Comédia que prometia parodiar grandes sucessos do nosso cinema fica só na pretensão, mas se salva por algumas boas piadas.
Muito explorado pelo nosso cinema nos anos 70 e 80 pela saudosa trupe Os Trapalhões, que tirava sarro de Star Wars até clássicos da literatura como Os Três Mosqueteiros, a paródia anda esquecida na nossa atual fase. Totalmente Inocentes, filme que acabei de assistir na sala 05 do Complexo Kinoplex Maceió, prometia resgatá-la parodiando principalmente Cidade de Deus e Tropa de Elite grandes sucessos do nosso cinema. Mas, ficou apenas na pretensão já que, com exceção de duas curtíssimas sequências e algumas frases ditas pelos personagens, a paródia praticamente não existe. Ao menos na minha opinião, tão acostumado a dar altas risadas com as paródias gringas como Apertem os Cintos... O Piloto Sumiu!, Corra que a Polícia Vem Aí!, Top Gang, Todo Mundo em Pânico, Os Vampiros que se Mordam, entre outros que sacaneiam descaradamente os grandes sucessos de bilheterias, ao contrário de Totalmente Inocentes que praticamente é uma homenagem aos citados filmes (os cartazes de Cidade de Deus e Tropa de Elite 2 que aparecem constantemente em cena, e a presença de dois atores que deram vida aos principais vilões de Cidade e Tropa 1, são bons exemplos).
Em Totalmente Inocentes, Da Fé (Lucas d'Jesus) e Bracinho (Gleison Silva) são garotos que moram no Morro do DDC. Da Fé é perdidamente apaixonado por Gildinha (Mariana Rios), irmã de Bracinho, que acaba de ganhar um estágio na revista Taras e Tiros, onde trabalha o atrapalhado jornalista Wanderlei (Fábio Assunção), que recebeu a missão de fazer uma matéria com o bandidão doidão Do Morro (Fábio Porchat), o novo dono do DDC, que assumiu o posto após entregar a Diaba Loira (Kiko Mascarenhas) para a polícia. Querendo conquistar a sua amada, o pirralho, junto com o seu amigo, inventa desastrosamente entrar e acaba esbarrando em Wanderlei, que com medo de subir no morro, resolve entrevistá-los, tornando-se capa da revista, despertando a ira de Do Morro e da Diaba Loira.
Se como paródia o filme não cumpre o que promete, salva-se por ótimas piadas, que ganham força com um inspirado elenco como destaque para os pirralhos protagonistas, e, principalmente, do comediante Fábio Porchat que rouba a cena na pele do insano bandido Do Morro. Quem também se destaca é Kiko Mascarenhas, que interpreta o travecão bandidão Diaba Loira lembrando ligeiramente os trejeitos aloprados do loucão Zed de Loucademia de Polícia e os figuraças Fábio Lago (o Baiano de Tropa de Elite) e Leandro Firmino da Hora (o Zé Pequeno de Cidade de Deus), como dois aloprados PM, responsáveis por boa parte das falas mais engraçadas do filme.
No geral, Totalmente Inocentes fustra pelo fato de não ser a paródia hilária que poderia ser, uma ideia que tinha tudo para dar certo, já que tanto Cidade de Deus como Tropa de Elite são pratos cheios para serem parodiados, já que estão repletos de cenas e frases inesquecíveis. Mas, compensa por ser um ótima e divertida comédia, que cumpre direitinho o papel de arrancar risadas sem muito esforço, mas muito besteirol. Enfim, missão dada, missão cumprida. Nota 7,0.
Rick Pinheiro.
Cinéfilo.
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