retribua o favor, mandando um suposto pedófilo para a terra do pé junto. O professor fica na dúvida se topa ou tenta vira o jogo e detornar a tal organização. Está na cara que a trama é mera desculpa esfarrapada para muita ação e suspense. O filme até que tem um climão, mas se perde na superficialidade do seu roteiro regular. Diversão descompromissada. Nota 7,5.
Rick Pinheiro.
Cinéfilo.
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