domingo, 27 de março de 2011

A VITÓRIA DO MAIS FRACO.

Filmes.
A vitória do mais fraco.

Noite de sábado, encalhado, sem nenhum programa com os amigos. Para um cinéfilo nesta situação, o melhor refúgio é o escurinho do cinema, assistindo um bom filme, na companhia obrigatória da pipoca quentinha e da coca-cola gelada. Foi o que eu fiz ontem, indo conferir, após semanas de adiamento da minha parte, na tela do Cine SESI (única sala onde o preço do ingresso é o mesmo todos os dias, algo que as grandes redes deviam adotar), O Discurso do Rei, o grande vencedor do Oscar deste ano.

Para início de conversa, quero dizer que a minha opinião sobre o filme não é a de um crítico, algo que eu não sou, nem tão pouco de alguém com gosto refinado. Como já disse aqui no blog, volto a dizer e sempre direi, os  meus gostos cinematográficos são 100% povão. Logo, os intelectuais de plantão e os cinéfilos de gosto refinados, não estranhem o título desta postagem está relacionado ao grande vencedor do Oscar deste ano, baseado em fatos reais, que narra a história do Duque de York, que sofre de gagueira nervosa, e só piora quando seu irmão Edward abdica do trono por causa de uma feiosa safada, forçando-lhe a assumir (sua filha Elizabeth é a atual rainha da Inglaterra).

O Discurso do Rei é um ótimo filme. Um drama comovente, emocionante e envolvente, com uma bela mensagem de força de vontade e superação (o primeiro sentido do título da postagem), isso graças principalmente a um ótimo roteiro e um elenco afiadíssimo, em especial Colin Firth, brilhando numa interpretação forte, sóbria, sem caricatura do rei gaguinho (mesmo eu não tendo assistido ao desempenho dos outros concorrentes, digo, sem medo de errar, mereceu o Globo de Ouro e o Oscar de melhor ator), e Geoffrey Rush, que simplesmente rouba a cena, numa interpretação perfeita e cativante. Helena Bonham Carter também está ótima, numa interpretação contida, não lembrando em nada outra rainha que interpretou no ano passado (no caso, a Rainha de Copas, de Alice no País das Maravilhas, dirigido pelo seu maridão Tim Burton).

Até aqui, eu e os demais cinéfilos, como também a crítica estamos de acordo. As divergências começam agora. Particularmente (e não queiram me trucidar por isso), apesar de ser um ótimo filme, não vi nada demais, além das brilhantes atuações e direção de arte, que merecesse as 12 indicações ao Oscar, e principalmente, ganhar como melhor filme. Sinceramente, de todos concorrentes deste ano que assistir até agora (A Origem, A Rede Social e Cisne Negro)1, O Discurso do Rei é o mais fraco (segundo sentido do título da postagem). E tem mais: acho que os ainda  inéditos para mim, 127 Horas e O Vencedor2 também são melhores que o grande vencedor.

Vou mais além e, por favor, não venham esculhambar comigo, ainda. Deixem ao menos eu terminar. rss... Dos quatro Oscar recebidos (Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Roteiro Original e Melhor Ator), para mim, apenas o de melhor ator e melhor diretor foram merecidos, afinal, não é todo diretor que mesmo com um elenco magistral, consegue tirar destas feras atuações memoráveis. Mas o roteiro de O Discurso do Rei, apesar de ótimo, jamais será mais original do que A Origem, um dos roteiros mais criativos dos últimos anos.

Pronto, agora  podem me xingar a vontade, mas estas são as minhas opiniões sobre o grande vencedor do Oscar, que, aliás, não acredito ser a única que diverge da maioria. Aposto que a opinião das duas lindas jovens sentadas (e as vezes deitadas) a minha direita, que dormiram durante boa parte dos 118 minutos de filme, é bem mais ácida e contraditória que as minhas.

Opiniões contraditórias (e viva a democracia por isso) e soneca das belas adormecidas  à parte, o fato é que O Discurso do Rei é um ótimo filme, que, acima de tudo, prova que excelentes atuações são infinitamente melhores do que efeitos especiais e o modismo do formato 3-D. Bom programa para quem  deseja se envolver e se emocionar com ótimas atuações de um excelente roteiro, que nos ensina que até os poderosos deste mundo têm suas fraquezas, e como todos nós, precisam ser superadas.

Confira abaixo o trailer deste ótimo filme:


Rick Pinheiro.
Cinéfilo do contra a opinião da maioria.

Notas:

1. Veja ou reveja os meus comentários em:
Cisne Negro: http://blogdorickpinheiro.blogspot.com/2011/03/um-bale-supreendentemente-assustador.html 

2. Meu achismo sobre os filmes citados foi baseado apenas em leitura das sinopses e observações dos seus respectivos trailers, que vocês podem conferi abaixo.




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