segunda-feira, 5 de julho de 2010

FINALMENTE UM FILME QUE VALE A PENA VER DE NOVO.

Nem tudo está perdido. Diante de tanta porcaria nos canais abertos, uma luz no fim de túnel. Depois de anos sem ser exibido, sendo trocado por lixos recentes com High School, filmes das irmãs Olsen, Diário de uma princesa parte 20, entre outros, o filmaço Indiana Jones e a Última Cruzada, deu as caras na telinha, mesmo com várias cenas sutilmente mutiladas. Voltei a minha infância e adolescência, quando Indiana Jones, Rocky Balboa, Os Trapalhões (os originais e não esses Didi e a sem graça canastrona filha Lili), Ferris Buller, Daniel San e Eudes.. ops, digo, Sr. Miyagi, Superman, Marty McFly e o Dr. Brown e tantos outros personagens clássicos e inesquecíveis dos filmes dos anos 70/80, animavam a nossas tardes de domingo. Mesmo sendo muito reprisados, esses filmes arrebetavam, por simplesmente serem bons, a ponto de, um cinéfilo como eu, sair mais cedo da praia para rever esses filmaços.

Lembro-me quando assistir esta terceira aventura do herói que usa um chapéu made in Brasil (isso mesmo galera, o chapéu do Indiana é fabricado no Brasil). Era 1989, e fui assistir no antigo Cinema Iguatemi 2, com uma menina muito mentirosa que eu só sair com nesta ocasião (depois eu posto um comentário sobre essa Pinóquia). Nossa, os adolescentes daquela época era menos barulhentos que as fogosas fãs da série Crepúsculo de hoje. Tinha zuada, mas para torcer pelo Indy e seu pai, na busca pelo Santo Graal. Nem as mentiras cara de pau da Pinóquia me tiraram a alegria de assistir Indiana Jones e a Última Cruzada, no cinema.

Para mim, toda quadriologia do personagem Indiana Jones, criada pelos dois gênios do cinema Steven Spielberg e George Lucas, é excelente. Quatro filmes marcantes, que entraram para história do cinema. Praticamente um empate técnico entre eles, onde apenas por ligeira vantagem, podemos classificá-los. O filme exibido ontem, para mim, é o segundo melhor, perdendo apenas para o primeiro Os Caçadores da Arca Perdida. Templo da Perdição e o recente O Reino da Caveira de Cristal (depois de tantos anos de espera e de ver outros aventureiros que pegaram carona no sucesso de Indy, o quarto filme deixou um pouquinho a deseja, o que não tira o mérito de ser um bom filme), ficam na terceira e quarta colocação, no meu ranking.

O roteiro é excelente, explicando a origem de algumas carcaterísticas do personagem, a menção rápida a Arca perdida do primeiro filme, ação e aventura eletrizante na dose certa, sem apelar para violência explícita, a coerência dos fatos, a implicita citação de passagens bíblicas  e um humor perfeito (as cenas do relacionamento entre Jones pai e Júnior, do velhinho bibliotecário carimbando os livros enquanto o Indy tente abrir um buraco no chão e o encontro dele com Hitler, com direito a um autográfo do diabólico ditador são hilárias). Enfim, um dos roteiros mais bem elaborados da história do cinema, que soube aproveitar um elenco de primeira, principalmente a química perfeita entre Harrison Ford e Sean Connery.

O elenco é um destaque a parte. Para mim, o melhor de toda a série. Logo no começo temos o saudoso River Phoenix (mais um jovem ator promissor, morto precocemente pelas malditas drogas), interpretando brilhantemente o Indy jovem, que se fosse feito hoje, íamos achar que era o Harrison Ford sendo juvenescido por computador. Até o famoso dedo levantado para alguém, típico de 99,99% dos filmes de Ford, foi perfeitamente reproduzido. Os vilões e os amigos do Indiana, dispensam comentário. Excelentes interpetações.

E Ford e Connery? Nossa!  Nunca mais vimos no cinema, uma química perfeita, entre dois grandes atores. Harrison Ford estava bastante a vontade com o personagem, depois de tê-lo feito por duas vezes (e imaginar que as escolha de Spielberg e George Lucas para o primeiro filme seria o tosco do Tom Selleck, que só não fez porque Caçadores seria filmado quando ele não estava de férias da série Magnum. Deus é justo). Muito carismático, passou para nós que dos quatro filmes, este foi o que ele mais se divertiu. Já o Sean Connery conseguiu, duplamente, fazer o que parecia impossível: fazer um personagem, que finalmente estivesse a altura do Indiana e, inesquecível como o seu James Bond dos anos 60. Pena que Connery se aposentou e no quarto filme, o seu personagem é falecido.  

Enfim, Indiana Jones e a Última Cruzada é um excelente filme, que merece ser visto e revisto várias vezes, sem se tornar chato e repetitivo. Uma prova que verdadeiros bons filmes marcam para sempre.  Fica a reflexão: Qual filme hoje em dia chega a este grau de perfeição? Nota: 10,0.

Rick Pinheiro.
Cinéfilo, apaixonado e saudosista dos bons filmes de verdade.

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