No segundo e último filme estrelado por Timothy Dalton, James Bond chuta o pau da barraca e parte para a vingança pessoal.
Nesta última sexta-feira chegou aos cinemas brasileiros 007 - Operação Skyfall, vigéssima terceira aventura do espião mais conhecido da face da terra. Um feito e tanto a logenvidade do personagem, já que como o fim da guerra fria muitos anunciavam o fim da saga. De fato, após o fato histórico, a cada filme, Bond vem se reinventando, adaptando-se aos novos tempos, muitas vezes até perdendo as características originais. Em 1989, auge do cinemão de ação testosterona encabeçado na época por Sylvester Stallone e companhia, Bond simplesmente deixa de lado todo charme e carisma que o diferenciava dos brucutus, chutou o pau da barraca e partiu para uma vingança pessoal contra um mega-traficante de drogas, provavelmente que eu me lembre, um vilão bem mais próximo do mundo real do que os megalomaníacos tradicionais da série. 007 - Permissão Para Matar, segundo e último filme estrelado pelo ator galês Timothy Dalton, poderia tranquilamente se chamar 007 - Agora a Porra Ficou Séria, só pela motivação do personagem que inclusive pede demissão do serviço que presta à Sua Majestade, e parte para detornar o vilão.
Em menos de um dia, Bond ajuda o seu velho amigo Félix (David Hedison, que já havia feito o personagem em outras cinco produções da franquia desde de Com 007 Viva e Deixe Morrer) a capturar o mega-traficante Franz Sanchez (Robert Davi, um coadjuvante frequente nos filmes da época, entre eles o primeiro Duro de Matar, num papel de destaque), é seu padrinho de casamento, o bandidão escapa e ferra com os pombinhos recém-casados, e Bond, ao descobrir que um mega-traficante escapou, vai a casa do casal, encontrando a moça morta e o amigo agonizando. Puto da vida, Bond parte para a vingança pessoal obessiva contra o bandidão, a ponto de pedir demissão do serviço secreto. Na sua jornada vingativa, Bond contará com a ajuda da misteriosa e bela amiga de Félix, Pam Bouvier (Carey Lowell), da belíssima e sofredora namorada do vilão, Lupe Lamora (a estupidamente linda Talisa Soto, a Kitana dos Mortal Kombat) e do sempre amigo e inventor de bugiganga Q (o saudoso Desmond Llewelyn (1914-1999), que atuou brilhantemente como personagem desde Moscou Contra 007 até 007 - O Mundo Não é o Bastante, vindo a falecer num acidente de carro, após este último.).
Bastante malhado na época a ponto de muitos decretarem o encerramento da série (o personagem só voltaria às telonas em 1995) e até hoje a menor bilheteria de toda franquia, particularmente, gostei bastante desta que é a décima sexta aventura do espião nas telonas, mesmo com o personagem se afastando totalmente das características originais, algo, que viria frequente posteriormente. Com um roteiro razoável, 007 - Permissão Para Matar é um ótimo filme de ação, com Dalton ainda mais a vontade no personagem, mas, se despedindo precocemente do personagem, dando lugar a Pierce Brosnan, que acabou ofuscando sua curta passagem com o personagem (curiosamente, Brosnan era a escolha original para substituir Roger Moore, mas, devido a uma série televisiva que atuava, acabou abrindo espaço a Dalton, algo parecido com que aconteceu com Moore, que era a primeira escolha para viver o personagem, mas, acabou cedendo para Sean Connery). Uma pena já que Dalton é um excelente ator shakespeariano, que deu mais profundidade dramática ao personagem, algo que nem os melhores Bond, Moore e Connery, conseguiram.
Além de Dalton, todo elenco está bem afiado, com destaque curioso para um jovem e irreconhecível Benício Del Toro, apenas no segundo filme, roubando a cena como o cruel Dario, capanga do vilão. Já aqui, o ator já mostrava todo seu talento, dando um show de atuação, ofuscando o vilão central, e por pouco, não ofuscava Dalton e de quebra, responsável pelas melhores cenas do filme. Por ser um filme ser tão malhado, sua participação no filme não é muito comentada, mas, com certeza, ao meu ver, o seu Dario figura na lista dos maiores e melhores vilões da franquia.
Em relação as características originais do personagem e do seu universo, obviamente, 007 - Permissão Para Matar, é um dos filmes mais fracos. Mas, é compesado pelo excelente nível de ação e as atuações de um elenco afiado, uma ótima música-tema e ainda com uma das Bond Girls mais lindas da franquia (Talisa Soto). Um filme antigo da franquia que merece ser descoberto, visto e revisto, e que tem todos os ingredientes para agradar principalmente os fãs da nova geração, acostumados ao ritmo frenético das novas aventuras do espião. Nota 9,5.
Rick Pinheiro.
Cinéfilo.
Benício Del Toro rouba a cena como o sádico Dario.
Colírio para os olhos:
Talisa Soto uma das mais lindas Bond girls de todos os tempos.
Bond em ação.
Fracasso nas bilheterias, provavelmente,
fez Dalton se despedir precocemente da franquia.
Bond Nostalgia:
Capa do VHS do filme.
Como todos da franquia, o filme está disponível em DVD.
Nenhum comentário:
Postar um comentário