quarta-feira, 24 de agosto de 2011

TUDO VERDE DE NOVO.

Filmes.
Tudo verde de novo.

Verde: cor tão na moda, graças a consciência ecológica cada vez mais forte. Esta cor, após as cores da bandeira estaduniense, parece ser a  preferida dos super-heróis. Não é novidade nenhuma que os produtores hollywoodianos vem ao longo da história transportando o mundo dos super-heróis de suas fontes originais para as telonas. Evidente que os esverdeados não poderiam ficar de fora. Primeiro foi o monstrão Hulk, em dois filmes. No começo deste ano  o tosco Besouro Verde ganhou uma super-produção.  Agora, chegou a vez do  Lanterna Verde, estrear nas telonas numa super-produção que acabei de conferir na tela da sala 3 do Complexo Kinoplex Maceió.

Como toda estreia de um super-herói nas telonas somos apresentados a sua origem. Aqui, vemos como o irresponsável, inconsequente mas temeroso Hal Jordan foi escolhido por um poderosa anel para ser o primeiro Laterna Verde humano, grupo de destemidos guerreiros inter-galáticos que tem como missão proteger o universo de  todas as ameaças. Evidentemente que o rapaz entra para o grupo no meio da maior de todas as ameaças, cabendo a ele, superar seus temores e dar um jeito neste vilão tão poderoso que,  mais evidentemente ainda, inventa de invadir e tentar destruir o nosso planeta.

Como você pode deduzir a trama não traz nenhuma novidade. O roteiro, "para variar", está repleto de todos os clichês bastante batidos como herói com crise de identidade e descobrindo seus valores, treinamento para assumir a responsa (neste caso, foi um dos mais rápido e sem graça da história do cinema), chamego entre o herói e seu grande amor, a mensagem direta para todos nós (no caso deste filme, "A habilidade supera  o medo"), entre outros. Mesmo assim, o filme é interessante e prende a nossa atenção do começo ao fim. Um destaque especial no roteiro são algumas boas tiradas satíricas, como na cena em que a mocinha, ao descobrir de cara que o seu rolo agora é um super-herói, afirma "Você acha que só porque está tapando as buchechas com uma máscara eu não iria lhe reconhecer?". Uma frase que, com certeza, muitos de nós queríamos dizer a este e outros heróis (pensei que a série Smallville iria explicar porque apenas um óculos tornar o Superman irreconhecível como Clark Kent).

O elenco, apesar de contar com coadjuvantes de peso como Tim Robbins e Angela Basset, não tem  nenhuma interpretação explêndida, mas também nenhuma canastrice. Todos cumprem razoavelmente seus respectivos papéis. Ryan Reynolds se sai bem como o  herói-protagonista e convence, ao contrário de Peter Sarsgaard, que apesar de todo esforço, não convence, tornando o vilão Hector Hammond chatíssimo e caricato. Vale salientar que a culpa não é do ator, mas do roteiro que não dar muita chance do vilão crescer na trama. Aliás, o pouco  espaço dado aos vilões e o ligeiro treinamento do herói são os pontos fracos do filme.

Os efeitos especiais são bons, com destaque as cenas que se passam no planeta Oa, que são um deleite aos olhos. Em contrapartida, o 3-D decepciona e fica a sensação que Lanterna Verde é mais um filme que só foi lançado no formato para arrecadar mais grana. Uma tática, infelizmente, cada  vez comum em Hollywood, em especial do estúdio Warner, responsável pelo filme. Não chega a ser um horror como Fúria de Titãs do mesmo estúdio, mas a sensação de fustração também está presente.

Em síntese, apesar das falhas groseiras, Lanterna Verde é um um filminho legalzinho, satisfatório, que introduz o herói nas telonas, com pretensões de lançar  uma nova franquia. Mas, não deixa de ser frustrante para o padrão DC / Warner que tem no currículo filmaços  de heróis (Superman: o filme, Superman II, Batman Begins e Cavaleiro das Trevas).

Confira abaixo um dos trailers deste filme de super-herói, dirigido pelo competente Martin Cambell que tem no currículo excelentes super-produções como 007 contra Goldeneye e 007 - Cassino Royale, A Máscara do Zorro, Limite Vertical, entre outras, o que só aumenta a frustração.

Rick Pinheiro.
Cinéfilo.

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