quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

MAD MAX TUPINIQUIM?

 = Excepcional. /  = Muito bom. /  = Bom./  = Regular. / = Fraco. / Coco do Cachorrão= Preciso mesmo dizer?. 

Reza a Lenda.
Produção brasileira de 2013.

Direção: Homero Olivetto.

Elenco: Cauã Reymond, Sophie Charlotte, Luísa Arraes, Humberto Martins, Júlio Andrade, Jesuíta Barbosa, Silvia Buarque, entre outros.

Blogueiro assistiu na sala 1 do complexo Kinoplex Maceió em 27 de janeiro de 2016.

Cotação

Nota: 4,5.  

Sinopse: Baseado em alguns contos escritos pelo próprio diretor. A trama gira em torno de Ara (Reymond), que lidera uma gangue de motoqueiros, pasmen, fanáticos religiosos, que acreditam que a estátua de uma santa é milagrosa, e se voltar ao lugar de origem, a chuva cai no sertão. Então, os caras inventam de roubá-la do coronel durão Tenório (Martins), que fartura explorando a fé alheia do povo simples. Na fuga, eles acabam cruzando com Laura (Arraes), que acaba sendo capturada por eles. Só que a presença da moça pode embaçar a relação de Ara, com sua esposa, Severina (Charlotte).

Comentários: É incrível como aqui em nosso país uma comédia é produzida rapidamente e chega as telonas em tempo assustadoramente hábil, enquanto filmes de outros gêneros capengam para chegar as telonas, como no caso deste filme de ação, que marca a estreia do filho do publicitário Washington Olivetto na batuta. Comparado com Mad Max, o filme tupiniquim que se passa num Nordeste estereotipado, não somente lembra bastante o clássico da sétima arte dirigido pelo mestre George Miller, mas, também road movie, faroeste, filmes de ação C e brasileiros sobre o cangaço, e flerta levemente com as porra-louquices a la Velozes & Furiosos, com as auto-paródia do gênero de ação da trilogia Os Mercenários e com as sequências de nudez e sexo gratuita, que geraram o antigo preconceito que nosso cinema não presta, é só putaria. O fato é que Reza a Lenda até que é um filme estiloso, e até certo ponto interessante, mas que acaba dando um tiro no próprio pé, sendo estragado por um péssimo roteiro. E o estrago ocorre não pela mistureba de clichês, gêneros e sub-gêneros, mas, porque a própria trama é muito mal escrita e desenvolvida. Só não é um merda total, porque as excelentes atuações de Sophie Charlotte e Humberto Martins são um show à parte, e acabam salvando o filme. Cauã Reymond também está ótimo, mandando bem como protagonista fodão, mas, seus dois colegas de cena se destacam (principalmente Charlotte) por saírem da zona do conforto e encararem personagens inéditos em suas carreiras. O mesmo não acontecem com os também talentosos Júlio Andrade e Jesuíta Barbosa, desperdiçados ao extremo, prejudicados com personagens ruins, somados a uma direção que não explorou o potencial deles. 

Em síntese, tinha tudo para ser um filmaço e fazer a diferença no nosso cinema (potencial até tem, tanto que o filme dá uma deixa enorme para uma possível continuação), mas, que acabou sendo prejudicado por uma história tão ruim e patética que de tão ridícula, na sessão que eu estava, provocou gargalhadas em alguns e olhares de reprovação em outros. Mas, valeu! Pelo menos tentaram sair das habituais comédias imbecilizadas.

Rick Pinheiro.
Cinéfilo alagoano. 


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