quarta-feira, 28 de julho de 2010

PREDADORES: REPETINDO A VELHA FÓRMULA.

Antes de comentar o filme, quero deixar registrado o meu protesto e nota zero dupla ao Centerplex, único cinema de Maceió a exibir Predadores, pois além de exibi-lo apenas na versão dublada, o som estava absurdamente baixo, o que tirou e muito o impacto do filme. Isso sem falar que por três vezes a exibição do filme foi interrompida para mudança de rolo. Será que o moderno Centerplex está voltando ao tempo da manivela? Mais cuidado ou vai acabar espantando muitos clientes.

Quando ouvir falar que o criativo diretor Robert Rodriguez estaria na produção do terceiro filme da franquia Predador (os dois Aliens X Predador não contam), fiquei ansioso, pois pensei que daria uma cara nova série.  Os meses de espera terminaram e ontem fui assistir Predadores.

Sinceramente, me decepcionei um pouco, pois não vimos ali o humor sacástico e o ritmo acelerado típico de Rodriguez, mas apenas uma cópia da fórmula dos dois primeiros filmes, principalmente, do primeiro estrelado pelo atual governador da Califórnia Arnold Schwarzenegger. Do segundo temos apenas  a reunião de um elenco de bons atores do 2º escalão hollywoodiano. Se naquele tivemos Danny Glover, Bill Paxton e outros astros do segundo e até terceiro escalão hollywoodiano, neste novo filme temos o ganhador do oscar Adrian Boyne, o primo do diretor e presença em todos os seus filmes Danny Trejo, um Laurence Fishburne numa participação pequena, mas estranhamente marcante, Topher Grace, praticamente repetindo o seu papel de cara bonzinho e inonfesivo, que se revela vilão no final, com em Homem Aranha 3, e a nossa Alice Braga, fazendo bonito no filme, dividindo o protagonismo com Adrian. E para agradar a nova geração, fãs dos dois bobinhos Alien vs Predador, temos uma cena de luta entre dois predadores.

A nossa Alice Braga fazendo bonito em Predadores.
O interessante do roteiro foi trazer a ação de volta a selva e reunir um grupo de personagens diferentes: um mercenário, uma israelense (a nossa Alice), um membro da Yakuza, um soldado russo, um rebelde de algum país africano, um prisioneiro condenado a morte, um traficante colombiano e um médico, que no final revela-se ser um porra-louca psicótico. Mesmo assim, faltou mais ousadia e criatividade, resumindo este novo filme a uma cópia genérica do filme de 87 estrelado por Arnoldão, com direito até cenas descaradamente copiadas, como a do membro da Yakuza que fica para trás por conta própria para enfrentar o bichano (no primeiro filme temos o índio com o mesmo ato de coragem), do protagonista melado de lama chamando e saindo no braço com o bichano no final do filme (mesmo sendo um magricela em comparação ao brucutu bombadão do original) e a música do James Brown, só que tocada nos créditos finais, já que no primeiro filme, é tocada quando o grupo das Forças Especiais estão indo à selva. Ah, ainda tem o personagem de Laurence, um lunático que aparece no meio do filme, como um sobrevivente de dez anos naquele planeta reserva de caça, passando pouco menos de quinze minutos em cena, nem influindo, nem contribuindo em nada na história.

Estão pagando mal em CSI, para Laurence pagar este micaço.
Em síntese, não é um filme ruim, chegando até empatar tecnicamente com o segundo filme, que eu também gosto (o primeiro é melhor por alguns pontos). O que faltou foi a marca de Robert Rodriguez, com sua criatividade na produção. Predadores não lembra em nada ser um filme produzido por  ele. Prevaleceu a automatização de um diretor iniciante, daqueles que ligam o piloto automático e seguem uma cartilha hollywoodiana pronta, sem ousar em criatividade e inovação. Nota 8,0.

Rick Pinheiro.
Cinéfilo.

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