segunda-feira, 9 de julho de 2012

CLÁSSICOS DA AMÉRICA VÍDEO: CYBORG - O DRAGÃO DO FUTURO.

Ficção apocalíptica de décima quinta categoria pega carona no estouro da Van Dammemania e arrebenta nas bilheterias brasileiras.

No começo dos anos 90, quando O Grande Dragão Branco chegou por aqui arrebentando nas bilheterias e apresentando aos brasileiros o astro de ação Jean Claude Van Damme, anunciado na época como o novo Bruce Lee. A distribuidora Paris Filmes, que em VHS era detentora da América Vídeo, começou a lançar, um atrás do outro, os filmes do baixinho belga, lançados lá fora, antes e depois do inesquecível clássico das artes marciais. A ficção apocalíptica de nítido baixo orçamento Cyborg - O Dragão do Futuro é o primeiro filme que o astro fez, ainda pela Cannon, após a saga de Frank Duxx, e figurou por anos, na opinião do próprio Van Damme, o melhor filme de sua carreira (opinião que, com certeza, nos dias de hoje deve ter mudado após a fase de ouro nos anos 90, onde ele entrou no primeiro time dos astros hollywoodianos, estrelando super-produções de orçamentos consideravelmente maiores).

A trama se passsa num futuro não muito distante, nos arredores de Nova Iourque, onde o mundo que conheçemos vive na penúria, com boa parte da população foi dizimada por um epidemia. Uma cyborg (Dayle Haddon) carrega na sua memória a cura da peste desenvolvida por cientistas, e precisa levar as informações a cientistas que estão em Atlanta. Mas,  é perseguida e capturada por uma gangue liderada pelo sádico e cruel Fender Tremolo (Vincent Klyn, assustador só com sua cara feia), que quer mais é que o mundo permaneça ferrado deste jeito, para poder continuar seu reinado de terror. Eis que surge no caminho da moça, meio humana, meio robô, o guerreiro solitário e caladão Gibson Rickenbacker (Van Damme), que pouco está se lixando para a cura mundial e quer mais é acertar as contas com Tremolo do que salvar o mundo, pelo vilão ter detornado com a família dele. O guerreiro durão partirá com tudo na sua vingança pessoal, tendo ao seu lado a ajuda da bonitinha Nady Simmons (Deborah Richter).

As sérias limitações orçamentárias claramente vistas no filme que foi produzido já na fase decadente da Cannon, são superadas por um roteiro que, apesar de regular, está bem acima da média de uma produção classe "C", somado a um climão de suspense e caos bem legal, ótimas sequências de ação, com Van Damme no auge de sua forma física, arrebentando nas sequências de luta. Além da dar chutes e distribuir porrada nos figurantes, e abrir a obrigatória escala nos seus filmes da época,Van Damme arrebenta com uma atuação excepcional, uma das melhores de sua carreira, dosando perfeita toda dureza e os traumas que o tornaram assim. Outro destaque da produção é Vincent Klyn, que rouba a cena e convence com um dos vilões mais assustadores do gênero. Somente sua caracterização já mete medo em qualquer um, o que acabou disfarçando sua limitação como ator.

Curiosamente, mesmo com todas as deficiências orçamentárias, Cyborg estourou nas bilheterias e ganhou mais duas continuações, com produções um pouco mais caprichadas, mas sem nenhuma relação com o original, nem entre eles, muito menos com Van Damme no elenco ou tendo seu personagem citado. Cyborg 2, aliás, conta no elenco com o saudoso Jack Palance e marca a estreia nas telonas de ninguém menos que a gatíssima e atualmente estrela Angelina Jolie. Mas, nem este, nem a péssima continuação, mesmo sendo produções com orçamentos um pouco maiores, supera o filmaço original estrelado por Van Damme, logo, não fazendo o mesmo sucesso por aqui. Um clássico trashão para ser visto e revisto, sem deixar de ser divertido. Nota 9,0.

Rick Pinheiro.
Cinéfilo alagoano.

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